Valentina Sanches.
Um choro estridente e um tanto quanto escandaloso ecoou pela sala, me acordando de imediato.
Levantei-me rapidamente, peguei o bebê nos braços, e, de alguma forma, consegui acalmá-lo.
Com certeza Juan teve algum pesadelo.
- ele está bem? - perguntou o homem deitado no colchão.
- que susto, Joaquín! - sussurro levando minha mão esquerda ao peito.
- foi mal. - riu fraco.
O jogador se levantou, pegou o bebê dos meus braços e conseguiu niná-lo novamente.
Ajeitei o sofá para que Juan dormisse confortável e logo o uruguaio o colocou no lugar que arrumei.
- que horas são? - se sentou ao meu lado no colchão. - está escuro, chuto que seja 03h.
- são... - encaro a tela do meu celular. - 05h12.
- está cedo pra caramba, Juan nunca se acorda esse horário. - resmungou.
- deve ter sido só um pesadelo. - dou de ombros.
- é, deve ter sido mesmo um pesadelo. - concordou.
- tia, tio... - uma voz infantil num tom um pouco alto ecoou das escadas, nos fazendo encarar o local. - quero dormir com vocês.
- Pía, o que faz acordada agora? - levanto uma sobrancelha.
- não sei, só não quero dormir sozinha no meu quarto. - choramingou, enquanto andava até nós. A garotinha se sentou no meu colo e encostou sua cabecinha no meu peito.
- tudo bem, você pode dormir aqui. - suspiro, em seguida, colocando-a entre nós.
Era engraçado, parecíamos uma família cansada depois de uma boa festa de Natal.
Estava quase dormindo, quando, repentinamente, Piquerez chega perto de mim.
- ela dormiu. - comentou no pé do meu ouvido.
- Piquerez! - exclamo irritada, o empurrando para seu canto. - eu estava cochilando...
- poxa cariño, me perdoa. - riu baixo. - não sabia que estava a dormir.
- tudo bem. - respiro fundo, para não matá-lo.
- eu estava pensando... quando vai embora?
- dia 30. - respondo.
- está perto. - suspirou, aparentemente derrotado. - não quero que volte, pelo contrário, quero que fique comigo... conosco! - corrigiu-se. - nos sentimos em casa quando estamos com você, com a sua família, com o seu cachorrinho... - se sentou no colchão, me "obrigando" a fazer o mesmo. - não tem como você ficar?
- eu não posso, Joaquín. Você sabe que não posso. - encaro os seus olhos cor de mel. - eu queria tanto ficar para acompanhar vocês no dia a dia, servir de consolo nas derrotas da equipe e, depois da vitória, comemorarmos juntos... eu queria, mas realmente não posso.
- eu entendo. - assentiu com um semblante triste em seu rosto, sem quebrar nosso contato visual. - de qualquer forma; obrigado por tudo, tudo mesmo! Saiba que você é incrível... e eu digo isso do fundo do coração, minha Valen. - deu ênfase nas últimas duas palavras.
Eu, como uma boa pessoa, pulei em seus braços e o abracei o mais forte que consegui. Não sabia que era tão especial, finalmente me sinto uma pessoa incrível, tanto para os meus amigos, quanto para a minha família.
- você é tão fofo. - comento, sentada em seu colo.
- você é mais, posso garantir isso... agora vaza, chifruda. - me empurrou para sair de seu colo.
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𝒎𝒚 𝒈𝒊𝒓𝒍 - joaquín piquerez.
FanfictionOnde o filho de um ano de idade de Joaquín Piquerez encarava uma garota aleatória dentro de um avião com destino a São Paulo.