capĆ­tulo 13 ā€¢ las palabras hieren.

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Valentina Sanches.

Não faço a menor ideia do horário, só sei que me acordei com a música "Control" da Doja Cat estourando nos dois lados do meu fone de ouvido.

Pausei a música e aproveitei que desbloqueei a tela do meu celular para ver o horário: 17h13.

Um vento gelado que veio da sacada do meu quarto me fez levantar da cama para sentir a brisa do frio e admirar o céu, que tinha várias tonalidades de cor.

Encostei meus braços nos azulejos gélidos que decoravam a "parede" da sacada e respirei fundo. O cheiro das plantas e o meu perfume fresquinho predominam o ambiente em que me encontro...

Variados tons de rosa no céu, recordações recentes invadindo a minha mente e uma sensação incrível de felicidade tomavam a minha atenção.

Essa tarde com certeza entra para uma das melhores tardes da minha vida.

Eu poderia passar o dia inteiro aqui fora observando a Palestra Itália da sacada, mas tenho que me descer antes que meus pais comecem a achar que eu morri.

Entrei para dentro do meu quarto, fechei as portas que davam vista á sacada e tomei uma ducha de água morna. Logo após vesti uma roupa confortável, calcei meus chinelos brancos da havaianas e desci para o andar de baixo.

— bom dia família. — aceno para as três pessoas que estavam sentadas na sala.

— isso é hora de acordar? — ironizou mamãe.

— sempre é hora de acordar. — jogo beijinhos no ar.

Fui até a cozinha, comi algo e voltei para a sala. Me sentei ao lado do meu irmão e tirei o meu celular do modo avião, mas antes, o coloquei no silencioso para que as notificações não fizessem tanto barulho.

— vamos assistir algum filme? — perguntou mamãe.

— vamos! — dissemos em tom uníssono.

Levamos no mínimo 10 minutos para achar o filme perfeito, mas quando finalmente o achamos, comemorei. O filme era de terror.

Tenho certeza de que vou desenvolver uns 8584757 medos diferentes, mas estou tão curiosa que concordei com a escolha do filme.

[...]

Eu e Bernardo estávamos jantando, quando de repente a campainha tocou e uma voz familiar ecoou lá da sala após os meus pais atenderem a porta.

"oi Juanzinho! Você veio comer com a gente, bebê?!" escutei minha mãe dizer.

Levei um pouco de tempo para aceitar a probabilidade de que o garoto que eu dei o meu último beijo estava na minha casa, mas quando ouvi o sotaque carregado já estava prontíssima para comer vidro e beber produtos de limpeza.

Meus pais o tratam como um filho, óbvio que ele viria para a minha casa uma hora ou outra!

— merda. — murmurei.

Logo mais o jogador apareceu na cozinha junto aos meus pais e o meu príncipe, vulgo, Juanzinho.

Me levantei para cumprimentar o bebê com um beijo na bochecha e na vez de Joaquín, o envolvi em um abraço longo e caloroso, como se não o visse a muito tempo.

Após cumprimentá-lo, deixei o meu prato na pia, peguei meu celular, o fone e fui para a área externa da minha casa para tomar um ar.

Me sentei em uma das espreguiçadeiras que ficavam em frente a piscina, improvisei um coque no meu cabelo sem um prendedor de cabelos e fechei os olhos para curtir o vento que a noite um pouco fria oferecia-me.

Os arrepios que percorriam pela minha pele não me incomodavam, a única coisa que queria era congelar o meu coração para não sentir mais nada por Joaquín. Talvez o frio ajudasse... ou não.

Para distrair a minha cabeça; desbloqueei o meu celular, entrei na minha playlist do Spotify e coloquei no aleatório.

A música que escutei mais cedo da Benee foi a primeira que "caiu" para mim ouví-la.

— te odeio, Benee. — declaro, colocando a culpa na cantora por ter feito uma música que me lembrasse de Joaquín. Pulei a música para a outra a seguir; era "Options", música da Doja Cat.

Encarei o céu dessa enorme cidade e acabara de notar que o mesmo estava lotado de estrelas. Eu amo as estrelas, elas são perfeitas.

Fui interrompida dos meus pensamentos quando, repentinamente, senti duas mãos tocarem o meu ombro e já imaginava quem era por conta do cheiro cítrico de vetiver e de frutas silvestres rosas que invadia minhas narinas.

Retirei meus fones e pausei a música, logo após encarando o homem atrás de mim.

— está fugindo de mim? — perguntou assim que teve a minha atenção.

— não. — minto.

— bem, aparentemente sim. — se sentou no espaço restante da espreguiçadeira que estava deitada. — não me respondeu no WhatsApp, não me esperou para comer e não quis ficar perto de mim.

— eu não fazia a menor ideia que você viria. — rebato.

— eu sempre venho, Sanches. O que está havendo, hein?

— não há nada.

— fale a verdade. — insistiu.

— eu só não queria ter lhe beijado, ok? — aumento o meu tom de voz. — faltam apenas 13 fucking dias para mim voltar para Montevidéu, acha mesmo que queria beijar você restando esse pouco tempo, Joaquín?

— mas você beijou. — cruzou os braços.

— foi um erro. — suspiro. — não pensei em como ambos ficaríamos, te beijei por puro impulso.

— não diz que foi um erro, Valen...

— mas foi. — o interrompo. — o mínimo que eu poderia ter feito era evitar ao máximo beijar o meu melhor amigo.

— tudo bem, tudo bem. — levantou da cadeira. — parabéns.

— pelo que?

— por ser confusa e ter me feito de idiota. — completou, se retirando do local.

Óbvio que tudo não passava de uma mentira, eu amei dormir abraçadinha com ele, beijá-lo as cinco da manhã e acordar ao lado dele.

Eu sei que disse merda, e me sinto uma pessoa horrível por isso.

Limpei uma lágrima solitária que escorria pelo meu rosto, peguei meus pertences e subi para o meu quarto.

Tranquei a porta, coloquei o meu celular em cima da cômoda e me joguei na minha cama. Estava pronta para chorar por conta das minhas próprias bobagens.

As lágrimas que derramo caem sucessivamente. Eu tinha a sensação de ter deixado Piquerez triste e decepcionado com palavras que falei da boca pra fora. Queria pedir desculpas, mas também não queria piorar a situação.

Afundei minha cabeça no meu travesseiro e me desliguei da realidade. Sabia que tinha feito merda e não fazia a menor ideia de como consertar isso.

 Sabia que tinha feito merda e não fazia a menor ideia de como consertar isso

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