Com a lua já alta no céu, seguindo a tradição mais tarde do que de costume, Kiyoomi serviu sua bebida da vez, acendeu um cigarro, uma vela e se sentou no chão da sacada com Atsu. Um casal passou de mãos dadas. Ele abriu o documento sobre o fazendeiro. "Que tal terminar esse?"
Nessa altura, eles tinham diversas histórias em progresso e todo dia escolhiam uma para tentar terminar. Atsu concordou e leu o que tinham até então. O fazendeiro havia se declarado e levado Atsu a um encontro em um parque de diversões. O último parágrafo era sobre ele ter ganhado uma pelúcia de raposa em um dos brinquedos e dado a Atsu de presente.
"Hmm... Nesse momento, Atsu já aceitava que sentia mais do que boa amizade pelo fazendeiro. Ele decidiu dar o próximo passo e segurou a mão dele."
Aquilo era doce e muito puritano, talvez um pouco demais para o gosto de Kiyoomi. Como se os deuses o ouvissem, outro casal surgiu aos beijos e se enfiou em um dos becos. Não era possível ver muito da ação mas era mais do que o suficiente.
"Eles caminharam de mãos dadas até a casa de Atsu. A rua estava deserta e o fazendeiro apostou tudo, colocando Atsu contra a parede e aproximando seu rosto. Para a sorte dele, Atsu estava disposto a correr todos os riscos. Ele o beijou com paixão. A atração, encoberta durante anos pelo medo de destruir a amizade, enfim encontrando alívio em um beijo apaixonado. Seus corpos pouco a pouco se encaixando."
Ele havia se empolgado mas estava exatamente onde queria. A rua estava vazia e a única opção para Atsu era continuar a cena ou pedir que mudassem de história se não estivesse confortável.
Atsu sempre o surpreendia. Ele estava estreitando os olhos para o beco tentando entender o que acontecia entre os amassos. "Era uma coisa meio constrangedora." Ele estava sendo tão sincero que Kiyoomi quase cuspiu sua vodka. "Mas Atsu não queria parar, ele então envolveu a mão na nuca do fazendeiro..."Ele fez uma pausa. "Podemos dar logo um nome pra esse cara?" Terminou a frase com uma careta, estava cada vez pior ficar repetindo 'o fazendeiro' vezes seguidas.
"Claro, vá em frente." Kiyoomi queria ver como ele iria se virar com isso.
Atsu mostrou um novo sorriso para ele. Não era angelical ou doce como de costume. Era diabólico. "Vamos chamá-lo de... Omi."
Kiyoomi revirou os olhos e soltou um riso anasalado. Atsu era ousado. Ele o havia levado a uma situação constrangedora e agora era arrastado junto.
"Ótimo. Você só vai acrescentar a mão na nuca? Ou tem algo mais antes que seja a minha vez?"
Sentando-se mais perto dele para ter uma visão melhor do beco, Atsu continuou. "Ele envolveu a mão na nuca de Omi e afundou sua língua dentro da boca dele. A outra mão deslizou pelas costas largas, cultivadas pelos anos dedicados a trabalhar no campo. Atsu se sentia... faminto." Sorriu satisfeito e indicou que tinha terminado.
"Omi ofegou contra os lábios dele." A ação no beco avançava rapidamente, ele admirava aquele tipo de coragem. "O toque de Atsu em suas costas era bom mas insuficiente. Ele prendeu uma mão no quadril dele e se encaixou entre as pernas sentindo o seu..." Ele estava com um pequeno receio de ir longe demais. Olhou para Atsu como se pedisse permissão.
"Membro, pau, ereção, eu entendi, pode escolher o que gostar mais." Atsu era debochado e Kiyoomi desistiu de beber. Era a terceira vez que quase engasgava.
"Na verdade gosto de todos." Essa frase tinha duplo sentido e Atsu deu uma gargalhada ao entender exatamente o que ele queria dizer. Kiyoomi fingiu se concentrar para terminar sua cena. Um pequeno pigarro. "... sentindo a sua ereção..." Ele fez uma pausa, Atsu meneou a cabeça aprovando. "... em atrito com o corpo de Atsu que agora mordia os lábios dele e suspirava seu nome. Sua própria excitação cada vez maior."
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[SakuAtsu] Euforia de Primavera
Fanfic[COMPLETA] Havia um fantasma em sua cozinha e isso não o assustava mais. Ele convivia com esse incômodo por meses e já havia aprendido que exorcismo, reza, simpatias e até mesmo terapia não poderiam livrá-lo da assombração que rondava o apartamento...