Ixora-Rei

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Depois de propor ir ao mercado, Arthur falou que vai fazer suas famosas pipocas e pede para eu comprar barras de chocolate, Bacon e milho de pipoca também. Aparentemente teriamos uma noite de filmes de terror só que eu não lido nada bem com filmes assim e muito menos ele, Dante é um sem graça que não se assusta fácil, literalmente todas as vezes que tentamos ele dava um sorrisinho e passava a mão na cabeça do Arthur falando o quão adorável ele era e uma vez soltou "Você parece um pittbull parece assustador mais é muito doce." Arthur amou e ficou feliz de ser comparado com um pittbull ele acha tão legal.

Enquanto eu caminhava pra porta para colocar meu sapato eu sinto uma mão em meu ombro, um toque leve e sutil que se eu fosse uma pessoa desatenta nem sentiria o toque.

- Hum... Joui posso ir com você? Sabe eu preciso comprar algumas coisas e repor meu estoque de energéticos e besteiras.

Ele falou de um jeito tão baixo que acabou deixando a voz dele grave e entrando na minha mente sincronizando com as batidas do meu coração, tipo quando ouço uma bateria ou fico perto de uma caixa de som.

- Sim sim claro que pode, por que não poderia?- acabei terminando a frase com uma risada estranha.

- Só vou pegar meu casaco.- ele sai rindo um pouco

Eu fico estático por um momento sorrindo bobo e termino de calçar meus sapatos, ignorando o fato de ser um dia quente e ele já está usando uma blusa de manga comprida, prefiro não questionar...

Ele volta novamente com um moletom preto e saímos do apartamento, César tira suas chaves do bolso e tranca a porta e vamos em direção ao elevador em um silêncio um pouco menos desconfortável que antes, e lá dentro tinha uma senhora de meia idade com sacolas de frutas. Ao entrarmos no pequeno espaço a senhora nos dá um bom dia que só eu devolvo me oferecendo para pegar as sacolas que ela me entrega.

- Ó que rapazinho mais simpático, Você. Sabe. Falar .Português bem!- Ela fala devagar dando pausas e alto como se eu não á entendesse bem.

Eu ia me sentir um pouco incomodado mais nada demais é só uma senhorinha.

- Eu moro a muito tempo no Brasil obrigada.- digo afim de encerrar o assunto.

- Achei que chineses eram mais fechados mais você é mais simpático que esse daí, ele nunca responde tão mal educado e nunca o vejo, prefiro o seu colega ele é simplesmente adorável.- Eu literalmente só falei bom dia.

César abaixa a cabeça desconfortável e não fala nada só deixa os seus lindos cabelos caírem sobre seu rosto e a velha chega perto de mim e susurra:

- Você devia se distanciar ele não é estranho?- solto as sacolas no chão.

Eu viro puto verifico se estamos perto da recepção pego a mão de César e falo de um modo passivo agressivo.

- Eu acho ele muito adorável e gentil diferente de pessoas como você que julgam um livro pela capa e não buscam conhecer o que veem, espero que seu apartamento tenha uma porta vermelha e tenha o número 4, Tchau.

A porta abre no momento certo e puxo o César pra fora que tinha travado no momento de um pequeno surto meu e eu suspiro ainda aflito e continuo andando com César até ele sussurrar.
- Obrigada Joui mais não precisava eu realmente odeio aquela velha, ela fala coisas homofóbicas pro Arthur e ele só finge que não ouve, se eu abrir a boca eu sinto que deito ela na porrada.

- O Thiago-sensei me ensinou que o melhor pra velhos assim é um mata-leão bem dado Sabe e....- na hora que ia levantar minha mão para demonstrar movimentos percebo que ainda estou segurando sua mão e solto.- AHH EU SINTO MUITO DESCULPA.

Entre telas e flores Onde histórias criam vida. Descubra agora