Orquídeas

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Joui para estático quando ouve Arthur e apenas fala com um sorriso forçado:

- C-como assim desembucha? Falar o que tutu?- tentou fazer a cara mais inocente que conseguia.

- Ei meu gaydar não falha tá bom?! Nem tenta fingir pra mim Joui e você só usa o apelido quando tá nervoso. - O menor diz prensando o mesmo na parede provando que ele não teria escapatória.

Depois só se pode ouvir um longo suspiro saindo da boca do japonês, ele se rende encostando a cabeça no ombro de Arthur.

- Eu... gosto dele Arthur.- Arthur o encara super sério querendo fazer pose mas cede e acaba soltando um grande sorriso orgulhoso pondo as mãos na cintura.

- EU SABIA! Vocês vivem flertando descaradamente e se olhando profundamente, todo mundo percebe, sério.

- Arthur provavelmente isso tudo veio por parte minha é impossível ele gostar mim desse jeito, deve ser porque sou o primeiro amigo dele.

- O quê? Ele tem eu e o Samuel okay?!- ele fez uma cara de indignação balançando a cabeça com os braços cruzados a cima do peito.

- Você tá mais pra irmão Arthur.- O menor pensou por uns segundos e concordou com a cabeça.

-Verdade. Joui eu conheço bem o César tá bom, eu nunca vi ele com aquele tipo de brilho nos olhos... tá tirando quando tá em frente do computador.- ele para e dá um longo suspiro.- Eu sei que ele é anti-social, parece a Samara e se você for de madrugada na cozinha pode acabar levando um susto, jogar um abajur nele e pegar a gata correndo em direção a porta de casa...- Diz tudo em um fôlego só com um olhar assustado.

Eu dou uma risadinha tentando disfarçar - Okay isso foi tão específico que eu não vou nem perguntar, Arthur eu sou umas das últimas pessoas no mundo que julgaria o César pela aparência, não sou igual a velha desgraçada da sua vizinha. Porra eu já ouvi tudo que falam pra ele... coisas horríveis que magoariam qualquer um "meu Deus do céu que horror já viu o cabelo dele? Isso não é coisa de homem ,deveria cortar" e "Nossa ele é tão estranho não fala com ninguém, parece um cadáver ambulante." - digo com dor no coração e imitando uma voz irritante.

- Nossa essa vai pra minha lista de palavrões do Joui, depois coloca 1 real na jarra.- O maior revira os olhos e pensa que precisava meditar agora de tanta irritação - Eu sei Joui eu te conheço, mas você não conhece totalmente o César e eu sei o que ele sente.

- Você acha que eu deveria arriscar?- diz hesitante encarando profundamente Arthur com olhos esperançosos.- Ele é tão incrível por aguentar tudo que falam dele, sério, ele é demais pra mim.

- Você também é incrível pequeno Joui, agora vamos voltar a cozinhar eu preciso do seu bolo de morango pra ontem.- Ele diz animadamente encerrando o assunto e se virando pra bancada.

- Ao seu dispor, ó grande Arthur.- Falou em grande deboche tirando uma risada dos dois.

Joui sentiu um grande peso sair de seus ombros e voltou ao seus afazeres com o amigo, já no outro lado do apartamento César se encontrava feliz e ao mesmo tempo devastado, descobriu que o dono de floricultura que era apaixonado sentia o mesmo que ele, porém, todo tempo sabia como as pessoas o viam, como um esquisito anti social problemático... isso doía, feria seu ego e como era possível o japonês ainda gostar tanto de si?

Só havia ido buscar um copo de água na cozinha quando acabou escutando a conversa e ficou até o final com o bom extinto de fofoqueiro que possuía, voltou chocado e Dante se viu curioso a perguntar ao moreno o que aconteceu.

- Aaah Dante você, eu, não é que... aí eu preciso jogar ou ler algum quadrinho eu preciso EU NECESSITO.- César entrava em tamanho desespero ali, ele só precisava de algo pra relaxar no momento.

- Calma calma, o que houve? Quer que eu chame um médico? Primeiro sente-se aqui por favor.- O loiro não era bom em lidar com sentimentos dessa maneira, tanto que o único modo que havia encontrado pra se expressar era em meio a arte, ajudou o garoto desesperado a se sentar.

- Você não vai acreditar o Joui gosta de mim- tipo sou eu mesmo? Dante ele sabe do meu lado mais vergonhoso, ele já me viu bêbado cara.- Ele colocou as mãos em seu rosto e se encolheu no sofá.

- Você não sabia? Pera isso é ruim?- perguntou genuinamente confuso com César e recebeu um olhar revoltado do mesmo.

- COMO ASSIM NÃO SABIA?! Não é ruim só que é a primeira vez que alguém que eu gosto gosta de mim, eu não sei o que fazer agora... você sabia que ele gostava de mim?

- Ei você quer que eles escutem? Fale mais baixo e sim todos sabiam já que vocês são óbvios.

César sentiu seu rosto esquentar e se não tinha entrado em colapso antes entrou agora.

Depois de meia hora tendo surtos internos conseguiu se acalmar,porém, os garotos que tinham dominado a cozinha tinham terminado parcialmente o que estavam à fazer, Dante e Cesar sentiram o cheiro de pipoca se aproximando e logo veêm Arthur com duas grandes bacias, logo atrás vinha Joui com uma torta de chocolate.

César curva a cabeça com uma expressão de dúvida.- Vocês não iam fazer bolo de morango?

- A torta era mais rápida, então, fizemos a torta primeiro e logo em seguida deixamos o bolo no forno. Daqui a 40 minutos teremos um bolo de morango relaxem.- Explicou Joui enquanto botava a torta na mesinha em frente a TV.

- Docinho me ajuda a pegar as bebidas e pratos? Sabe como é eu preciso de uma mãozinha aqui.- Arthur disse enquanto balançava a manga de sua blusa onde não havia seu membro.

- Querido já falei pra não fazer piadas pra disfarçar seu sofrimento.- repreendeu Dante que levantou e colocou as mãos em volta do rosto do menor, começou a apertar suas bochechas e deixou um selinho na testa do pequeno.- Eu vou ficar bravo de novo.

- Eu já falei que estou bem com isso, não vai dar uma de João sem braço pra cima de mim.- Arthur puxou Dante pra cozinha rindo e o loiro só suspirava.

O casal sai da sala e se criou um clima de tensão e silêncio entre os que sobraram, Joui começa a mexer em suas mãos e senta do lado oposto do sofá ficando bem longe do agasalhado, eles ficaram se olhando de canto tentando não fazer os olhares se cruzarem mas era impossível não acontecer. César só pensava em como sabiam demais sobre os sentimentos um do outro e isso o fazia pifar como um vídeo game antigo que esquentou demais.

Na cozinha o casal observava escondido o que fez Arthur ficar indignado.

- Porra Dante eu dou chance pra eles se resolverem e eles se ignoram, vamos ter que agir como cupidos, vamo voltar.

- Não vamos nos intrometer no relacionamento deles sossega, só aconselhar quando pedirem ou precisarem querido.- Dante revirava os olhos sobe a bancada ,só que na realidade ele achava super fofo a animação do namorado, pegou as coisas que precisava e voltou pra sala o que fez seu namorado o seguir .

Botaram as coisas na mesinha e Joui mesmo sem encarar Arthur podia sentir o olhar de decepção e inquietação sobre si.

- Joui... Sai daí, eu quero sentar no canto com meu namorado, já que eu tenho um.- Falou em tom ríspido e o japonês podia jurar que ele parecia bem maior que ele naquele momento, Dante respirou fundo e ficou olhando Arthur com cara feia.

Joui e César sentaram perto um do outro mas fizeram de tudo para não se encostarem e não se comunicaram em nenhum momento, o filme deu um susto enorme nos dois o que fez eles se abraçarem no desespero e eles congelaram nesse momento. O mais alto estava encolhido nos braços do moreno que o envolvia em um abraço, eles ficarem assim por 5 segundos constrangedores até Joui ouvir o apito do fogão, o maior levantou em um pulo e correu pra cozinha.

[...]

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