Entre telas e flores

Jasmin

Acordo sem me levantar, abro os olhos devagar e vejo César ao meu lado. Eu estava abraçado á ele com cabeça em seu peito. Gostando do seu corpo quente contra o meu, fecho os olhos novamente, alguns segundos depois sinto um movimento dele, mas, não quis dar sinal que tinha acordado por conta da vergonha.
Somente sentindo movimentos dele, ele põe sua mão em minha boca suavemente se aproximando, logo, percebo que ele beijou sua mão. Ele se levanta suavemente tentando não me acordar e ouço o barulho da porta do banheiro do meu quarto, e finalmente posso abrir os olhos corado e em choque.

Eu sento na cama rapidamente não sabendo se grito, quero chamar a liz pra contar o que houve, mando mensagem no nosso grupo. Porquê ele não toma uma atitude? Que nem aquela vez que me prensou na árvore... só de lembrar desse momento sinto borboletas em meu estômago e apoio a cabeça em minhas pernas as abraçando, de repente ouço a porta do banheiro se destrancando e César sair de toalha, lembro-me que o mesmo tinha pedido permissão pra tomar banho ontem a noite mas acabamos por dormir no meio do filme.

- Desculpa Joui, peguei uma toalha no armário que você tinha dito, pode me emprestar uma roupa?- ele estava meio tímido e eu só conseguia o encarar de cima a baixo como se ele fosse alguma obra de arte.

Seus cabelos pretos como a noite presos em um coque, seu olhar sempre cansado que traziam um ar frio me enlouqueciam, ainda mais com o contraste das suas bochechas levemente rosadas, o seu abdômen que não era tão definido mas era bem bonito. Não que desse pra ver o suficiente já que ele tava mais curvado que o normal, talvez pela timidez?

César de repente indireita a coluna se apoia na porta e solta um sorriso debochado.

- Joui vai continuar me secando ou vai me trazer roupas? Talvez você prefira que eu passe o resto do dia de toalha?- ele começa a se aproximar, por estar sentado eu tive uma visão alta de César e era uma ótima visão, ele estende sua mão e afaga minha cabeça.- Jo, tá frio.

Por fim disse com um sorriso meigo, e me sinto meio decepcionado só com o carinho na cabeça, mesmo que fosse bom, levanto e pego as roupas no armário eu não consigo levantar a cabeça de vergonha e sinto meu corpo tremendo um pouco. Joui relaxa você é um templo, um templo certo?

- Toma, acho que vão ficar boas em você já que é baixo.- digo em tom de brincadeira tentando parecer normal, sem olhar em seu rosto.

César não comenta nada e volta ao banheiro, eu saio do quarto em direção ao de Liz e Thiago e bato na porta deles freneticamente.

- CARALHO EU TÔ COM DOR DE CABEÇA.. aí meu Deus eu vou vomitar, THIAGO!- Liz grita e depois ouço o barulho de alguém passando mal, e o sensei ri de fundo depois se aproxima da porta e a abre.

- O Joui, me ajuda a limpar a sujeira que a Liz fez enquanto eu dou um banho nela? Valeu valeu.- ele me puxa pra dentro sem mais nem menos, ele estava sem camisa e pega a senpai no colo e saem em direção ao banheiro da casa.

E eu tô aqui... limpando vômito, só queria contar do meu momento, na próxima conto pro Arthur que gosta de fofoca.

Depois de sair do quarto de hóspedes eu vejo César no andar de baixo e aproveito a chance para tomar um banho no meu quarto.
...

Quando desço vejo Thiago preparando o café da manhã, ainda sem camisa, Liz dormindo no sofá e Arthur e César jogando algo no celular. Sério Thiago custava por uma camisa?

- Jojo fiz café, o que você queria mais cedo?

- Sensei não me chama assim na frente dos outros.... dá vergonha, nada só queria ver como a liz 'tava.

- Ahhh que vergonha o que!- ele me abraça fortemente- viuuu a gente te ama jojo, você essa manhã parecia em desespero, fala logo se não eu aperto mais.

Enquanto Arthur olhava rindo, César olhava com um olhar meio seco e parecia até assustador.

- PAI VOCÊ TÁ ME ENVERGONHANDO!- de novo... ele me solta e começa a rir enquanto pega o celular.

- agora fala vai, tô gravando, anda ARTHUR ACORDA A LIZ.

- Por que essa comoção toda?- césar pergunta notoriamente confuso e Arthur responde se levantando.

- Joui as vezes solta um mãe e pai pra Liz, já até chamou meu pai de pai hahahaha, aí ele sempre fala que nunca mais vai fazer ,então, toda vez que ele fizer agora a gente vai gravar e mandar no nosso grupinho pra todo mundo. - disse enquanto chacoalhava Liz.

- Que foi caralho me deixa.- a garota levantou com a pior cara do mundo e logo se esqueceram de mim para rir da mesma.

- PARECE- AI MEU DEUS, AI PARECE QUE UMA VACA LAMBEU A CARA DELA E DEPOIS CUSPIU, SENHOR AMADO.- Dizia Thiago quase morrendo engasgado enquanto levava todos em volta a risadas.

O cabeludo em meio ao caos estava quieto, mais que o normal, parecia pensativo, e entre risinhos me aproximei pondo minha mão na sua.

- Está tudo bem César?‐ obviamente preocupado eu comecei a pensar que ele não estava se sentindo parte do grupo ou que ele estava desconfortável.

Ele virá pra mim sério e me puxa pelo meio de todo mundo para fora, só que ele não foi pela porta da frente e sim pela porta dos fundos, onde eu tinha um jardim pessoal com uma enorme árvore no meio de muitas flores, de repente o menor para estático e me olha com cara de arrependimento.

- Desculpa joui eu não queria te puxar assim eu agi por impulso- aquilo é uma cerejeira? Quer dizer aí Joui meu Deus, não é que... esse lugar é lindo sabia?- Ele falava tudo rapidamente sem respirar, e eu que já não conseguia entender mais nada só conseguia pensar na sua mão segurando a minha.

Depois de apertar minha mão e respirar fundo ele põe suas mãos em meu rosto e diz.

-Joui... eu gosto de você, não, eu sou perdidamente apaixonado por você. Toda manhã eu penso em você, até aparece em meus sonhos e isso tá me deixando louco- - seu celular começou a vibrar por mensagens mas César ignorou me encarando atentamente.

- *EU TAMBÉM*- disse em japonês sem perceber e o menor me encarou confuso- quer dizer.... eu também amo você.

Eu iria puxar ele para um beijo só que o celular irritante do mesmo continuava a tocar que o fez perder a paciência e olhar o que era, depois de encarar o celular ele entrou em choque e fez uma cara de desgosto, e mesmo assim continuava bonito...