oh amor

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Enquanto suas baboseiras entram em minha cabeça sem defesa, o velho toca o seu violão, lembrando da bela garota que roubou seu coração, foi a tanto tempo, mas ele ainda se lembra de cada beijo apaixonado, ele lembra do seu carinho e é por isso que ele está lá, tocando a mais bela melodia para que ela ouça, ouça o quanto aquele homem esperou para tomar seus lábios.

- aquela noite ainda invade meu coração, aquela noite ainda é o meu desespero, flora.

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O que há em amar quem eu amo? O que há de novo uma revista se o que eu quero está na minha frente, se tudo o que procuro é o amor que já foi meu. Ria o quanto quiser, me julgue até que o céu caia, me machuque, bata forte, de joelhos eu não implorarei, eu olharei sorrindo, direi que a mulher que amo está logo ali, então sai da frente, hoje é a minha vez de pagar o sorvete.

Seu beijo era tão doce, era a fruta mais proibida ao qual já provei, oh sim.... Você foi a mulher, não, você foi meu motivo para voltar pra casa com um sorriso na cara.... você já foi e hoje eu volto triste depois de visitar sua cova, oh meu amor.
Abra está janela que sol está radiante, querida, então ligue para os murmúrios, apenas me de a mão, me deixe mostrar que eu sou o homem mais feliz dessa vida pacata por ter o seu amor. Não sorria triste, não se afaste, não me deixe nesse mundo frio, não me faça viver com esse vazio.
Meu trabalho foi tão longo, eu precisava de você, precisava do seu sorriso, mas naquele dia eu não vi o seu sorriso, não é? Oh minha garota, o que fizeram, o que fizeram com você?
As sirenes denunciavam e eu lembro da minha boca amarga e então eu te perdi, não.... não.... não, eu não quero que vá sem se despedir, então volte e vamos esquecer os problemas, vamos esquecer, não me deixe sem a nossa história meu amor.

Você se foi, me deixou com esse vazio sem fim e uma carta que ainda não li, mas no final daquela tarde com uma rosa eu me despedi, com um terno preto eu a vi partir. Oh melancolia se vá, desapareça.. desapareça antes que eu me aborreça.
Me lembro que naquela tarde eu sai, sai para um lugar a onde eu nunca vi, pedi para o garçom me despertar, então me trouxe um copo da cachaça mais forte, tomei e ainda não me senti.

Sua carta estava borrada, sua letra eu entendia, ela dizia que uma mulher como ela deveria morrer por se afogar em comida, que seu corpo era o seu fracasso. Oh meu amor, oh meu amor, oh não, não diga tais palavras tolas, não diga tais baboseiras.

Meu amor não era com o seu corpo, o meu amor era por ser gentil e doce, mas não negaria que amei me perder por cada curva, cada estria, celulite, cada espinha, cada "imperfeição" era o meu labirinto, labirinto esse que me fazia sorrir. Eu só queria estar perdido
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Nessa estrada escura sigo caminhando para encontrar minha paz, já com meu violão em mãos eu a vejo, eu já não era velho e você já não estava morta. Ah meu amor, eu esperei tanto tempo para a ver e estamos aqui.

A sua morte foi o meu precipício e a minha morte foi o nosso novo começo.

Contos do LoboOnde histórias criam vida. Descubra agora