Contos do Lobo

melancolia

O que há para que eu possa sair deste pensamentos tão melancólicos?

     Lá estava eu, sempre afirmando ser o mais cruel inverno, os mais rigoroso, ao qual nem mil tochas iriam ousar se aproximar, mas como um coelho, fui pego na cruel armadilha do lobo. Me prendi em suas presas, o ouvi quebrar meus ossos, ouvi meu sangue gotejar naquela neve branca, da cor da mulher que já foi minha. Era como uma memória sem ânimo para ser visto, algo que já vi e repeti mais do que já pude contar.

  Lembro-me de suas doces palavras, a velha tomou o seu café amargo e me confidenciou os seus segredos. Naquela mesa eu ouvi algo tão assustador que facilmente me pegou, então foi assim, foi assim que cai na armadilha do caçador.
    

   Lembro-me dos meus doces amores, muitos escondidos, mas tudo bem, as paredes guardaram o nosso segredo...era isso o que eu queria, mas não, não existe um crime perfeito se éramos os principais suspeitos. Naquela noite ouvi seu não, sua súplica para que eu fosse, então puxei minha bagagem, coloquei tudo que foi me oferecido e sai de lá com nada em mãos, pois suas palavras eram a mais bela mentira que já não existia. Então pegue suas promessas, pois joguei todas ao vento.

  Lembro-me de outra, uma moça que me amou por um tempo a mais, mas que se perdeu em seu próprio papel e lá estava sua máscara ao chão, o seu sorriso não era tão cativante, olha aquela mulher era algo dilacerante, então puxei novamente minha bagagem, levei sua máscara junto a mim, logo a joguei para o seu fim, afinal, aquele dia não era halloween.

Lembrei-me de um moço bonito, de sorriso lindo, para ele eu queria voltar, mas uma pena que por outro ele ousou voltar, assim foi desfeito mais outro pedaço que ficaria perdido por lá.

   Lembrei-me de agora, que uma aliança no bolso coloquei, a espera de alguém que me faça esquecer esses outros alguém.