Capítulo 03

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P.O.V. Kate

Depois da desagradável surpresa logo cedo, o dia estava indo super tranquilo até que um médico resolveu dar show no refeitório quando minha colaboradora o solicitou que retirasse o jaleco.

Resolvi o problema com classe e o colocando em seu devido lugar. Mesmo se o Papa chegar aqui de jaleco vai ter que tirar.

Regras foram feitas para serem seguidas, inclusive para quem se acha um deus.

Eu falei isso com o bonitão. Desse jeitinho, com essa delicadeza toda.

Ele ficou puto, é claro. Mas os olhares à nossa volta o deixaram um pouco sem graça e a criatura entregou o bendito jaleco para guardarmos.

Claro que ele não vai deixar barato, mas eu não estou preocupada com isso.

São as regras, se ele quer burlar, que convença o setor de Controle de Infecção Hospitalar de que o seu manto sagrado não pode ser retirado.

Também falei assim e o médico teve o bom senso de desistir do barraco.

Não tenho juízo, eu sei. Mas também não ligo.

Meu celular toca e ouço o áudio do meu amigo Dudu me chantageando para almoçar com ele. Fiquei ainda mais animada quando vi quem estava ao seu lado.

Eu não deveria, mas não consigo parar de pensar na Maitê.

Raio de mulher bonita e simpática, que merda. Bonita, simpática, educada, simples e gostosa. Merda ao quadrado.

E ela também gosta de manjar! Pra quê que ela foi falar aquilo?

Minha mente pervertida devido ao período fértil em que estou já me transportou para uma realidade alternativa onde eu passava manjar no seu corpo e lambia... Merda ao cubo!

Aposto que ela tem pé feio, joanete, unha encravada... algum defeitinho de fábrica aquela mulher deve ter, não é possível.

O almoço estava bem tranquilo e divertido. Conversamos mais um pouco e várias pessoas me cumprimentaram nesse interim.

Dudu estava queimando meu filme e pedi para alguém mudasse de assunto. Péssima ideia.

— Deixa que eu mudo! Que história é essa que você quase foi presa semana passada?

A Nalda do faturamento pergunta e Dudu gargalha.

Como não tenho vergonha na cara mesmo, então resolvo contar a história.

— Fiz o Mestrado em Assunção, capital do Paraguai. Aí quando estava voltando da última viagem, quando fui apresentar a tese, resolvi comprar um presente para a mãe do Dudu.

Meu amigo já estava rindo tanto, que chegou a lacrimejar.

— Bom, quando montei a mala, precisei tirar algumas coisas das embalagens, porque as caixas eram grandes e tal.

— Você trouxe muita coisa?

Maitê pergunta, totalmente interessada no assunto.

— Nossa, uma muambada danada! — Eles riem e continuo. — Desde temperos, a um celular novo e brinquedinhos especiais.

— Bota brinquedinhos especiais nisso, não é amiga?

Eduardo está quase passando mal, e contagia todo mundo que ri mesmo sem saber o resto da história.

— Sim. Eu acho que eles viram meus temperos no scanner e fui chamada para abrir a mala maior. Até aí, tudo bem, eu não tinha nada ilegal, mas...

O Coração de Maitê (Degustação - disponível na Amazon)Onde histórias criam vida. Descubra agora