Chapter 10

113 17 17
                                    


Lev Haiba

Observo da mesa Kenma cozinhando ao lado do fogão, normalmente ele não estaria ali acordado tão cedo. Mas como eu havia sido aceito na agência de modelos ele fez questão de levantar para cozinhar pois era uma ocasião especial. 

Porém eu acho que ele está gostando de cozinhar pois cada vez mais ele procura motivos para isso.

Sentado aquela mesa com todos se divertindo e falando sobre meu novo emprego eu apenas sorrio, mas não estou feliz.

Claro é incrível passei em uma das melhores agências e vai ser um trabalho muito bem vindo mas ainda sinto um vazio enorme dentro de mim, desde que tive aquele sonho estranho. Não sei bem o que aconteceu mas lembro de um garoto e sei que ele chorava.

Senti uma dor em minha cintura e passei a mão no lugar não sei porque doía tanto era apenas uma marca de nascença.
 

A tarde estava sentado no balcão da lanchonete de Hinata enquanto o mesmo estava do outro lado sorrindo e entregando pedidos. A floricultura do outro lado estava mais bonita a cada dia, as flores pareciam mais vivas, um garoto de cabelo enrolado e máscara que estava atendendo os clientes.

-Aqui - olhei para o ruivo que colocou uma xícara de café em minha frente - por conta da casa.

-Se continuar me mimando assim vai a falência - ele riu.

-Bom sim mas....no futuro vou ter um amigo modelo para me sustentar - ele riu novamente me fazendo rir também -Você esta bem? Parece um pouco pensativo.

-Estou......Shoyo o amor é difcil não é? - Não sei porque perguntei isso apenas estava pensando muito nesses dias.

-Bom...é sim muitos de nós desistem do amor por diferentes razões a fala de que "quem quer dar um jeito" é totalmente errada - sorri para ele.

-Você já desistiu de um amor?

Ele ficou sério e me encarava mas logo depois sorriu e começou a limpar o balcão.

-Eu....já a muito tempo, mas eu precisava para que a pessoa conseguisse seguir em frente.....comigo ele estaria apenas se prendendo a algo.

-Hummmm.

Ficamos em silêncios por uns bons segundos.

-Pode me ajudar na lanchonete ou na floricultura se quiser, talvez você se sinta melhor.

-Sério?

-Claro.

Sorri levando a xícara a boca sentindo o líquido quente descer pela garganta enquanto o menor se apoiava no balcão para me observar.

-Está uma delícia como sempre.

Yaku Mourisuke

Após descer do maldito ônibus de viagem segurava a tela com um pouco de firmeza nos braços e fiquei ao lado de meus colegas que pareciam mais do que felizes de estarem ali de manhã cedo.

-Bom pessoal - a professora disse sorrindo e batendo palmas para chamar a atenção de todos - quero que explorem o local e capturem o melhor que ele pode lhes oferecer.

Revirei os olhos com a alegria que todos radiavam e comecei a andar sozinho pelo lugar enquanto os outros andavam em duplas.

Havia uma casa enorme atrás de toda aquela plantação alguém muito rico deve ter vivido ali e devia ter vivido muito bem, com a venda dessa casa creio que viveria da melhor forma e nada faltaria em minha vida. Porém como um grande apreciador de coisas antigas sei que nunca teria a coragem de fazê-lo.

Enquanto andava percebi algumas rosas brancas em uma parede enorme de grama o lugar não me parecia estranho mas fiquei fascinado com o local e entrei pelo pequeno corredor que havia ali. Parecia até como se fosse alguns pontinhos de neve. Após andar um pouco parei em um lugar onde o chão era feito de pedras e no meio dele havia uma mesa de ferro com algumas cadeiras ambos estando bem enferrujados.

Fui andando com calma e me sentei em uma das mesas tendo um pouco de dificuldade para mexe-las já que eram bem pesadas. Uma vez confortável posicionei minha tela e fiquei ali esperando uma inspiração.

-Oh não imaginei que alguém visse aqui - tomei um susto ao ouvir uma voz desconhecida e um pouquinho afastado de mim havia um senhor que deveria ser um pouco mais baixo do que eu - sou o dono do local.

-Me perdoe não quis invadir - disse já me levantando.

-Não, não pode ficar.....você me lembra muito alguém sabia?

-Ah é - disse me sentando novamente - porque não me conta enquanto lhe desenho?

-Acho uma proposta formidável - e então se senti um pouco afastado aquela cena me parecia tão parecida - Qual o seu nome?

-Yaku Mourisuke.

-É um nome bonito.

-Obrigado.

Ficamos em silêncio por alguns minutos até que ele voltou a falar.

-Você me lembra o meu avô - ele disso olhando para as flores - se parece um pouco com ele......ele amava esse jardim e ao vê-lo sentado aqui da mesma maneira que ele me surpreendi.

-Me desculpe não quis assustá-lo - ele riu.

-Não...não assustou.

-E como ele era? - perguntei já tendo um esboço do moço  a minha frente.

-Ele era....bem irritadinho pois não era tão alto - ele riu como se um filme passasse em sua cabeça - mas na epóca que oeu o conheci ele era triste.

-Triste? - perguntei me afastando um pouco do quadro para encará-lo.

-Sim......sabe ele se casou com uma mulher mas nunca oi feliz ao seu lado...ele amava um homem.

-Ah entendo...e naquela época era considerado errado.

-Isso mesmo....mas meu bisavô era uma pessoa terrível e para afastá-los mandou o matar.

-Ele fez o que? - falei incrédulo de tamanha maldade.

-Ele tinha dinheiro ninguém o iria parar....- ficamos em silêncio e voltei a desenhar - o garoto era o jardineiro desse jardim, e então quando o mesmo morreu meu avô contratou inúmeros jardineiros para cuidar de suas flores para que sempre ficassem vivas e belas.

-Bom ele fez um bom trabalho elas são lindas - ele sorriu.

-Sim....fico agradecido....ele ficou bem abalado mas mesmo assim foi um bom pai e marido como a época solicitava e se posso dizer era um homem incrível, ele também pintava e era um dos melhores que já tinha visto.

Sorri para ele.

-Adoraria conhecê-lo.

-Tenho certeza que ele também adoraria.

Depois de uns trintas minutos de desenho terminei arrancando a folha e o entregando.

Ele sorriu e pareceu surpreso ao vê-lo.

-O seu traço é tão único quanto o dele- sorri pelo comentário sua companhia me fizera bem - sabe eu não tenho filhos foi, e ofereci o local para que as faculdades viessem para que encontrasse um pintor parecido com meu avô e ele pudesse carregar um pouco de seu sonho com ele - do bolso ele tirou um envelope mal feito que não tinha um formato muito certo.

O segurei e comecei a abri-lo ao tirar o papel percebi que era um pincel, com pontas super macias e uma rosa verde no final.

Senti meu peito doer ao vê-lo e senti lágrimas vindo ao meus olhos.

-Ele adorava esse pincel e pediu para que eu cuidasse bem dele......será que posso contar com você.

-Sim.....você pode - disse soluçando e aos poucos deixei meu corpo cair no chão.

Por algum motivo eu me lembrei de uma coisa.....Lev....Lev Haiba.

Eu não sei da onde lembrava seu nome mas não conseguia associar um rosto ou uma voz assim apenas a um sentimento quente em meu peito.

Soulmates I - I will love you even in other livesOnde histórias criam vida. Descubra agora