Conto 1 - Vernissage

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Para @__amoraa__, musa inspiradora, controladora de corpo e mente 

Quando olhou o relógio de parede, viu que faltavam cinco minutos para as oito. Um arrepio percorreu seu corpo. Notou um leve tremor nas mãos quando abriu a maçaneta do banheiro. Olhou-se no espelho. Engoliu a seco. Jogou água no rosto. Queria ter certeza de que não estava num sonho. A água fria respingou no rosto. Não havia o que duvidar. Estava prestes a ter um jantar histórico.

A ideia tinha sido dele. Unir o talento de fotógrafa amadora com a domme que pulsava sob a pele dela em um pequeno jantar. "Uhhh", tinha sido a resposta dela por mensagem. Era a senha de que ela tinha adorado. Seriam seis convidados, um dom, uma sub, um casal baunilha, uma amiga dele, um amigo dela. A maioria só conhecia os anfitriões. O convite era para conhecer gente nova, jogar conversa fora, comer, beber, ouvir música. A intenção, no entanto, era outra: nas paredes da sala e da cozinha americana estariam quatro fotografias com tamanho 60 x 40. Tinham sido editadas por ela ao longo das últimas semanas e eram resultado de algumas sessões dela com ele. "Além de meu cachorrinho, é meu modelo", ela dizia quando o fotografou com a câmera. Se alguma coisa ficasse boa, quem sabe ela enquadrava e dava para ele.

Quando ela entregou uma foto que tinha gostado a ele, ele elogiou e viu os pequenos olhos dela brilhando. Elogiou de novo o ângulo e o olhar diferenciado. Disse que ia colocar ali na sala. Ela apertou os lábios que dispensavam batom. Ele sentiu que as frases tinham deixando-na ainda mais poderosa.

"Imagina marcar um jantar e ter e algumas fotos na parede?" Ela o encarou. A princípio pensou que fosse uma brincadeira, mas sentiu que o tom de voz dele era sério. "Uau, é uma ótima ideia."

Apertando os lábios e com os pequenos olhos brilhando, ela começou a olhar em quais paredes poderiam ser afixadas fotos. "Serão quatro", anunciou.

As lembranças se desfizeram quando a campainha tocou. Ele se dirigiu com o coração acelerado à porta. Era ela. Abriu a porta.

Ela entrou. Logo ele percebeu o aroma de morangos dela, que não usava perfume. Estava de franjinha, cabelos negros lisos. Estava com uma blusinha e uma saia. De saltos altos. Ele lembrou-se de quando ela enviou uma foto, meses atrás, com aqueles saltos. Ele tinha passado horas vendo, assim como qualquer foto que ela mandasse. Ele se ajoelhou e beijou os dois pés dela. Ela acariciou os cabelos dele.

Fez com que se levantasse.

"Quer ver as fotos?"

"Lógico!"

Ele a levou a cada um dos quatro cantos da casa em que as fotografias estavam afixadas. As fotografias tinham sido afixadas por ele no dia anterior. Ela só agora as via. Nenhuma expunha rostos, a privacidade de ambos estava preservada. Como era de seu feitio, as fotos abusavam de ângulos diferentes, borrões propositais, eram mais sobre atos que sobre personagens, apresentavam um ar de mistério para quem as olhava. Eram em branco e preto, com exceção de uma. As imagens mostravam o submisso ajoelhado aos pés dela, o submisso de costas encoleirado, uma foto borrada de propósito em que ele estava beijando os pés dela e uma foto do corpo dele nu deitado em uma cama em que seus braços e pernas estavam presos por uma corda vermelha. Ela tinha selecionado as fotos. Achava que tinham uma certa harmonia. "Um submisso encoleirado é uma das coisas bonitas de se ver", disse em um dos primeiros encontros.

"As molduras estão excelentes, o papel de impressão também, ficou lindo, cachorrinho!"

"Você fotografa muito bem, minha Vênus"

Ela começou a olhar com atenção cada foto, apertava os lábios, que ficavam ainda mais vermelhos. Seu olhar reluzia. Ela exalava poder e sensualidade.

"Quando eles chegarem, será que eles vão reparar nas fotos?"

"Acho que sim"

"Será que eles farão muitas perguntas? Quais perguntas?"

"Não sei, será que vão perguntar quem é? Será que vão suspeitar que o sub sou eu?

"Talvez!"

Ele engoliu a seco. O rosto ficou vermelho.

"A ideia foi sua, não, cachorrinho?"

"Foi, sim, quero que seu ego vá até a lua."

"Então seja um bom ator e não façam eles desconfiarem"

Ela se aproximou dele e levou a mão sob a calça dele.

"Pauzinho não deixa de mentir que você gosta de viver perigosamente"

"Sim, não deixa."

"Vadia safada!"

"Sou sua."

"Será que eles vão notar nessa foto sua amarrado que esse pauzinho é seu?"

"Não sei."

"Talvez!"

Ela levou a baba do pauzinho até a boca dele para que experimentasse.

"Agora vamos deixar você do jeito que eu quero."

"Sim, minha Vênus."

Foram ao quarto. Ela acendeu as luzes.

"Tira!"

Ele tirou a camiseta branca que vestia e a deixou sobre a cama. Baixou a bermuda e a cueca. Ficou nu à frente dela. O pauzinho babava e estava duro com a ordem.

"Será que hoje você vai vestir o fio ou vai ficar sem nada sob a calça?", disse abrindo o guarda roupa.

Tirou uma cueca fio preta e deu em suas mãos. Ele a vestiu.

"Levanta bem, cachorrinho, quero ela roçando bem esse cuzinho guloso, a gente sabe a vadia que você é!"

Ele obedeceu.

"E sei que minha vadia gosta de um plug além do fio, né?"

"Gosto!"

Ela abriu a primeira gaveta, onde ele guardava os acessórios. Retirou um plug branco de silicone e um tubo de KY, besuntando a ponta.

"Vira!"

Ele se virou de costas para ela, que afastou o fio e foi enfiando o plug dentro do cuzinho dele. Ela levou a outra mão ao pauzinho dele retirando a baba, que se fazia mais presente.

"Você não se tocou, certo?"

"Não, sei que não posso!"

"Ótimo!"

Ela pegou o celular.

"Os primeiros convidados estão para chegar, cachorrinho! Vista a calça, estou ansiosa pra saber se eles vão prestar atenção nas fotos e o que irão falar"

"Imagino!"

"Será que eu vou me sentir hiper poderosa?"

"Uhum"

"Será que ainda vou fazer você receber os convidados de coleira?"

"Ainda vai"

O interfone tocou. Ela o encarou e acariciou seu queixo.

"Respira fundo, minha vadia, o show está para começar!"

Contos para VênusOnde histórias criam vida. Descubra agora