O sinal havia batido, a aula tinha acabado. Era a hora de todos irem embora. Menos eu e meu grupo do trabalho de Biologia.
Quer dizer, a garota estranha teria que ir embora, a mãe dela não tinha autorizado ela ficar na escola, e foi até bom, ela era um pé no saco.
Mas era um boa chance do garoto JVM (abreviação do nome dele, fica mais fácil a identificação) e eu se aproximarmos.
Primeira coisa que fiz ao sair da escola foi avisar a monitora da van que eu não iria voltar, o garoto do meu grupo que também era da minha van (irei chamá-lo de CP, eu não trabalho com nomes, mas sim com abreviações, pois alguém da escola pode ler e eu iria me ferrar, sei lá, é uma paranóia) foi junto comigo.
Enquanto eu vivia igual uma barata tonta correndo pra lá e pra cá, seguindo os mesmos passos da garota da voz irritante (BL abreviação do nome dela), CP praticamente deitava debaixo da árvore que havia de frente da escola.
Um momento, a garota negra e linda (L, ainda vou descobrir o sobrenome dela pra ficar mais fácil de abreviar), chamou a BL pra ir pra casa dela. Sosseguei na minha e fui sentar ao lado do CP. Puxei um pequeno assunto pra descontrair, dizendo que iria no mercadinho ao lado e perguntei se ele iria querer algo.
Uma coisa que me deixa puta da vida, é oferecer algo que eu vou comprar e a pessoa recusar, não sei, a vontade que eu tenho é de força-la a querer.
Pedi pra ele me acompanhar até o mercadinho e fomos nós dois, conversando e rindo (ele praticamente ri de tudo, é um bobão, mas um bobão engraçado). Fiquei com vergonha quando dois transporte da escola passou por nós, qualquer um poderia pensar que eu e ele só estávamos indo a pé para casa pra ter um momento a sós, não sei, mas eu sou muito paranóica e vocês vão isso no decorrer do tempo.
Comprei um salgadinho e uma coquinha zero, e comprei um cone trufado de brigadeiro onde mais tarde eu descobriria ser o melhor cone trufado que já comi na vida.
Ao sairmos do mercadinho, ofereci outra vez e ele recusou, me fazendo soltar um "Você não quer nada também, eu hein!", como sempre, ele riu.
Encontramos as garotas no meio do caminho, dizendo que tinham esquecido de nos chamar e que tavam correndo igual loucas procurando por nós. Okay né, fomos para a casa da L.
Foi constrangedor, eu nem conhecia a garota direito, quem dirá a mãe e os amigos dela, que eu tenho certeza que eles se conhecem desde o infantil, mas todos tiveram a mesma reação ao entrar na casa dela. Ficamos parados igual estátuas, ela ofereceu água umas 5 vezes, apenas CP recusou.
Voltamos para a escola e BL disse que JVM não ia vir pois sua mãe não teria deixado também, nunca fui tão decepcionada em toda a minha vida, eu estava tão animada! Eu praticamente só tinha ficado por conta dele.
Foi triste, mas o dia foi tranquilo. Eu gostaria de fazer o trabalho em forma de slides, pelo computador é mais rápido e mais prático, as garotas decidiram cartazes, já que gostavam de escrever e queriam fazer todo pomposo e sabe, coisa de garota.
Eu sei que sou uma, mas eu não me dou o trabalho mesmo de tacar glitter e deixar tudo glamuroso que nem certas meninas, o que importa é o conteúdo. Se não podemos julgar um livro pela capa, não julgue um cartaz pela aparência.
Todos tiraram as máscaras e pude ver o rosto delas, e poxa, CP estava tão bonitinho. Ele era feio antes, mas agora eu até pegava.
Foi legal, ficamos conversando sobre diversos asuntos, mas o trabalho que é bom não rendeu nada. Apenas margem, título e subtítulo.
Fiquei o trabalho todo admirando as sardas no rosto de CP, eu achava sardas muito bonitas e charmosas, eu até tentava fazer no meu rosto com henna ou lápis de olho. O sorriso dele, era contagiante.
É, parece que ele não era tão chato como antigamente.
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A Verdade Por Trás De Um Romance Colegial| RANTS
No FicciónApenas um relato verdadeiro sobre como realmente funciona o romance Colegial.