O peso de não ser bonita

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Na aula de educação física, costumo jogar vôlei apenas para contar como ponto de participação, mas alguns garotos que não foram jogar futebol, tiveram que jogar com a gente, as meninas.

BT, um garoto que conheço desde de pequeno mas somos longe de ser grandes amigos, costumamos conversar e as vezes até ficar, estávamos até marcando um dia para sair, quando no dia seguinte ele aparece namorando.

A namorada dele eu conheço, durante uma excursão escolar para um parque aquático, ficamos andando juntas e indo em cada tobogã e piscina, fazendo com que virassemos amigas.

Não era como se ela fosse minha best friend, apenas nos falavamos e sempre combinavamos de andar juntas de novo se houvesse outra excursão.

Como ela era mais nova na época, minha turma foi para o período da manhã e não tive tanto contato com ela como antes.

Hoje em dia ela vai na minha sala apenas para beijar o BT e depois vaza, mesmo eu estando perto ou sei lá. Já ponderei se ela não falava comigo por não me reconhecer, já que eu cortei o cabelo. Mas não sei, outro dia BT disse meu nome na frente dela, talvez ela só queira me evitar mesmo.
      
Enfim, BT não ia jogar bola com os meninos hoje e resolveu jogar vôlei conosco, com ele veio JVM, o moleque que eu supostamente tava gostando.

Eu resolvi não entrar no grupo do JVM, porque sei lá, eu queria ser adversária e ganhar dele, pra ele ver o quanto eu sou boa (na real, nem sei jogar direito, mas na frente do boy a gente vira a própria atleta né).

Entrei no time adversário e eu comecei a jogar, bom, as meninas são daquele jeito né, mal saem do lugar, só rebatem se a bola cai diretamente na direção delas e as vezes nem isso, desvia achando que outra pessoa fará isso. Elas não leva tanto a sério como eu, já que sou um pouquinho competitiva.

Eu era a única pessoa que me movia em todo canto pra tentar rebater e dar o meu melhor, não era nem porque JVM estava lá, mas sempre era assim, queria que a professora visse que eu tava participando para não me mandar fazer lição da apostila (já que quem não praticava aula prática, tem que fazer a teórica), e vôlei não costumava ser tão difícil quando o grupo inteiro parava para ajudar.

Mas eu tava literalmente sozinha nessa, o que era um tanto difícil com um garoto no time do outro lado.

Enfim, tínhamos perdido os 5 pontos e BT veio na minha direção, me abraçando (sempre que estávamos indo falar um com o outro, sempre nos abraçamos, mesmo não tendo tanta intimidade mas sei lá, já virou um hábito), falando pra mim sair.

Achei que era uma brincadeira, mas ele disse pra mim sair da quadra de novo, questionei e ele falou que por conta de ter mais pessoas querendo jogar, após a perda dos 5 pontos ele escolheria alguém para eliminar do time perdedor e adivinha? Fui eu.

No começo eu não havia ficado tão chateada, mas com o decorrer do tempo fiquei com raiva, porque eu entendi a sacada daquele filho da puta. Eu era a única menina que me esforçava pra sacar, rebater, para fazer meu time ganhar, mas não, ele preferiu eliminar a única pessoa melhorzinha daquele time para ficar jogando com as meninas bonitas com mão de alface.

Naquele momento me senti excluída, só por não ter  a beleza que elas tinham, e ver do outro lado JVM abraçando as garotas que faziam pontos pelo seu grupo, me deixou mais puta ainda.

Fui ao banheiro e fiquei o resto da aula por lá mesmo com a DB, que me contava novidades de uma fofoca do qual ela participava.

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