Ester
Anderson e Telma já haviam se demitido do restaurante e ao verem meu estado, me colocaram no carro, rumo a Santa Catarina.
Seriam aproximadamente 10 horas de viagem, e mesmo com minha recusa, pegamos a estrada no final da tarde de sexta-feira.
Meu pai não teve um simples mal-estar, ele teve um princípio de infarto e ficaria três dias internado. Eu precisava vê-lo com meus próprios olhos, saber que estava tudo bem.
— Eu quero matar o meu irmão. – desabafei horas depois, quando paramos para comer alguma coisa no restaurante de um posto de combustível.
— Tudo bem, eu ajudo a enterrar. – Telma respondeu segurando a minha mão, para me confortar.
— Melhor voltarmos a estrada meninas, estamos na metade do caminho. – Anderson nos lembrou.
— Se você não se importar, eu gostaria de dirigir um pouco, posso? – pedi.
— Tem certeza? – ele perguntou.
— Sim, estou sem sono, assim você descansa.
Anderson lançou a chave do carro em minha direção, e eu a apanhei no ar.
— Acho que vou atrás com ele, Ester, você se importa? – Telma perguntou sorrindo.
— Depende, vocês vão ficar de putaria?
— Sempre.
— Então, não senhora, você vai comigo na frente, me distraindo, ou bolando um plano para acabar com o meu irmão. – respondi abrindo o carro.
— Tudo bem, olha o que tenho aqui. – ela falou mostrando uma caixa de bombom que comprou no restaurante do posto.
— Quando comprou isso, que não vi?
— Na hora em que você foi ao banheiro. – ela respondeu se sentando no banco do passageiro.
— É tudo o que estou precisando. – respondi ligando o carro e voltando para estrada.
Ainda não havia amanhecido, quando paramos na porta da casa dos meus pais, estranhei o carro do meu irmão parado em frente e usando a chave que eu tinha da casa, entramos sem fazer barulho.
Meu irmão dormia no sofá, nu, com uma mulher, que não era minha cunhada, em seus braços.
— Você só pode estar brincando. – falei alto, acordando os dois ao mesmo tempo.
A mulher começou a gritar, assustada, enquanto tentava apanhar sua roupa espalhada pelo chão.
— Que diabos está fazendo aqui, Ester?
— Que diabos você pensa que está fazendo aqui? Seu imbecil. – gritei partindo para cima dele e sendo contida pelo Anderson.
— Ei, eu vim ver se estava tudo bem com a casa, mamãe ficou no hospital.
— Lugar em que você deveria estar, não acha? Aliás, aposto que é onde sua esposa pensa que está passando a noite, agora eu entendo por que ela não gosta dos nossos pais, eles são sua desculpa para cair na putaria.
— Você é casado? – a voz da mulher nos lembrou que ela ainda estava ali.
— Casado a mais de dez anos, duas filhas e um fracassado, que perdeu a casa dos nossos pais para o banco, então querida, caia fora enquanto ainda dá tempo.
— Não se preocupe, quero distância de homens assim. – a mulher falou batendo a porta quando partiu.
— Olha como fala, Ester. – meu irmão falou, tentando chamar a minha atenção.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Bebê Por Contrato (DEGUSTAÇÃO)
ChickLitATENÇÃO: A HISTÓRIA PARCIALMENTE EM 07/04/22. E-BOOK COMPLETO NA AMAZON. ************************************* Miguel Rossini sempre teve tudo o que o dinheiro poderia comprar, menos o amor de uma família. Órfão ainda pequeno, ele foi criado em um...