Capítulo 6

1.8K 433 61
                                    

Ester

Anderson e Telma já haviam se demitido do restaurante e ao verem meu estado, me colocaram no carro, rumo a Santa Catarina.

Seriam aproximadamente 10 horas de viagem, e mesmo com minha recusa, pegamos a estrada no final da tarde de sexta-feira.

Meu pai não teve um simples mal-estar, ele teve um princípio de infarto e ficaria três dias internado. Eu precisava vê-lo com meus próprios olhos, saber que estava tudo bem.

— Eu quero matar o meu irmão. – desabafei horas depois, quando paramos para comer alguma coisa no restaurante de um posto de combustível.

— Tudo bem, eu ajudo a enterrar. – Telma respondeu segurando a minha mão, para me confortar.

— Melhor voltarmos a estrada meninas, estamos na metade do caminho. – Anderson nos lembrou.

— Se você não se importar, eu gostaria de dirigir um pouco, posso? – pedi.

— Tem certeza? – ele perguntou.

— Sim, estou sem sono, assim você descansa.

Anderson lançou a chave do carro em minha direção, e eu a apanhei no ar.

— Acho que vou atrás com ele, Ester, você se importa? – Telma perguntou sorrindo.

— Depende, vocês vão ficar de putaria?

— Sempre.

— Então, não senhora, você vai comigo na frente, me distraindo, ou bolando um plano para acabar com o meu irmão. – respondi abrindo o carro.

— Tudo bem, olha o que tenho aqui. – ela falou mostrando uma caixa de bombom que comprou no restaurante do posto.

— Quando comprou isso, que não vi?

— Na hora em que você foi ao banheiro. – ela respondeu se sentando no banco do passageiro.

— É tudo o que estou precisando. – respondi ligando o carro e voltando para estrada.

Ainda não havia amanhecido, quando paramos na porta da casa dos meus pais, estranhei o carro do meu irmão parado em frente e usando a chave que eu tinha da casa, entramos sem fazer barulho.

Meu irmão dormia no sofá, nu, com uma mulher, que não era minha cunhada, em seus braços.

— Você só pode estar brincando. – falei alto, acordando os dois ao mesmo tempo.

A mulher começou a gritar, assustada, enquanto tentava apanhar sua roupa espalhada pelo chão.

— Que diabos está fazendo aqui, Ester?

— Que diabos você pensa que está fazendo aqui? Seu imbecil. – gritei partindo para cima dele e sendo contida pelo Anderson.

— Ei, eu vim ver se estava tudo bem com a casa, mamãe ficou no hospital.

— Lugar em que você deveria estar, não acha? Aliás, aposto que é onde sua esposa pensa que está passando a noite, agora eu entendo por que ela não gosta dos nossos pais, eles são sua desculpa para cair na putaria.

— Você é casado? – a voz da mulher nos lembrou que ela ainda estava ali.

— Casado a mais de dez anos, duas filhas e um fracassado, que perdeu a casa dos nossos pais para o banco, então querida, caia fora enquanto ainda dá tempo.

— Não se preocupe, quero distância de homens assim. – a mulher falou batendo a porta quando partiu.

— Olha como fala, Ester. – meu irmão falou, tentando chamar a minha atenção.

Bebê Por Contrato (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora