4 Hours Away. (Jenlisa)

capítulo 1

E vamos de início de história. Comentem nesta porra, não to fofa hoje. 😡😡😡

MASSACHUSETTS - POV LISA

A vista da minha janela do sol nascendo no horizonte foi relaxante.

Estava feliz por não ter medo de avião e conseguir dormir durante aquelas horas. A viagem foi longa, e sempre me vinha em mente Rosé falando como aviões caiam o tempo todo, nesse trajeto que estava fazendo, um pouco antes do meu embarque.

Um dos pedidos da coordenadora do meu curso, foi que eu fosse para cidade, alguns dias antes das aulas começarem, para que eu pudesse conhecer o dormitório. Meu pai insistiu para que eu ficasse em algum quitinete fora da Universidade, para que não pudesse dividir quarto, mas não aceitei.

Fugi durante todo o ensino médio de pessoas, agora tinha a chance de começar do 0, em uma cidade nova, sem que ninguém pensasse como eu era estranha, sem que ninguém soubesse do meu passado. Era motivador.

Mas o fato de não ter medo de avião, não me impedia de ter medo de voar. Porque conseguia sentir minhas pernas trêmulas enquanto estava no táxi em direção a Universidade. Tinha um tempo que eu não sentia tanto medo de algo.

A minha ansiedade fazia com que eu balançasse minhas pernas todo o segundo. Percebi o olhar do taxista pelo retrovisor. Ele não era tão velho e usava uma boina na cabeça.

— Nova aqui? — perguntou ele. Seu rosto era simpático, ao menos.

Abaixei meu olhar sem jeito.

— Sim. — respondi mais baixo do que eu esperava. — Uh, estudante...

Ele balançou a cabeça empolgado. Parecia que era comum estudantes pegarem táxis aquela hora da manhã. Já se passava das 6 horas.

— Harvard ou MIT? — perguntou ele. — Já busquei vários estudantes durante só essa manhã. — Na verdade, deixe-me adivinhar.... — seu rosto estava pensativo. — MIT, certo?

Ele era profissional nisso, não estava num carro com alguém que não sabe onde fica os lugares, pelo menos.

— Sim. — tentei dar um sorriso, mas parecia que tinha saído mais como se eu não quisesse conversar. Não era isso, só que minha ansiedade estava me impedindo de parecer normal.

Quando o carro finalmente estacionou, acabando com aquele silêncio, em frente da chamada Baker House, meus olhos arregalaram.

A Baker House, era um dormitório mais simples, para as pessoas que não conseguiriam ter um quarto sozinha em MIT, pois a mensalidade da Universidade já tinha destruído todo o dinheiro da família. O que era o meu caso.

Era um prédio gigantesco, em formato de onda. Tinha visto curiosidades sobre sua arquitetura na internet, mas aquilo era melhor do que eu esperava.

Haviam pessoas circulando na frente dele, todo tipo de gente que jamais jurei ver na minha vida. Eram pessoas que provavelmente pareceriam comigo, estariam no meu curso, ou dividiriam o mesmo sonho.

Estava estática enquanto minhas mãos suavam em frente ao prédio escorregando na alça da minha bagagem.

Lembrei que precisava respirar e contei até 3 na minha mente, precisava andar para dentro do prédio ou iria parecer uma estranha e eu não queria aqueles esteriótipos. Não de novo.

— Pois não? — chamou minha atenção, uma senhora que estava de trás de um balcão marrom. Seu crachá dizia que ela era a responsável pelo Prédio.

Dei um sorriso tímido entregando minha identidade para mulher. Ela tinha um computador em sua frente e mexia rapidamente.

— Quarto 43. — disse ela. — Ali estão as regras. — apontou para um mural na parede. — Muitas pessoas querem esse prédio, você deu sorte por ter vaga, então respeite todas elas, não ligo de te colocar pra rua.