𝐁𝐑𝐈𝐍𝐆 𝐓𝐇𝐄 𝐇𝐄𝐀𝐕𝐄𝐍| 𝐇𝐲𝐮𝐧𝐥𝐢𝐱

Capítulo 42

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boa leitura

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Quando chegaram, as coisas continuavam robóticas. Hyunjin deixou as botas pesadas na entrada e Felix constatou que Chan e Changbin já haviam voltado por que a chave do carro estava no aparador ao lado da porta, muito embora a casa estivesse escura e silenciosa.

E ela continuou exatamente assim porque Hyunjin não lhe dirigiu palavra alguma desde que deixaram a corrida, mas ele estava tenso e o maxilar trincado lhe entregava uma expressão que ele havia visto poucas vezes. O mais novo estava irritado e Felix não entendia direito o por quê, mas imaginava.

Ele pendurou o casaco de couro no armário de baixo da escada, ainda em silêncio, e Felix o seguiu pela casa como se estivesse aguardando o momento em que ele fosse falar alguma coisa.

E quando ela veio, Felix entendeu tudo.

— De onde você conhece o Minki? — Questionou, baixo, quando estavam na cozinha e ele pegava um copo de água com as mãos trêmulas.

A cena até causava um certo déjà-vu, mas a sensação não era boa por que ele compreendia que o estado mental de Hyunjin não era muito bom, dada a quantidade de infrações de trânsito ele havia cometido durante o caminho.

— Por que você supõe que eu o conheço? — Felix cruzou os braços, se irritando um pouco também. Estava cansado de amenizar tudo o que o outro fazia e estava triste também. — E por que você está agindo assim?

Os dedos longos e tatuados se apertaram em torno do copo e Felix se arrependeu um pouco. Mas só um pouco.

— Changbin e Chan disseram que você saiu de onde estava para falar com ele, sozinho, mesmo que o ambiente fosse perigoso. — Ele bebeu a água e colocou o copo na bancada sem cuidado nenhum. — Você o conhece, não conhece?

Felix suspirou.

— Conheço.

— De onde?

— Ele foi meu namorado. — Respondeu, por que não tinha motivo algum para mentir. As juntas dos dedos da mão de Hyunjin ficaram brancas em torno do vidro do copo. — Fazia muito tempo que eu não o via ou falava com ele e eu... precisava.

— Precisava... — O mais novo repetiu, baixo, então sorriu de canto, mas Felix não pôde ver. — Vocês ficaram?

— O quê? — Felix questionou, franzindo o cenho e começando a ficar incomodado com o como as coisas estavam acontecendo. Hyunjin não tinha o direito de fazer aquele tipo de pergunta ou intimidá-lo daquela forma, pois era ele quem andava afastado e havia sido ele quem fugiu de fininho durante a madrugada.

Em teoria, eles não deviam nada um ao outro. Nem sexo. Nem sentimento. Nem justificativas.

— Perguntei se vocês ficaram.

— E isso é importante por quê? — Em momentos como aquele, onde tudo parecia agressivo e bagunçado, o lado mais difícil da personalidade de Felix aparecia.

Ele tinha o costume de abaixar a cabeça e aceitar tudo o que a mãe dizia, mas Hyunjin não era sua mãe. Ele não tinha que responder a tudo que ele perguntasse, por que o outro também não lhe dava a opção de cobrança. E, acima de tudo, ele não estava gostando de se sentir contra a parede daquele jeito.

Não havia feito absolutamente nada demais.

Hyunjin suspirou e massageou a ponta do nariz, irritado de verdade. Não apenas pelo ciúme que parecia consumir cada pedacinho seu, mas também estava bravo por não conseguir controlar as reações do próprio corpo. Ele tremia e a garganta queimava. Estava desesperado por respostas, embora soubesse que não tinha direito à nenhuma.