Depois que ele disse aquilo, o meu espanto foi tão grande que levei a mão até a boca e meus olhos arregalaram involuntariamente. Instantaneamente comecei a tremer. Eu não estava com frio e nem com medo, mas sei que isso era algo nunca sentido antes por mim! Ou pelo menos achava que não.
Jin-woo me olhou e fez uma cara de dúvida. Talvez achou que eu entenderia tudo o que acabara de dizer, mas foi totalmente o contrário. Eu estava confusa com aquela frase "O último sentido para ele continuar batendo foi... para te encontrar".
Que droga era tudo aquilo? O que estava acontecendo comigo? Que sentimento era aquele? Eram tantas perguntas além destas mutilando a minha mente que, nem se eu tomasse três térmicas de café seguidas, ficaria tão agitada quanto agora.
Instintivamente e ainda espantada, levei uma das mãos ao ar, abrindo-a lentamente atrás da minha cabeça e descendo-a de encontro ao rosto do garoto. A única coisa audível naquele estádio foi a onomatopeia do tapa. O impacto fez o rosto do garoto girar para o chão o suficiente para seu cabelo cobrir seus olhos, o que impediu a visão.
Depois da minha reação super idiota e involuntária, consegui ver em seu rosto o resultado nada agradável então estendi minhas mãos em sua direção, mas exitei por ter medo de machuca-lo mais uma vez.
- Meu... Me desculpe... Eu... Eu não queria... - Busquei uma fuga olhando para qualquer canto de algum lugar imaginário criado pela minha mente, para talvez, encontrar algum conforto ou esquecer o que havia feito. Eu estava envergonhada pelo que fiz que só queria enterrar minha cabeça no chão, então, como nada poderia passar em branco, a Hae-in interna gritou.
VOCÊ É RETARDADA? O GAROTO ACABOU DE SE DECLARAR PARA VOCÊ E É ASSIM QUE REAGE? IDIOTA. IMBECIL. BABACA. SUA INSENSÍVEL RACIONAL. TRATE DE RESOLVER A MERDA QUE VOCÊ ACABOU DE FAZER, OU PELO MENOS TENTAR.
E não havia mais dúvidas, tinha feito uma grande burrada. Desta vez eu tinha perdido a guerra interna e essa iria continuar por muito, mas muito tempo se eu não fizesse as pazes comigo mesmo tentando contornar aquela situação. Neste caso, a única forma que consegui imaginar era ajudando-o.
Porque eu tenho que ser tão RACIONAL?
- Ai.... Me desculpa!... Eu... Eu... O que eu... - Palavras não fariam sentido naquela hora, nada do que eu fosse dizer seria plausível de desculpas.
- Acho que... Está tudo bem... - Respondeu o garoto tocando seu próprio rosto para sentir o 'presente de grego' que havia lhe dado. Então, ainda na mesma posição, ele me olhou. Deu para ver nitidamente que a chama em seus olhos havia se apagado, e que revelou os olhos azuis claros. Sua voz transmitia um sentimento tão triste que foi inevitável o aperto insano no meu peito.
A marca em seu rosto começou a inchar e eu tinha que fazer algo a respeito. Mas uma questão lógica gritou alto em minha mente: Ele poderia muito bem ter desviado e mesmo assim não o fez, por quê? De qualquer forma, eu não queria ter feito aquilo, e isso era um fato recorrente na minha mente.
AGORA RESOLVA A MERDA QUE VOCÊ ACABOU DE FAZER, HAE-IN!
Foi então que, em resposta a toda essa desgraça, aproximei minhas mãos ao rosto do garoto que recuou levemente. Talvez estivesse tentando evitar um novo tapa, mas continuei.
- Calma... Não vou piorar a situação... - Estava tentando me manter calma, mas era nítido em minha voz que isso estava fora de cogitação no momento.
Ele assentiu com a cabeça e eu me aproximei lentamente, - mesmo com minhas mãos trêmulas - com máxima delicadeza possível, se ainda existia isso aqui. - Meu deus... espera, eu já volto!
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Solo Leveling - O Último Sentido
FanfictionCha Hae-in foi caçadora há anos. Mas agora aposentada, vive normalmente a sua vida como professora de dança em uma escola na Coreia do Sul após um incidente em um portal, onde perdeu boa parte da sua memória de anos anteriores. Ela que com muito tr...