Kara não sabia o que a incomodava mais, o ciúmes que estava sentindo ou por ter o demonstrado de uma forma tão infantil.
Mas, ela não conseguia se conter, era algo que borbulhava dentro de seu ser, um sentimento tão forte que era impossível não o expressar. O problema era a forma que tinha feito, o problema era ela sabia que Lena não tinha feito nada demais. Então porque agiu daquela forma?
Ela tinha o direito de exigir que Lena não conversasse com uma pessoa? Sabia que não, sabia que tinha agido da pior forma possível, sabia que tinha feito exatamente o que James fez com ela no início do relacionamento. Kara não podia se tornar o seu pior pesadelo e esse pensamento estava lhe tirando o ar.
Lena já tinha declarado que só tinha olhos pra ela, então porque quando a viu com aquela Loira o sentimento tomou conta de si? Um desespero que subia por seus ossos, um vislumbre do que seria perder Lena pra outra pessoa.
Lena tem seu coração, o coração que Kara guardou a tanto tempo, a parte que James nunca conseguiu alcançar. E saber que ela pode quebra-lo com tanta facilidade talvez foi o que a ajudou a agir daquela forma.
Assim que deu as costas pra Lena decidiu que não olharia pra trás, tomaria um banho e se deitaria até cair no sono. Mas, os pensamentos que a inundavam cada vez mais davam a certeza que não seria tão fácil assim. Não iria conseguir dormir nem tão cedo, não enquanto estava brigada com Lena.
E ela não queria estar, não queria ter agido assim, queria confiar, queria que Lena fosse atrás dela e reafirmasse que só tinha olhos pra ela, que prometesse que não a machucaria, que a perdoasse por ter agido de forma possessiva e entendesse que ela era quebrada. Que James a quebrou.
Fechou a porta do quarto e sentou na cama, lágrimas insistiam em cair pelo seu rosto, o desespero ainda estava em seu coração. Podia sentir que sua carne tremia e as palavras que ela usou estavam sendo repetidas como um looping. Não devia ter agido assim.
O quarto estava completamente escuro, por isso foi perceptível, mesmo que sem som nenhum, perceber quando a porta foi aberta. Um frecho de luz entrou no quarto, batendo ao lado de onde Kara estava, pra logo sumir quando a porta foi fechada.
Ela não chorava tão baixo, por isso sentiu vergonha assim que Lena entrou no quarto. Não queria que ela a visse assim, estava sendo idiota, chorando por insegurança, por um desespero de se tornar o que ela mais temia, um desespero de Lena perceber o quão quebrada ela é e simplesmente desistir.
Fechou os olhos e abaixou a cabeça, apenas sentiu quando as mãos de Lena em seu rosto molhado.
- Kara, por favor não chora!
Isso só a fez chorar mais.
- Por favor! – A voz de Lena saia falha. Ela se ajoelhou em frente a Kara. – Eu estava apenas conversando com ela, acredita em mim por favor! Eu jamais te trairia! Eu falei sério quando disse que só tenho olhos pra você! Eu não enxergo mais ninguém, é só você Kara! É você! – Lena deitou a cabeça nas pernas de Kara, abraçando sua cintura. – Só você!
Kara absorveu aquelas palavras enquanto as lágrimas teimavam em continuar caindo. Ela acredita em Lena e isso só fez ela se sentir mais idiota ainda por ter agido daquela forma. E queria explicar pra ela isso, mas simplesmente não conseguia parar de chorar. O que a deixou desesperada quando sentiu as lágrimas da morena molharem seu vestido.
O barulho da festa ao fundo cobria um pouco do barulho dos choros, mas ainda assim era perceptível o peso do ambiente.
- Eu acredito Lee! – A voz de Kara quase não saiu. – Eu...
Ela ia falar algo, mas foi interrompida pelos lábios da morena, que vieram de forma tão furiosa contra os seus que chegou a doer um pouco. Mas, a dor não foi notada, por que agora ela sentia a língua quente e saborosa a invadir. Seu corpo também foi jogado pra trás e os braços de Lena apertavam forte ao redor dos seus ombros.
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Tudo Que Você Nunca Teve - Karlena
Fiksi Penggemar*Lena G!P* Kara vive em um casamento infeliz e cansativo. Decidida que viveria o resto da vida nessa prisão, até que ela conhece Lena, uma arquiteta conhecida, e começa a repensar todas as suas decisões.