O pagamento + "Ele é gay"

25 4 0
                                    

O escritório de Michel era preto, vermelho e branco. A decoração não parecia muito inspiradora. Uma loira siliconada com bunda pequena e QI menor ainda, além de uma cintura anoréxica, me levou até a sala dele.

— Sr. Velásquez, Luna Valente, está aqui para vê-lo. — A moça abriu caminho para que eu passasse.

Michel se levantou. Todo o seu um metro e noventa e três se elevou sobre mim. Ele estava forte. Havia ganhado uns vinte quilos de músculo desde a última vez que eu o vira.

— Luna. Bela, bela Luna — Michel disse, estendendo a mão e tentando me puxar para perto. Repeli seu gesto, a mão erguida com a palma virada em sua direção.

— Não. Estou aqui a negócios, não a lazer.

— Por que nós não podemos ter um pouco dos dois? — Seu tom de voz era abafado. As pupilas negras me encaravam como se pudessem me hipnotizar rapidamente. Olhei ao redor e me sentei perto de sua mesa. Puxei um envelope do bolso da jaqueta e o joguei sobre o tampo de vidro.

— Aqui está o que você quer.

— Como você pode saber o que eu quero, bela Luna? Faz muito tempo que nos vimos pela última vez. Tempo suficiente para curar algumas feridas, não concorda? — Em vez de se sentar à minha frente, ele escolheu uma cadeira ao lado da minha.

— O que você quer, Michel?

— Tempo — ele disse simplesmente.

— Tá bom, espertinho. Tempo pra quê?

— Vejo que você continua com o raciocínio afiado.

— Michel, vamos direto ao ponto?

— Quero que você jante comigo hoje.

— Você está louco?

— Da última vez que verifiquei, não.

De repente, a pequena sala com vista para a Strip ficou muito quente. Minha pele queimava. Talvez fosse a raiva fervendo dentro de mim.

— Você bateu tanto no meu pai que ele entrou em coma.

— Negócios. Você sabe disso. Ele não me deu escolha. — Estendeu o braço para segurar minha mão. No segundo em que sua pele tocou a minha, me afastei.

— Não encosta em mim. Você perdeu esse direito quando ferrou comigo. E agora ferrou com o meu pai. Sabia que ele ainda não acordou do coma? — Minha voz se elevou tanto que, provavelmente, as pessoas que estavam na sala ao lado podiam me ouvir. — Os médicos ainda não sabem se o dano cerebral vai afetar a capacidade dele de falar ou de se movimentar!

O olhar traiçoeiro de Michel se prendeu ao meu.

— Foi um efeito colateral infeliz da punição dele. Eu já cuidei do homem que machucou o seu pai. Ele não é mais um problema. A violência excessiva foi vingada, eu te garanto.

— Você me garante. Você se dá conta do que está dizendo? Está falando como se a vida fosse algo que se dá ou se tira assim, com facilidade.

— A vida é passageira.

— Sim, quando se tem capangas para arrancá-la das pessoas. Não acredito nisso. — Eu me levantei e apontei para o envelope. — Aí está o seu dinheiro. A terceira parcela. Daqui a um mês, mando a quarta.

— Você pode trazer pessoalmente. — Ele cerrou os dentes e segurou a cadeira com força suficiente para branquear seus dedos.

— Você vai trazer pessoalmente. — Seu tom não admitia discussão, mas eu não era um de seus paus-mandados.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Nov 23, 2021 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Exquisite Acompanhantes de Luxo (LUTTEO)Onde histórias criam vida. Descubra agora