Desde sua volta, se passaram várias horas, 5 talvez 6. Em breve seria possível ver o sol poente no paredão. James dormia enquanto Yori estava recostado contra uma árvore com grandes raízes, ainda sentia alguns efeitos colaterais.
– Vamos logo, quanto tempo mais vocês precisam descansar? – perguntou o Vigia, sua fumaça já exibia alguns traços relampejantes de vermelho e alguns pontos púrpura e verdes percorrendo seu interior. Isto indicava que estava ansioso mas, mesmo assim curioso sobre o que poderia descobrir com o acendedor de metal que havia adquirido.
– Você não sabe como é cansativo esse processo de varar outros mundos, da um tempo! – Reclamou Yori comendo uma fruta.
– Que seja. O chá, largue esta fruta e tome logo – Enquanto dizia isto James passou um copo de madeira, com um chá feito de folhas das árvores locais.
– Claro, vou tomar esta coisa horrível outra vez – Disse Yori pegando o copo e aproximando-o da boca, quando o vigia estava longe, simplesmente derramou o líquido no vão entre as raízes ao lado. Ao afastar o copo para longe, por precaução se lembrou de fazer uma careta.
E assim, mais uma hora se passou.
____Kaya____
Após algumas conversas que tive com as outras pessoas do santuário e do templo, comecei a acreditar que há algo estranho não fui a única a receber isto.
Árvores antigas simplesmente "trincaram", alguns móveis de pedra se moveram do local, o responsável pela limpeza comentou que os pássaros estavam agindo de forma estranha também. Pensando nas possibilidades, a mais plausível seria atividade geológica mas não houveram alertas..
Andando para falar com a responsável Chiizu Ayaichan, paro em frente a porta que leva para a sala administrativa do santuário, portas grossas de troncos e metal sem adornos acompanhadas de pequenos tapetes a frente de um corredor de pedra, eu sempre me sentia desconfortável quando entrava ali.
– Entre – disse uma voz melódica mas firme – Vamos sair, cinco vão ficar incluindo você, vai cuidar da limpeza – Chiizu falou com uma voz cansada enquanto eu entrava.
– Sair agora? Além destas coisas estranhas, uma chuva forte parece estar a caminho – falei enquanto olhava adiante.
– Kaya, para começar onde está seu respeito? Você está na minha sala..
A sala era bem iluminada, com janelas pequenas no alto, paredes firmes de pedra e argamassa clara, poucos móveis com uma pesada mesa de madeira e resina no meio e ao fundo, uma gestora que aparentava estar de mal humor sentada em frente a uma pilha de papel e alguns dispositivos.
– Desculpe senhorita, vou recolocar minhas palavras – Endireitei minha postura, olhei nos olhos 'Lógica e respeito.. estou na sua sala mas mesmo assim vou ser ouvida! Seguir protocolos é importante e eu os sigo, mas nem sempre são a melhor forma de lidar com as coisas.' pensei enquanto falava com a voz mais controlada e firme que consegui enquanto mantinha um tom respeitoso – Há algo estranho acontecendo, o zelador mesmo falou que os pássaros estão agindo de forma estranha, respeitosamente.. sugiro que a viagem anual seja adiada e não adiantada.
– E você foi ouvida, mesmo que fale desta forma controlada e respeitosa, sei o que se passa pela sua cabeça – Apenas então Chiizu levantou o olhar dos papeis a sua feição suave ainda assim metia medo, exigia respeito.. – Você ainda é jovem Shiitakaya, mesmo com esta fachada calma sinto sua rebeldia.. – 'Isto é o que mais me incomoda, ela parece ver através de mim, não olhar para mim' – Ainda há coisas que precisa aprender, vamos começar por três pontos.
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O Viajante livro 1: Folhas e névoa
Sonstiges"E se nós" três palavras, duas dependendo de como se escreve, muitas possibilidades. E se nós nos perdêssemos? E se fossemos parar em outro lugar? E se tudo o que conhecemos, na verdade estava errado ou incompleto? Nem tudo é o que parece, se prepa...