Em uma terra dominada pela ressurreição dos mortos, a jovem Genevieve Amari se vê sozinha e perdida, após a tragédia que dizimou diversas famílias. Com apenas um colar, uma arma e um boné, ela luta para sobreviver em meio a um mundo destruído.
Os p...
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nobory - mitski
meu deus, eu sou tão sozinha então eu abro a janela para ouvir barulhos de pessoas para ouvir barulhos de pessoa
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Gen andava sozinha pelas ruas. Ela já estava com as pernas e os pés doendo pelo tanto que estava andando. A garotinha suspirou e passou a mão pelos cabelos, tirando de seu rosto. Já estava bem afastada de sua antiga casa. Depois que o seu pai morreu, Gen tinha que dar um jeito de se virar e, ficar naquela casa, definitivamente não era uma opção. Trazia lembranças e sentimentos ruins, afinal, foi lá que seu pai morreu, ela não se sentia tão bem morando em um lugar assim.
Ela carregava consigo sentimentos que eu garotinha de 11 anos não deveria estar sentindo.
A arma de seu pai ainda andava com ela, e assim como o boné, Gen não os largava por motivo nenhum. Tal como o colar da época que seu pai serviu ao exército australiano.
Ela sentia seus sapatos apertarem. Sentia que a qualquer momento poderia cair no chão.
A fome.
Droga, a fome estava a matando lentamente.
Ela andava por um lugar estranho, vazio até demais. A solidão só não era pior que a fome, seu maior medo tinha se tornado real, ficar sozinha. Gen odiava ficar sozinha. Era irônico porque Gen de alguma forma nunca teve muitos amigos, mas também nunca sentiu falta disso. Quer dizer, qualquer criança vai sentir falta de ter amigos, mas Gen tinha suas revistas e HQs então no intervalo da escola ela não ficava tão sozinha assim.
Gen parou de andar em um beco quando viu um corpo caído. Era de um homem. Ele estava deitado de bruços e segurava um canivete ensanguentado. Gen não pode deixar de perceber que ele estava vestindo um uniforme policial, aqueles do exército ou alguma coisa do tipo. Gen pensou que ele poderia ter alguma arma com munições, as suas não eram muitas.
Com cuidado, Gen se aproximou, andou sob as pontas dos pés e segurou a respiração, pisou em uma poça de sangue bem na entrada, formando rastros conforme andava, mas não percebeu, ela colocou os fios de cabelos ondulados e tingidos atrás das orelhas e se agachou ao lado do homem, virando seu corpo com receio e cuidado. Exigiu um pouco de força comparando os braços fracos de uma simples garotinha magra com o de um homem feito. Os olhos esverdeados vagaram para o começo do beco, verificando se estava tudo bem, sem nenhum perigo a vista ela continuou. Abriu um dos bolsos com cuidado, e no minuto seguinte, os olhos vazios do morto se abriram.