Férias de Verão e Imo do coração

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Cérebro

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Cérebro.

Tenho quase certeza que essa era palavra que eu precisava completar antes que tudo se tornasse um aglomerado de coisas sem sentido. Tudo se tornou mais calmo assim que eu acordei da pequena hibernação, sem o caos melodramático da noite passada eu conseguia dar atenção para coisas fora da minha mente, como tomar banho, arrumar algo para o insistente e teimoso gato comer, a dor nas costas por dormir no chão, fazer a barba crescente e comparecer em uma festa infantil.

Deslizei a minha tentadora navalha por meu rosto pálido levando a espuma em cada passada e me desfazendo dos pequenos pelos que estavam nascendo. Limpei o rosto após terminar, e me observei no espelho redondo pendurado acima do balcão do banheiro. Não estava muito diferente de dias atrás quando desenhei a mim mesmo e iniciei essa narrativa, tanto aparentemente, quanto psicologicamente.

Mas milagres não acontecem e esse não é o tipo de mudança que se espera em poucos tempo, demanda paciência e um tempo que não sei se ainda tenho.

Não demorei muito para sair de casa, percorrendo o mesmo percurso de ontem dessa vez mais lúcido visualmente pela presença dos óculos e da luz do dia. O silencio, no entanto, ainda era o mesmo, ecoando os passos das minhas botas altas nas quais eu já ignorava a lama acumulada na base por ser inevitável naquela região. 

Todo o verde nas paisagens e as pequenas casas me levavam a fantasiar pinturas de aquarela ao invés do sórdido grafite, tons vivos, cores quentes, tentar talvez captar de uma maneira diferente a vitalidade. De expressar melhor calma e não melancolia, por mais que as vezes elas vêm em duplas.

Saquei o celular e tirei algumas fotos para saciar a curiosidade de Itachi.

Bandeirinhas em formato de animais voavam no cordão com o vento leve, haviam várias cadeiras e mesas brancas espalhadas no extenso quintal que estava repleto de decorações, tendo uma mesa principal com um fundo verde e um bolo branco e amarelo protagonizando o espaço.

Era uma típica festa de quintal, daquelas que se vê em filmes.

Poderia até me surpreender com a decoração se não estivesse ali no dia anterior montando os últimos detalhes com a Uzumaki.

– Hey teme! - Ouvi a voz de Naruto e de canto de olho vi a garrafa de vidro que estava sendo estendida a mim, ele se sentou ao meu lado quando eu recebi a cerveja - Se não sair daqui em alguns minutos vou dar um jeito de trazer toda a presença adulta pra cá e te obrigar a socializar.

Revirei os olhos enquanto ele ria e bebi um gole da bebida vendo crianças passarem correndo em nossa frente, se divertindo com algo que suas imaginações férteis lhe garantiram. Naruto ao meu lado riu mais uma vez depois de um pedido por cuidado quando uma delas tropeçou em um ponto invisível.

– Como... Você tem estado? - A flagrância de preocupação e temor fora dispersa cuidadosamente no ar, o que não impediu a transformação na atmosfera. Minha aparência talvez esteja pior que ontem ou talvez Naruto consiga me ler muito bem.

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