Promessas e amor para outras vidas

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Sem muitas companhias ou atividades, me restava apreciar a beleza natural de Konoha de todos os ângulos, degustar da falta de modernidade das estruturas, refletir do porque havia uma leve onda de conforto e familiaridade nesta pacata cidadezinha

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Sem muitas companhias ou atividades, me restava apreciar a beleza natural de Konoha de todos os ângulos, degustar da falta de modernidade das estruturas, refletir do porque havia uma leve onda de conforto e familiaridade nesta pacata cidadezinha. Suspirei um tanto tedioso, o som da ponta da minha lapiseira deslizando em traços rápidos dividiam lugar com água corrente do pequeno córrego a minha frente.

Uma gota de água caiu no tronco de madeira ilustrado em grafite e logo depois eu senti outro em minha testa.

Chuva, que surpreendente.

Guardei a caderneta no bolso interno do sobretudo e me levantei, olhando ao redor para tentar me lembrar do caminho por onde cheguei aqui. Era comum que eu andasse sem rumo, esquecendo de captar referências para saber o caminho de volta, então passava quase horas para conseguir.

Era uma cidade pequena, no entanto, repleta de vielas e casas iguais.

Não me esqueci de esconder dentro do meu agasalho o gato preto, ele ainda estava na minha cola e nesse dia em especial havia me seguido na minha caminhada. Ele não protestou, apenas miou e se esfregou em meu queixo, como se apreciasse o calorzinho.

Me amaldiçoei quando a chuva ficou mais forte e não tive muita escolha a não ser me refugiar na cobertura do que parecia ser uma pequena biblioteca.

– Hey garoto! Venha para dentro antes que adoeça - Me assustei quando uma senhorinha abriu a porta atrás de mim - E devolva o meu gato.

Olhei da senhora para o gato em meus braços e ele, como se respondesse a minha pergunta muda, miou. Dei de ombros aceitando o espaço que a mulher de cabelos grisalhos me deu para passar pela porta.

É sim idiota entrar em lugares estranhos assim, mas eu com certeza já me coloquei em perigos piores

O lugar parecia muito maior por dentro, prateleiras cobriam do chão até o teto, as lombadas de couro de diferentes cores contrastando a madeira escura, algumas mesas estavam espalhadas pelos cantos, com flores, papéis e objetos aleatórios as dando utilidade.

– Deixe seu casaco aí, garoto - Ela gentilmente pegou o felino em minhas mãos, sorrindo pequeno - Venha se aquecer antes que caia de hipotermia.

Fiz o que ela me pediu, realmente com frio, deixando por lá também meu calçado e gorro encharcados. E a segui até o centro da sala, observando agora as grafias douradas que indicavam os nomes dos livros. Movido a curiosidade, puxei um exemplar bem antigo de Os Sofrimentos do Jovem Werther, a capa tinha pequenos vincos nas bordas e as páginas estavam com pequenas manchas, folheei o livro relembrando a trágica história que ele conta.

– Gosta de dramas, meu jovem? - Fui novamente pego de surpresa, como uma criança pega planejando travessuras

– Dos... - Limpei a garganta um tanto envergonhado - Dos literários, sim - Seu sorriso aumentou com a minha resposta.

Flowers in the paperOnde histórias criam vida. Descubra agora