Aquela pequena cidade era um pedaço de sonho calmo e acolhedor, se eu já havia imaginado algo assim em minha vida, com certeza mal beirava aquela realidade. O carro balançava por conta de estrada feita de quadradinhos de pedras não totalmente alinhados, a janela estava aberta e por ela entrava o ar aromatizado com o cheiro das flores silvestres, tudo parecia pleno e irreal.
Talvez por estar tanto tempo preso em uma grande cidade, preenchida apenas por varios tons de cinza e azul, eu tivesse aspirado para mim essa áurea, me sentia até estranho, como um personagem preto e branco em uma televisão colorida.
- É bonito não é ? - O loiro sentado ao meu lado perguntou sorrindo movendo as mãos sobre o volante, fazendo a curva e estacionando o carro em frente de uma casinha pequena com um jardim bonito e protegido por cercas de madeira escura - Eu amo morar aqui, mesmo que seja do tamanho de um ovo - Ele disse depois de receber o menear de cabeça meu.
Nós dois decemos do carro, e eu parei diante a construção analizando o quão diferente ela era das mansões e apartamentos modernos que minha propria empresa costumava arquitetar. A faixada de bloquinhos de pedra, a porta de madeira com retangulos vazados em vidro e um pouco acima dela uma janela de topo arredondado que deveria pertencer ao sótão.
Era singelamente bonita.
Por dentro ela tinha um aspecto ainda mais acolhedor e confortável, as paredes eram claras e a maioria dos móveis eram uma mistura de branco e pinho. Haviam vários tapetes e plantas, algumas em pequenos vasos e outras penduradas do teto, infelizmente pela estação do ano elas não estavam na mais bela aparência.
- Bom, antes de você chegar eu chequei o sistema elétrico, encanação e aquecedor, aparentemente estão tudo ok, Hinata abasteceu a casa com suprimentos e outras coisas que você pode precisar - Disse chamando minha atenção.
- Obrigado, Dobe - De resposta tive um largo sorriso que me lembrou o quanto a presença dele poderia ser calorosa.
Poucos minutos depois fui deixado sozinho naquela pequena casa e comecei a perambular pelos cômodos que não estavam a vista.
E você pode estar um tanto perdido com os acontecimentos, deixe-me atualizar essa narrativa enquanto isso. A última vez em que nos vimos foi há duas semanas atrás, quando eu, repentinamente, resolvi tirar férias e aceitar o convite cor de laranja pertencente a Naruto, meu amigo de infância.
Tentando explicar rapidamente sobre essa amizade: Eu morei parte da minha infância e adolescência na Inglaterra, devido aos negócios da família e ainda por esses negócios eu conheci Naruto. Ele era um grande imbecil e brigávamos com mais facilidade do que chamas a se espalhar sobre palha, mas essa estranha conexão que hoje posso chamar de amizade se tornou mais e mais forte, mesmo quando eu já morava na America. Depois de se casar, ele passou a viver na cidade natal de sua esposa e enviava a mim, todos os anos desde que seu filho nasceu, convites de festas de aniversário, sem se importar se eu realmente iria.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Flowers in the paper
FanficEu estava entorpecido, totalmente perdido naquela bolha de tinta que eu mesmo, de algum jeito, havia me prendido e velejando na minha melancólica vida, onde o sentido e a cor já havia esvaziado há muito tempo, tentei lutar contra isso, me permiti um...