A VIDA ESCOLHE CAMINHOS ESTRANHOS PARA NOS LEVAR ATÉ O NOSSO DESTINO.
Serena Monroe cresceu sem uma família estruturada, mas isso nunca a fizera infeliz. Ela era a garota mais doce e carinhosa que qualquer um já conhecera, e sempre fora muito grata...
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A Guerra não era algo bonito ou glorioso como nas histórias que Serena lia quando pequena. E agora, que ela estava vivenciando a terrível experiência, isso ficava cada vez mais claro. Tudo o que a guerra trazia era morte e sofrimento. Qualquer pensamento diferente disso, era apenas uma ilusão.
- A senhora não pode ir comigo? – pergunta Serena para a sua madrinha.
Por causa dos ataques aéreos decorrentes da guerra, muitas famílias estavam enviando as crianças e adolescentes para longe, no intuito de mantê-los seguros.
E Serena Monroe, era um desses adolescentes.
A garota ruiva acabara de fazer quinze anos, e vivera desde os seus sete anos entre Londres e duas casas no campo, sendo criada por seus padrinhos, Polly e Diggory, que dividiam a sua guarda. Contudo, por sua madrinha residir em Londres a maior parte do tempo, enquanto seu padrinho não saía de sua residência no campo, Serena vivia com a madrinha, por conta de sua educação escolar.
Ela não tinha lembranças de sua vida antes de chegar aos braços de Polly, não tinha uma única memória dos seus pais. Sabia que sua mãe morrera quando tinha sete anos. Mas, seu pai estava vivo, e havia a abandonado, a deixado nos braços da madrinha.
- Você sabe que não, querida – diz Polly, acariciando os longos cabelos ruivos da afilhada. Para ela, seria muito difícil estar longe da afilhada que criara como uma filha pela primeira vez em tanto tempo. Mas, ela também sabia que a garota ruiva tinha uma missão para cumprir.
Contudo, para a sorte de Polly, poucas coisas realmente eram verdadeiramente capazes de tirar a sua afilhada do sério. Todos que conheciam a ruiva sempre diziam que o seu nome fazia jus a ela, porque, ela era a verdadeira serenidade em pessoa.
Agora, elas estavam na estação de trem em Londres, assim como muitas outras famílias, se despedindo uma da outra.
- Se eu for, eu vou te ver outra vez?
- Não por algum tempo – confessa Polly – Mas guerras não duram para sempre. Quando os ataques aéreos terminarem, eu vou até você. E podemos passar um tempo na nossa casa no campo, indo tomar chá com o seu padrinho todas as tardes.
Um pequeno sorriso aparece nos lábios de Serena.
Enquanto se despedia de sua madrinha, o olhar da garota ruiva vaga pela estação de trem, sendo atraída para quatro crianças que estavam se despedindo de uma mulher, duas garotas e dois garotos, todos aparentando ter idades distintas. E a garota julgava que pela semelhança que a mulher que estava com eles tinha com as duas garotas, ela só podia ser a mãe dos mesmos.
Os olhos da Monroe logo se encontram com um par de olhos azuis que ela rapidamente percebe que a observavam.
Era um dos garotos, o mais alto, e claramente o mais velho. Tinha belos cabelos loiros e os olhos mais lindos que Serena já vira. Ele era sem dúvida o garoto mais bonito que já observara em toda a sua vida.
O belo garoto abre um sorriso, o direcionando para a mesma, e Serena logo lhe retribui, o que parece pega-lo de surpresa, mas acaba fazendo o sorriso do mesmo aumentar.
A voz de sua madrinha rapidamente a tira do seu transe.
- Promete dar muito trabalho para aquela governanta razinza? – pede Polly.
Uma risada escapa dos lábios de Serena, ela realmente amava sua madrinha.
- Garanto que no momento que ela me ver de calças vai ter um colapso nervoso – diz Serena – Sabemos como a Dona Marta sempre diz que isso não é um traje apropriado para uma dama, e que não devo em hipótese alguma usá-lo fora de um ambiente familiar seguro, porque isso pode destruir a minha reputação.
E deixa uma risada escapar, sendo abraçada em seguida pela madrinha com carinho.
- Viva grandes aventuras, minha leoazinha.
- Só se for através dos meus livros e das histórias que escrevo – diz Serena.
- Confie em mim, querida – diz Polly – A melhor história que qualquer um pode viver, é a sua própria.
Depois de um último abraço na madrinha, Serena entra no trem. Sentindo que uma grande aventura estava para começar.
