Capítulo 8 - A Profecia

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O dique dos castores não era muito grande, mas bastante aconchegante na opinião de Serena

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O dique dos castores não era muito grande, mas bastante aconchegante na opinião de Serena.

Depois que decidira ignorar a sensação de que algo ruim iria acontecer, ela logo se prontificou em ajudar a Sra. Castor na cozinha, assim como Lúcia e Susana. Agora Serena, Pedro, Susana, Lúcia e os castores estavam em volta da mesa de jantar, conversando, enquanto que Edmundo se encontrava um pouco mais atrás, sentado nas escadas e olhando para o lado de fora pela janela.

- Não há algo que podemos fazer para ajudar Tumnus? – pergunta Pedro.

- Ele está na casa da Feiticeira – conta o Sr. Castor – São poucos os que entraram lá e conseguiram sair.

- Peixe com batata? – pergunta a Sra. Castor, estendendo um prato com o alimento, oferecendo para seus convidados.

Lúcia nega com a cabeça, cabisbaixa.

- Não fique assim, Lu – pede Serena – Sempre temos que manter nossa esperança viva. Devemos sempre lembrar nas trevas o que aprendemos na luz.

Lúcia assente com a cabeça, contudo, a expressão de tristeza permanecia no rosto garota.

- Não fique triste, querida – pede a Sra. Castor para a mais nova, colocando o prato na mesa – Há esperança. Muita esperança.

- Bem mais que esperança – diz o Sr. Castor, animado. Contudo, ele logo contém sua animação e se aproxima mais dos outros na mesa, falando em um tom de voz baixo, mas não sem antes olhar ao redor, para se certificar que ninguém que não deveria estava escutando – Aslam está a caminho.

Sentimentos diferentes passam pelos cinco jovens. Era como se sentissem algo dentro deles vibrando intensamente. Para Edmundo, foi uma sensação de horror e mistério. Para Pedro, foi como se de repente se enchesse de coragem e admiração. Para Susana foi como se um aroma delicioso ou uma linda ária musical pairasse no ar. Para Lúcia foi como se estivesse acordando na primeira manhã de férias ou no princípio da primavera. Enquanto que para Serena, foi uma sensação de pertencimento, saudade e amor, como se estivesse voltando para casa depois de uma enorme temporada distante.

Edmundo então quebra o transe em que todos se encontravam, perguntando o que os cinco queriam saber.

- Quem é Aslam? – pergunta o garoto moreno.

O Sr. Castor começa a rir, achando que era uma piada do garoto, contudo, a Sra. Castor o cutuca, fazendo com que o marido parasse de rir e olhasse para as crianças, que tinham olhares confusos, mostrando que realmente não sabiam de quem eles estavam falando.

- Vocês não sabem quem ele é? – pergunta o Sr. Castor, incrédulo.

- Bom, faz pouco tempo que chegamos aqui – diz Pedro.

- Não se lembra dele? – pergunta o Sr. Castor para Serena, deixando a menina ainda mais confusa.

- Eu não me lembro de quase nada da maior parte da minha infância – diz Serena – Meus padrinhos disseram que a morte da minha mãe e o abandono do meu pai mexeu com o meu psicológico, e que apaguei suas memórias como um mecanismo de defesa, para evitar sofrer.

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