Obra Do Destino ( Um Novo Começo)

capítulo 3

Fernanda narrando...

Acordo cedo, tomo um banho, escovo os dentes e me sento na cama a pensar no que vestir para o almoço com o senhor Flávio.

Ele é muito amável, e mesmo sem me conhecer foi super gentil! Será que é mesmo uma boa pessoa? Devo confiar? - penso enquanto vasculho a mala.

Bom, ele me ofereceu um emprego. Agora ele é o meu chefe, eu vou só vê-lo como tal e já está. Mas confesso que gostei de ouvi-lo ontem a noite. Ele é tão bom comigo!

Fernanda: ah, prontos! Então será essa roupa mesmo. - falo para mim mesma após encontrar uma roupa.

Decido então usar uma calça jeans, uma blusa pequena preta, uma jaqueta jeans e para os pés uso um tênis Stan Smith branco. Preparo também os meus óculos escuros, e claro, os meus anéis. Pego uma malinha e nela coloco os meus pertences pessoais.

Minutos depois a empregada do hotel trás o serviço de quarto. O pequeno almoço será eggs Benedict. É a primeira vez que eu vou comer uma cena assim. Sento na cama e constato que aquele é um dos melhores pratos que já provei desde que cheguei a Nova Iorque. Falando nisso, eu preciso encontrar uma casa.

Enquanto como, ligo a TV e o meu telefone toca.

Chamada on ...

Felícia: loira da minha vidaaaa! - ela fala quase gritando como sempre.

Fernanda: morena do meu coração. - falo quase no mesmo tom. - como estás, meu doce?

Felícia: com saudades da minha amiga- irmã. - choraminga.

Fernanda: eu também, princesa. Nem imaginas. Mas me conta, quais são as novidades aí em Angola?

Felícia: apareceram pessoas interessadas na sua casa. São um casal de jovens, com dois filhos. Eles são gémeos. Dizem que querem encontrar um lugar tão acolhedor quanto a sua casa. - ela fala carinhosa.

Fernanda: era suposto estar feliz, Felícia. Mas não consigo. Parece... Parece que estou a ser egoísta, não é? - pergunto triste.

Felícia: claro que não, Loira. Você cresceu nessa casa, você tem muitas memórias aqui, não tem como aceitares essa triste realidade tão cedo.

Fernanda: tens razão. Por enquanto, eu não quero vendê-la. Eu prefiro que você fique nela, irmã.

Felícia: sozinha? Nem louca! - rimos. - brincadeira. Obrigada por me oferecer um lugar para morar, mas por agora a minha mãe precisa de mim. Você sabe como a senhora Madalena Santa cruz consegue ser egoísta né? Ela não vai me deixar sair assim de casa, a menos que eu me case.

Fernanda: eu sei. - falo rindo. - você não imagina quem eu encontrei aqui em Manhattan.

Felícia: quem?

Fernanda: você lembra do homem que esteve o tempo todo ao meu lado no hospital quando... Quando a minha avó morreu?

Felícia: não me diga que...

Fernanda: ele está aqui. Nos encontramos por coincidência na nova agência em que eu vou trabalhar. Ele é o dono da empresa. - a interrompo e após terminar ela grita do outro lado da linha.

Felícia: loira! Ele é um gato! -
Ela dá um riso alto. - e como ele ficou quando te viu?

Fernanda: tal como eu, ele ficou pasmo. Depois rimos os dois da enorme coincidência. E...