22 de dezembro
Hermione se viu apertando o passo no dia seguinte para chegar logo à Sala Precisa. Se certificou de deixar Malfoy sair primeiro depois do almoço, e esperou exatos 3 minutos antes de ir atrás. Estava ansiosa demais para descobrir o que Malfoy havia bolado pra eles.
Ficou feliz quando viu que a porta já havia sido conjurada. Malfoy se espremia no pequeno arco da entrada, no entanto, como se não quisesse ser visto. Ele fez sinal para que ela corresse e já foi abrindo a porta.
— O que foi? Por que está tão desconfiado hoje? – Hermione perguntou ao se aproximar, mas foi puxada pra dentro por mãos firmes, porém gentis, que a posicionaram de costas para sala.
— A gata do Filch passou do meu lado a hora que a porta pareceu, depois saiu correndo. Aquela dedo-duro foi contar tudo pra ele.
— A porta já sumiu, estamos seguros – Hermione decretou e se virou para examinar o cômodo criado por Malfoy, mas o que encontrou foi uma sala sem fim, cheia de bagunças amontoadas uma em cima da outra. – Pra onde nos trouxe?
— Pra Sala Precisa – ele falou sabichão e foi logo explicando diante do olhar irritado de Hermione. – Quero dizer, a Sala Precisa de verdade sem o disfarce do feitiço, é a sala em seu estado natural.
— A Sala Precisa é assim?! – Hermione falou surpresa e havia um certo tom de decepção em sua voz. – Mas é só um monte de lixo. Por que nos trouxe aqui?
— Não é um monte de lixo! – Draco falou ofendido. – Pense assim, todas as gerações de alunos que já passaram por Hogwarts, desde sua construção até hoje, deixou alguma coisa aqui. É como se fosse um registro histórico. Tem ideia do tipo de coisas fascinantes podemos encontrar aqui? Como uma... uma...
— Uma caça ao tesouro? – Hermione sugeriu, um pouco mais interessada.
— Exato – Draco concordou e eles fizeram seu caminho pelo labirinto de estantes e tranqueiras.
— Não sei se devíamos brincar com isso, quero dizer, essas coisas foram abandonadas aqui por uma razão, certo?
As palavras mal saíram de sua boca quando Malfoy pegou um frasco redondo de poções, que levantou a altura dos olhos. Hermione chegou mais perto e viu o oceano lá dentro, um mar revolto em plena tempestade, que aliás podia ser ouvida através do vidro.
— Legal – Malfoy começou.
— Legal nada! – Hermione repreendeu pegando o objeto das mãos dele com o maior cuidado. – Acho que derramar sequer uma gota disso no chão seria o mesmo que inundar Hogwarts, Hogsmeade e toda Escócia junto. Talvez a Grã-Bretanha inteira.
Conjurando várias almofadas Hermione fez um tipo de ninho para o frasco, escondendo-o cautelosamente entre a bagunça para que nunca fosse encontrado.
— Olha, a taça do torneio Tribruxo! – Draco apontou em cima de um armário.
— É uma Chave de Portal, não toque nisso! – Hermione avisou, mas com um feitiço convocatório a peça já estava na mão de Draco.
— Não, os professores estavam com ela. Eles tiraram toda magia antes de jogar isso aqui. Precisa relaxar um pouco, Granger, está tudo bem.
Espadas, estátuas, tapetes e objetos místicos foram revirados, e a cada hora os bruxos descobriam um artefato interessante ou perigoso.
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A Trégua: Um conto Dramione
Short StoryHermione vai passar o Natal em Hogwarts, por circunstâncias que fogem de seu controle. O castelo está depressivo, com a sombra do retorno de você-sabe-quem pairando sobre a cabeça de todos. O que ela não esperava, porém é que Malfoy também tivesse d...