A lua está vindo para mim PT/BR

Capítulo 37

Nas duas semanas seguintes, aos olhos dos outros, Tao Xi continuou a estudar e a frequentar as aulas como de costume durante o dia, e voltava para seu dormitório à noite para desenhar, como se nada fosse diferente.

Mas apenas ele mesmo sabia que iria olhar para o assento vazio ao lado dele atordoado, e quando ele não conseguia resolver um problema, ele inconscientemente perguntaria ao outro lado, apenas para descobrir que não havia ninguém ao lado dele.

Esse tipo de perda repentina, como uma pedra, silenciosamente caiu no poço profundo, e apenas ecos de pensamentos podiam ser ouvidos.



Às vezes, ele de repente tinha uma ideia terrível e absurda, será que ele nunca conheceu Lin Qinhe?  Será que ele nunca entrou no mundo de Lin Qinhe?

Mas no segundo seguinte, o cordão vermelho e turquesa em seu pulso o lembraria de que ele estava no mundo de Lin Qinhe.

Ele nunca se sentiu tão inseguro.


Felizmente, ele tinha um telefone celular.  À noite, ele enviava perguntas a Lin Qinhe, pedindo soluções, e na maioria das vezes Lin Qinhe respondia a tempo, o que o fazia se sentir muito menos inseguro.

Outra coisa que o deixava à vontade era que Lin Qinhe postava algumas fotos em seus Momentos todos os dias.  O crepúsculo da noite, os pássaros nos galhos, o quadro-negro verde escuro refletindo a luz do sol ... Era sua vida através das lentes.

Tao Xi gostou de cada um deles, mas ele estava se perguntando por que nenhum outro colega gostou das postagens de Lin Qinhe.

Talvez seja porque ninguém mais adicionou o WeChat de Lin Qinhe, um palpite com o qual ele não podia deixar de ficar feliz.


Um dia na segunda semana, Zhou Qiang anunciou que haveria uma reunião de pais e professores na tarde de sexta-feira, e os pais de todos os alunos teriam que comparecer.

A classe estava cheia de tristezas, mas Tao Xi não respondeu porque não tinha pais para vir.

Ele tinha acabado de pintar as trinta luas e gastou muito dinheiro para uni-las em uma coleção de pinturas.  Nos últimos dois dias, ele estava planejando outra coisa importante.

Carta de amor.

Tao Xi era bom em escrever ensaios, mas achava que não era bom escrever cartas de amor.  Rasgou vários exemplares e foi à biblioteca pesquisar, o que lhe permitiu encontrar uma antiga “Coleção de histórias de amor”.


Ele se escondeu sob a colcha e acendeu uma lanterna para ler o livro.  Quanto mais ele lia, mais quente seu rosto ficava.  Ele achou isso muito meloso, mas finalmente escolheu algumas frases e as escreveu nas primeiras cartas de amor que não sabia qual era.

A classe fez uma grande limpeza na tarde de sexta-feira, em antecipação à reunião de pais e professores, e Tao Xi limpou especialmente a mesa e as cadeiras de Lin Qinhe várias vezes para que seus pais pudessem facilmente se sentar quando viessem.

Os pais dos alunos da 1ª classe chegaram um a um, conversando com seus filhos na sala de aula ou no corredor, algumas mães pensativamente trazendo lanches para seus filhos, enquanto alguns pais criticavam seus filhos por desobediência.

Tao Xi arrumou suas coisas sozinho e estava prestes a deixar a sala de aula para encontrar um lugar para escrever sua carta de amor quando viu Luo Zhengyin entrando pela porta dos fundos com sua bolsa.

Naquele momento, ele sentiu um pânico repentino e fraqueza, ele pensou: ‘Esta é a mãe de Lin Qinhe, e ele vai se confessar ao filho dela’.