Chocolates

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    Eu não sei como, mas tinha convencido a Rabastan para irmos a Hogsmeade. No começo, ele não queria ir porque me fariam mal andar tanto, que alguém poderia tentar fazer alguma coisa. Eu então apenas falei que tudo bem e fui para o meu quarto, tentando achar um chocolate, sabendo que já tinha comigo. Peguei a caixa vazia e joguei no lixo, sabendo que estava vendo tudo isso.

- Está bem, mas é rápido.

- Sério?

- Vamos antes que eu desista. - Disse revirando os olhos e eu saí animada, deixando um selar em sua bochecha, sabendo que ia convencê-lo mais ainda. - Sem correr, Adhara! Fica do meu lado.

- Sim, senhor. - Concordei tentando amenizar a felicidade por poder sair um pouco para me divertir.

- Toda essa animação para ir naquela vila?

- Eu gosto de sair, faz tanto tempo que não fazemos isso... não que eu esteja reclamando, mas é gostoso passear.

- Pensei que preferisse uma vida mais caseira.

- Gosto, mas preciso sair da rotina, às vezes.

- Hum... podemos ir mais vezes se você continuar assim. - Piscou para mim.

Eu sabia que "continuar assim" significava continuar obedecendo ele, ia contra todo o meu instinto, mas estava valendo a pena. O lugar estava um pouco cheio, como sempre, fomos diretos para Dedosdemel para a minha felicidade, sentia tanta falta de doce, me lembrava momentos felizes, me lembrava Pedro Pettigrew.

- Qual você vai querer? Eu pego.

- Varinha de Alcaçuz, sapos de chocolate, penas açucaradas, chocolate e algumas balas também, nem precisam ser mágicas.

Ele parecia surpreso pela lista comprida, mas concordou e foi me levando para tudo quanto é lado da loja. Pelo menos, eu podia usar a gravidez como desculpa ao invés de querer relembrar o passado. Quando fomos pagar, Pedro e Sirius estavam ali na fila também, apenas ignorei, respirando bem fundo para não fazer alguma coisa.

- Hum... Adhara, caiu. - Chamou o meu ex me entregando duas balas.

- Obrigada.

- Vamos, Adhara. - Rabastan me puxou e não deu mais tempo, tinha que ir mesmo. - Falei para não falar com eles!

- Ele me ajudou e eu não ia ser mal educada.

- Eles não merecem nada, nem boas maneiras. - Reclamou ainda segurando em meu braço. - Nunca nem olhe para aqueles traidores, ouviu?

- Tudo bem... - Respondi mesmo que não entendesse o estresse com um "obrigada".

O mau humor dele já tinha voltado, merda. Por que eles tinham que estar lá? Mesmo assim, fomos no Três Vassouras. Rabastan pediu uma cerveja amanteigada, um prato que não tinha entendido o nome e uma caixa de biscoitos. Chegou rápido, os biscoitos estilo natalino eram muito bonitinhos, dava até dó de comer. Fui pegar a cerveja, mas ele bateu na minha mão, me assustando.

- Você está grávida e já te falei que não gosto que beba.

- Mas você não pediu nada para eu beber...

- Está bem, vou pedir framboesa gasosa.

- Obrigada.

Era uma espécie de suco borbulhante, uma delícia. Peguei um biscoito e comi em silêncio, não queria arranjar mais nenhuma briga, sabia que podia ter acontecido alguma coisa. Realmente a combinação do doce com a bebida era uma delícia, fazia tanto tempo que eu não comia algo tão delicioso. Saudades das comidas de casa, talvez eu possa visitar a minha mãe qualquer dia, espero pelo menos.

Adhara: A Mui Antiga e Nobre Casa dos BlackOnde histórias criam vida. Descubra agora