Janeiro de 1979

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FINAL DE JANEIRO DE 1979

Eu, Pandora e Narcissa tínhamos passado alguns dias vigiando Regulus, após algumas atitudes suspeitas no Natal, falando como se despedisse de nós. Ele era capaz de tudo, eu sabia, principalmente agora que qualquer crença nos ideais da nossa família tivesse sumido da sua cabeça. Foi então que descobri o real motivo.

O meu irmão tinha se dedicado ao extremo a Milorde, como tinha comentado que iria fazer, e subiu na hierarquia muito fácil, mesmo que preferisse trabalhar sozinho. Invadi sua mente enquanto dormia, da forma mais discreta possível, e ali vi sobre as horcrux. Regulus queria destruir o lorde das trevas da forma que ninguém havia pensado.

Obviamente, acabou acordando e ficado bravo comigo pela invasão de privacidade. Porém, eu praticamente implorei para ajudá-lo, enquanto utilizava um perfume-poção para deixar as pessoas suscetíveis. Eu me senti uma traidora por fazer isso, mas era necessário, era pela minha família. Logo, também acabou contando a Pandora, pois contava com ela para ajudar a destruir as horcruxes, feitiços e sua invenção sempre foi seu dom.

Narcissa acabou descobrindo sem querer, eu acabei transpassando minha preocupação e a atitude do meu irmão confirmou suas suspeitas que estávamos planejando alguma coisa. Desde disso, estávamos de olho e tentando impedir de fazer a besteira que pensava.

Uma das horcruxes, o medalhão de Salazar Slytherin, estava guardada em uma caverna guardada por Inferis e para piorar mergulhada em uma poção. Poção, essa era a minha área favorita, talvez o único motivo dele ter me contado o detalhe. Mesmo assim, era algo mortal, eu tinha certeza, não tinha como reverter, mas ele estava disposto a correr o risco. Burro, idiota e sem amor próprio, é o que queria gritar para Regulus, mas eu não estava muito atrás.

Montei um plano junto de minha prima e da minha melhor amiga, mas escondi uma parte. Não queria de forma alguma ser impedida de salvar o meu irmão por qualquer questão moral. A pior parte era esconder de Rabastan, quase impossível. Para a minha sorte, eu o convenci que o meu irmão precisava de ajuda, pois precisa emboscar algum trouxa. Depois de muito conversarmos, além de ter sido bem mais disciplinada nas últimas semanas, concordou pelo lorde das trevas.

Era hoje a merda que meu irmão faria, mas ele não iria morrer. Eu não ia permitir! Tinha procurado uma bruxa das trevas de Nova Orleans para estudar mais feitiços e poções das trevas, para poder me ajudar. Eu iria fazer um feitiço de ligação de vida, mas pelo motivo de não ser uma bruxa específica ou eu mesma me sacrificar (por ter ligação familiar), teria que fazer um pequeno massacre.

Uma vida por 20 vidas inocentes, o número do renascimento. Vidas inocentes, era obrigatório serem crianças... crianças trouxas não fariam diferença. Pelo menos, era o que eu repetia para mim.

Eu tinha feito uma poção com o sangue do meu irmão, que havia tirado sem ele perceber. Caminhava por uma cidade trouxa com aquele vidro, enquanto recebia alguns olhares estranhos, talvez fosse as minhas vestes. Adentrei um hospital, sabia que ali tinha uma ala com crianças com doenças terminais, seria um alívio para elas, não?

- Senhora, não pode entrar aqui. - Um homem veio me cutucando e eu sorri, sussurrando Imperio.

- O senhor poderia me levar até a Ala 13?

Irônico, colocarem esse número, o mesmo número da carta da morte no tarot. O enfermeiro seguia abrindo todas as portas, nem parecia ser controlado. Não podia ser a melhor com Imperio, como Narcissa, mas eu era uma Black, nós sabemos fazer tudo como damas que somos.

Tinham vinte e uma crianças ali, merda... Sorte que eu tinha me preparado. Fui a pessoa mais fofa que eu poderia, convencendo as crianças que a poção era uma bebida mágica que iria curá-los, enviada atrasada pelo papai noel. A vigésima primeira ficou sem, então só convoquei uma bebida qualquer para disfarçar.

Adhara: A Mui Antiga e Nobre Casa dos BlackOnde histórias criam vida. Descubra agora