Narguiles

697 64 12
                                    


    - Mas você tinha que ver! Xenophilius é apaixonante...

- Deu para perceber com seus olhos brilhando. - Comentei e ela sorriu, deitando a cabeça em meus ombros.

Tínhamos tirado um dia apenas para nós duas, fomos para a floresta alimentar alguns animais que normalmente ninguém saberia da existência, mas era Pandora. Ela é incrivelmente inteligente, mas não do tipo que considerava como uma conquista e sim algo que queria compartilhar.

Subimos em cima de uma árvore, como costumávamos quando éramos crianças, ficando na copa observando tudo. O dia tinha sido o melhor de todos desde o começo do sexto ano, junto com o dia do show. Conversamos sobre várias coisas, Panda me falou que queria ser uma inventora, pois seria divertido e poderia dar conhecimento a outras pessoas. Quando chegou em mim, apenas falei que talvez uma curandeira ou professora, mas ia decidir depois. Ela ficou desapontada, porque antes eu falava com tanta animação sobre as poções e como nós seríamos duas inventoras no futuro.

- Ah, lembra do que você me pediu? Eu consegui e está dentro desse livro sobre narguiles, ninguém vai bisbilhotar. - Sussurrou me entregando.

- Você é um gênio, Panda. Obrigada. - Abracei-a, morrendo de medo de cair do galho.

- Só tome cuidado, as pessoas mais próximas podem ser as mais cruéis.

- Eu irei, eu juro. Mas conta mais sobre o Lovegood.

- Ele é perfeito. - Suspirou com um sorrisinho bobo. - Xenophilius acredita nas mesmas coisas, não me acha uma estranha por isso, na verdade ama me escutar. Ele quer ser jornalista, sabia?

- Você poderia publicar as suas invenções mais facilmente.

- Sim! Exatamente, eu poderia ajudar mais pessoas. - Disse sonhadora. - Ah, ele me fez uma pulseira entrelaçando flores com caules, não é fofo?

- Sério, vocês tem que começar a namorar de verdade urgentemente.

- Acho que ele está tímido para pedir.

- Então pede você. - Sugeri e seus olhos se acenderam.

- Será? - Olhou para o ar, pensando por um instante. - Acho que eu vou. Ótima ideia, Adhara!

Ela me deu um beijo na bochecha e pulou, quase caindo. Conferi se estava tudo bem, mas quase nem deu tempo, ela saiu correndo. Ri silenciosamente, seu jeito livre e leve era tão bom e contagiante. Deitei no galho, esperando anoitecer para poder ver as estrelas, era lindo dali de cima.

Escutei pessoas conversando alto e rindo, então apenas tentei me encolher e me esconder ali, ninguém poderia me ver. O barulho parou de repente como se tivessem recuperando o fôlego, então decidi olhar para baixo. Percebi que o meu medo era por nada, era Sirius e o grupinho do terror. Revirei os olhos e voltei na posição relaxada de antes, aproveitando para achar as anotações de Pandora.

Não apenas as informações que pedi, mas algumas anotações sobre os seres que ela sempre defende com unhas e dentes que existem. Sua letra era toda misturada, mas bonita. Folheei até achar os endereços e os nomes das pessoas que poderiam me ajudar a fugir para os Estados Unidos. Sorri com a mensagem, "Você consegue, Adhara! Te vejo logo além do oceano. Com carinho, Panda L.". Ela assinava com o sobrenome abreviado, dizendo que no futuro seria Lovegood e como são ambos "L" preferia assim.

Um feitiço foi solto, quase me acertando. Malditos marotos que ficam explodindo as coisas. Eu sentei na ponta e pulei, dando uma cambalhota aproveitando que eu estava com uma calça que ganhei de Panda. Eles se assustaram e eu ri, mesmo com as varinhas estando apontadas para mim.

Adhara: A Mui Antiga e Nobre Casa dos BlackOnde histórias criam vida. Descubra agora