-Boa noite mamãe! – Cordelle cantarolou em um falso tom despreocupado – Como foi seu dia?
-Foi um dia estressante, Cordelle – ela falou duramente – Principalmente por que minha filha parece ter decidido manter minha neta longe de mim.
-Sabe que posso protegê-la melhor do que você pode – Cordelle falou em um tom ressentido. Observei, curiosa, como o vestido se Cordelle se parecia com o da minha avó, igual em corte, porém sem a gola alta e as mangas longas. Me perguntei se era intencional. – E ela precisava de espaço para descansar.
Marise deu um suspiro, olhando para mim – De fato, ela parece melhor. – ela sorriu – Sente-se onde quiser Gwendeline querida.
-Eu... – engoli em seco, tentando escolher um lugar nem muito próximo nem muito distante na mesa circular – Sinto muito por ter tido que esperar – gaguejei, sentando com duas cadeiras de distância dela – Não queria se aborrecesse. Ainda mais na sua condição, eu...
-Minha condição? – ela me perguntou, intrigada.
-Napho... O embaixador Ing... Napoleon – me corrigi nervosa, ainda apegada aos hábitos antigos – Ele me disse que estava doente.
-Não imagino por que ele tenha lhe dito isso, mas foi apenas um resfriado. Washington, nosso estado, é chuvoso e bastante frio às vezes.– ela garantiu - Mas não falemos de mim, Gwendeline. Falemos de você, como se sente?
Engoli em seco, tentando evitar as lágrimas que começavam a se formar – Eu... Não sei – menti, para ela e para mim mesma – É tudo muito diferente. Muito confuso.
-Nem todos somos tão excêntricos quanto a sua tia – garantiu Marise, olhando para a filha que parecia bastante entretida com uma daquelas telas de vidro se enchendo de palavras e imagens – E depois de amanhã, seu pai será obrigado a reconhecê-la como a legitima herdeira do trono.
Demorei um pouco para entender o que ela acabara de falar – O que?
-Eu vi quando o pequeno príncipe francês anunciou você como noiva dele –ela falou, conspiratoriamente, enquanto vão abriam na mesa e os pratos eram erguidos para cima. Eu teria perguntado mais sobre aquilo, se ela não continuasse falando – Eu ouvi você e soube que seria uma rainha melhor do que seu irmão poderia ser em um milênio inteiro.
-Não. Eu não vim roubar o trono de Christopher – apertei os braços da cadeira – Ele se preparou a vida inteira para isso. Eu não quero um trono, eu não quero que ele me odeie. Eu só quero uma família!
-Não seja tola Gwendeline, estava pronta para ser uma rainha do outro lado do oceano, por que não ser uma rainha aqui? – grunhiu ela furiosa – Afinal, por que acha que tive todo esse trabalho de encontra-la? De trazer você até aqui?
-Mamãe... – Cordelle advertiu atrás de uma taça de líquido prateado, mas Marise continuou.
-Eu... – estremeci contra as palavra dela, assustada.
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O Casamento Real - A Rainha da Beleza Livro III
Roman d'amourEnquanto mentiras reveladas parecem revestir o caminho de Bethany até o altar, como cacos de um espelho sob seus pés nus, ela se vê diante do momento de renunciar seu direito de sangue no império desconhecido do outro lado do oceano para aceitar a c...