𝐒𝐓𝐀𝐋𝐊𝐄𝐑², 𝘴𝘵𝘢𝘳𝘬𝘦𝘺.

01 ─ ma vie.

𝐃.

— Você está me encarando muito, sabia? — Sua voz doce fez soar mínimas palavras, mas adentravam no meu ouvido como uma melodia calmante.

O casamento de Madelyn e Chase havia nos deixado um pouco mais cansados do que esperávamos, no final de tudo ainda ficamos horas batendo um papo no meio do salão de festas com a galera. O clima não estava muito dos bons, já que metade do nosso grupo estaria com problemas amorosos, mas estavam fazendo o possível para não demonstrar tristeza no casório deles.

Madison sempre era vista nos pés de May e Maddie, talvez choramingando por seu casamento estar por um fio, Mariah não tem sido tão presente em alguns dos momentos que ela gostaria que estivesse e não estavam  batendo juntas no martelo da ideia de adotar uma criança. Ja Rudy continuava no ioiô que era seu relacionamento com a Gaby, brigas vai e brigas vem, mas geralmente esses términos deles só duram uma semana.

— Só estou vendo o quanto a minha esposa está ficando mais linda a cada dia com essa barriguinha linda. — Um suspiro de alívio foi solto quando segurei suas mãos e senti o calor da sua aquecer com as minhas.

— Olha Drew, normalmente isso só é dito enquanto o casal ainda está na fase do namoro, não vem me engabelar não.

— Que chata.

— Eu carrego uma filha sua, não me chama assim.

— Tudo bem, eu não irei abrir minha boca para mais nada. — Dei de ombros levando na brincadeira. Me assustei quando meus olhos passaram despercebidos pelo relógio do carro, marcando quase quatro da manhã, mas ainda sim, May cantarolava e mexia pouca parte de seu corpo ao som de "Love Story" da Taylor Swift. Ultimamente estava detestando essa cantora e Brooke por apresentá-la a minha esposa. — Essa música repete pela quinta vez amor, da um tempo.

— Você disse que iria ficar calado. — Sua risada entre o volume alto da música um pouco agitada ficava ainda mais gostosa de ser ouvida. Aos poucos dos meus momentos junto a ela eu iria entendendo o que é dar valor as coisas mais importantes da vida, que é o amor concreto e em mãos. As vezes os meus pesadelos de não tê-la mais para mim me atormentavam até com os olhos abertos, procurava-a pelos cantos e não conseguia enxergar onde realmente estaria. Observá-la sendo feliz ao meu lado sem esforço algum seria uma das melhores coisas de se ver, e talvez o Drew de alguns meses atrás estaria mais tranquilo de que não precisaria de nada para Maylin se entregar completamente ao que temos hoje em dia.

— Eu irei tomar banho, qualquer coisa é só me chamar. — Concordei com sua fala e arranquei meus sapatos nos pés da porta de entrada, eu realmente queria acordar mais tarde com alguns gritos por não manter o apartamento arrumado.

Estava com saudades.

Saudades de ter minha esposa colada no meu corpo e ouvindo sua respiração pesada ao meu ouvido, fazia tempos que não tínhamos alguma relação física. Eu não chegaria a falar que estaria em abstinência, obviamente não, sexo não era um suprimento para mim, é por isso que saudades tem uma enorme diferença de necessidade.

Seu corpo estava deitado entre a água morna da banheira deixando-o descansar pelo dia corrido de hoje, enquanto eu a observava encostado na porta do banheiro apenas com as calças nas mãos. Era mágico ver o quanto a gravidez fazia bem para Maylin, e eu poderia ver isso diariamente quando antes de abrir os olhos sempre escutaria ela falando algumas coisas com a bebê ainda em seu ventre. Quando a pequena completou seus seis meses de formação, fomos até Audrey para fazer uma ultrassom 3D, onde foi confirmado que praticamente todos os meus traços estariam presentes nela, Chase diz que vai fazer o máximo de esforço para que minha filha mude de aparência.

— Por que não vem até aqui?

Ouvir sua voz me chamando causou uma expulsão de pensamentos em minha cabeça, caminhando até ela a minha mente só se ocupava como o quanto ela estaria linda com o rosto um pouco avermelhado.

— Amor eu não irei te morder, pode chegar mais perto. — May disse se encaixando mais um pouco entre as minhas pernas, por algum acaso eu teria um pouco de medo de poder machucá-la.

— May eu vou acabar te machucando.

— O que machuca é não poder sentir você dentro de mim.

[...]

— Eu venho de uma descendência francesa por parte paterna, meus avós costumavam falar muitas coisas em francês comigo, mas uma que me acompanha até hoje é "ma vie", significa "minha vida". — Explicava olhando em seus olhinhos cansados, suas pálpebras estariam quase fechando por conta própria. Se já estávamos cansados pelo peso que tivemos pelo dia, tínhamos terminado de gastar nossa bateria na banheira.

— Então eu sou sua ma vie?

— Eu tenho a certeza de que a resposta para isso seria sim, porém tem outra pessoa que também é a minha ma vie. — Deixei um carinho na sua barriga que ficava redondinha com o passar do dias e levei meus polegares até suas bochechas.

— Se juntarmos essas palavras em uma só ficaria "Mavie", e por pura coincidência era esse que seria o meu nome se o meu pai não tivesse entrado em uma discussão de que Maylin seria melhor.

— Eu não sabia dessa.

— Mamãe insistiu até o último segundo que pode para tentar colocar meu nome de Mavie, mas o meu pai não colaborou muito na sua opinião, e esse nome teria um significado para ela. A minha bisavó tinha um pássaro melro e o adorava, até que em um dia ele acabou sendo morto por um cachorro que o engoliu, desde esse dia ela nunca tinha visto mais um daqueles. Minha mãe sempre soube que o significado desse nome seria "aquela que canta como um pássaro melro", e gostaria de ter feito uma homenagem a minha bisa.

— Você me acharia um cara mais legal se eu falasse que me apaixonei por esse nome e concordo em colocar o nome de Mavie no nosso bolinho?

— Não, eu te acharia um maior convencido e exibido! — Seu tom de brincadeira foi diminuindo até a ponta de seu nariz encostar no meu pescoço, afundei meus dedos em seus fios loiros e passei a rasteja-los  por ali. Antes de capotar junto a ela, certifiquei-me de ter deixado as persianas totalmente fechadas antes que o sol invada o quarto, May ficaria furiosa se soubesse que tinha sido eu o último a dormir e ter deixado alguma brecha para a claridade.

— Nossa Mavie?

— Nossa Mavie.

first. estou com um bloqueio
terrivelmente chato, e tenho
esperanças de que esse capítulo esteja
convencível a vocês não me deixarem (surtos)

second. a menina ia nascer
e maylin e drew não iriam decidir
esse nome, glória!

third. qual o signo de vocês?
interajam comigo :)

fourt. apertem na estelinha
e comentem o que acharam!
amo vocês!