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Muitos ainda me perguntam como é lá dentro.

Posso dizer que de cara parece uma balada comum, tem um espaço com pista de dança, luz neon, música alta, bar e algumas mesas. O diferencial mesmo está logo nos corredores escuros, onde a pegação corre solta, nas camas extra grandes que ficam no subsolo e na sala chamada de Aquário, por ter as paredes de vidro, própria para os casais que querem se exibir na hora do sexo.

Isso que descrevi é Afrodite, uma das casas de swing mais procuradas do subúrbio. Mas é bom saberem de algumas coisinhas antes de entrarem lá: não idealizem cenas de filmes com corpos perfeitos.

Os frequentadores são pessoas comuns, com estrias, pneuzinhos, seios flácidos e paus minúsculos. O diferencial é que procuram, sem vergonha de mostrar o seu eu natural, dando prazer ou proporcionando isso a outra pessoa, da forma mais carnal e explícita possível.

E isso é muito gostoso quando se desprende de paradigmas.

A verdade é que isso vai ser um mero detalhe, porque uma vez que você entra nesse mundo, meu bem... é difícil largar.

E eu me viciei.

Em Afrodite permitem solteiros, como eu. Por mais que a entrada para os desacompanhados seja um preço exorbitante, na época eu preferia torrar meu salário lá pela praticidade.

Eu era um cara gay e saudável, na casa dos vinte anos, mas não tinha muita energia para "caçar" e fazer todo aquele ritual da paquera, que é o rolê, e depois o motelzinho... Se rolar química, claro. Mas nem sempre a "maré estava para peixe" e eu só queria um pau para me saciar de alguma forma. Se possível um buraco apertado, sem o dono dele vindo junto de brinde.

Outra coisa que acontece com frequência em Afrodite, é que nem todos os casais têm de fato um relacionamento. Algumas pessoas contratam acompanhantes apenas para fazer o troca-troca. É tipo um "fica aqui com minha prostituta, enquanto pego sua mulher, trouxa".

Mas suruba não era a minha "praia". Eu preferia me distrair no glory hole, ou apenas "buraco da glória". Trata-se uma parede externa, com várias aberturas medianas, onde cabem as mãos e outras partes do corpo.

A ideia da parede vermelha é para quem quer algo rápido e prático. Não vemos o rosto da outra pessoa. A parede é justamente para manter o anonimato.

Por isso a primeira regra é nunca olhar pelo buraco.


A segunda regra, e não menos importante, é usar camisinha.

Esse item é obrigatório. Ninguém quer pegar uma IST.

As outras regras implicam no livre arbítrio para desistir a qualquer momento, caso esteja desconfortável.

O frequentador que descumprisse uma das regras básicas teria o nome descartado da lista seletiva, ou seja, seria banido para sempre e ninguém em sã consciência queria ser expulso daquele paraíso do sexo, certo?

Eu também não, até encontrar Park Jimin naquele noite e quebrar uma das regras.

Eu também não, até encontrar Park Jimin naquele noite e quebrar uma das regras

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Não tem jeito, Netflix é uma fonte de inspiração. Dessa vez foi com o filme espanhol
"Se organizar direitinho..." A história é muito engraçada, tem várias personagens que vão interagindo, mas a quebra de tabu no glory hole, me pegou de jeito. Então foi minha fonte de inspiração.

Essa fanfic vai ser curtinha, tá? Dois ou três capítulos no máximo.

Cheiro ☺💕

Glory HoleOnde histórias criam vida. Descubra agora