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Quando saí pelos fundos da casa de swing, lá fora o céu já estava claro, dando os primeiros indícios do Sol.

Engraçado, eu nunca tinha ficado tanto tempo em Afrodite. Até mesmo os seguranças, que ficavam sempre ali, estavam dispersos, lanchando em uma barraquinha para forrar o estômago com algo quente. Por isso não notaram eu saindo um tanto perturbado, acenando de qualquer jeito para o táxi parar.

Minha intensão era claramente ir embora, fugir do que quer tinha acontecido naquelas horas com o cara do Glory Hole. Mas foi só o carro amarelo parar do meu lado, que alguém passou pela mesma porta que eu a instantes atrás, e por puro impulso, gritei:

ㅡ Jimin, é você?!

O rapaz magricelo com o cabelo tingido de rosa, olhou para mim com o semblante fechado e continuou caminhando, talvez me achando maluco.

ㅡ Aish...

ㅡ Para onde, senhor? ㅡ o motorista perguntou, assim que abri a porta e sentei no banco de trás.

ㅡ Errr... ㅡ minha mente estava uma bagunça, fazendo eu esquecer até onde morava. ㅡ Rua...

Nos breves segundos em que o taxista pisou no acelerador para correr pelas ruas úmidas e vazias, repassei em minha mente confusa tudo que vivi com o cara das mãos fofas.

Jimin tinha mexido comigo, porra, sim! Além do sexo maravilhoso, algo sobre ele fazia meu interior revirar em anciedade. Queria vê-lo, isso ficou óbvio quando abordei o desconhecido na calçada. Eu pularia no homem e lhe esmagaria caso afirmasse ser Jimin, o meu Jimin.

Mas se eu partisse, seria provável nunca mais encontrar Jimin. Mesmo que por ventura voltasse a Afrodite, ele não era obrigado a esperar por mim, certo? Tinha também a hipótese dele se mudar para longe, ficar doente, namorar alguém... e não poder mais voltar. Sequer tínhamos marcado outro encontro ou mesmo trocado telefone, então dificilmente cruzaríamos nossos caminhos novamente.

E foi pensando isso que me fez despertei da espécie de transe.

Eu poderia alcançar o botão do foda-se para todos meus fantasmas e venceria medo de ser decepcionado outra vez.

Por Jimin poderia tentar. Porque com ele valeria a pena.

ㅡ PARA O CARRO!

Com meu grito, o taxista pisou no freio, fazendo meu corpo dar um solavanco.

Pedi desculpas e abri a porta e pulando do carro. Com o coração acelerado e um nervosismo sem fim fazendo as famosas borboletas brincarem no meu estômago, corri desesperado pelas ruas.

Quando finalmente fiquei de frente para o prédio de letreiros chamativos, entrei furtivamente pelos fundos da casa, querendo ir direto ao corredor largo que me levaria até o Glory Hole.

Não sei explicar a mistura de sensações dentro de mim, mas a adrenalina que achei ter acabado depois de ter o melhor orgasmo da minha vida, voltou assim que imaginei beijando a sua boca, tocando sua pele e lhe tendo, literalmente, por inteiro de dentro para fora, de corpo e alma sem as parede do Glory Hole, sem roupas, sem medo, sem receio de ter que quebrar a cara de novo, ou melhor, o nariz.

Sim, eu estava eufórico e muito... excitado? O sangue circulava abundante por todo canto do meu corpo, me deixando quente como nunca, até lá embaixo.

Glory HoleOnde histórias criam vida. Descubra agora