𝑌𝑒𝑠, 𝐷𝑎𝑑𝑑𝑦.

Yes, Daddy!

Acordo assustada, estou totalmente despida em um chão frio, ao olhar para o lado me deparo com o corpo de Krystian, em sua cabeça tem dois tiros e em suas mãos tem uma arma. Olhando para o outro lado, vejo Heitor sentado em uma poltrona, mamãe está em seu colo cheia de machados nas pernas e nos braços, seu olhar é um misto de felicidade e tristeza, ele me olha com luxúria nos olhos, enquanto mamãe apenas os fecha, deixando lágrimas grossas escorrerem por suas bochechas.

Ao lado esquerdo de Heitor está Josh, só com sua calça cinza de moletom e com chicotes e algemas em mãos, ele me olha com desprezo, com nojo, como se nunca tivesse me tocado antes, e ao lado direito de Heitor se encontra Noah, ele está chorando baixinho, e também me olha, suas mãos estão inquietas dentro dos bolsos de seu moletom e suas pernas estão bambas, provavelmente pelo fato de Krystian estar morto.

Ou não tão morto quanto pensei, ao olhar novamente seu corpo estirado no chão, vejo seus olhos abertos e um sorriso perturbador se forma em seus lábios, sua mão gélida pega firme a minha e eu grito alto, um grito de medo, desespero, pavor e culpa.

- Ela só me trás problemas! – Josh fala olhando para Heitor, e abre o mesmo sorriso perturbador de Krystian nos lábios.

- Ela coloca a vida de todos em risco! – Noah fala abrindo o mesmo sorrisinho.

- Ela só faz merda! – Krystian fala apertando minha mão.

- Você só nos trás problemas! – Também sorrindo, mamãe fala a mesma coisa que me falou a seis anos atrás.

Heitor pede licença a ela que se levanta, se aproximando devagar faz um aceno com a cabeça para Krystian, que imediatamente se levanta e para ao lado de Noah.

- Eu falei que conseguiria, querida! – Ele abaixa suas calças e se dieta entre minhas pernas – Eu sempre consigo!

E sem forças para tentar me debater, sem forças para gritar, sem forças para chorar ou espernear, apenas mantenho meu olhar fixo em Josh, o qual mantém seu sorriso no rosto enquanto Heitor faz o que bem entende comigo.

Sonho of ~

06:10 a.m.

- JOSH – Desperto gritando o nome dele, o suor escorre em minha testa e meu corpo está quente, estou com uma dor de cabeça enorme e minha respiração está desregulada.

- Bom dia... – Ele diz com voz de sono se levantando da cama e me olhando – Você está bem? – Sem ânimo e sem emoção nenhuma, ele esfrega os olhos e fica me encarando por um tempo – Sonhou com ele? – Faço que sim com a cabeça – Vem, vamos tomar banho...

Estendendo sua mão para mim, ele desvia o olhar do meu, sei que ele está magoado, eu também estaria se estivesse no lugar dele, mas sua empatia terá que trabalhar agora.

Pego em sua mão e ele me puxa de leve e silenciosamente até o banheiro, tira as suas roupas sem me olhar e entra debaixo do chuveiro, faço o mesmo que ele e o acompanho dentro do box. Pela primeira vez na manhã ele me encara por mais de dois minutos, desvio o olhar para seu peito e vejo as nítidas marcas de meu surto de ontem a noite, olho para ele novamente e agora ele transmite tranquilidade, seus braços se abrem e eu corro até ele, como se fosse um imã, como se eu precisasse dele, como se ele fosse meu ponto de energia e eu estivesse completamente sem bateria, como se ele fosse a porra da minha vida.

- Me desculpe... – Falo baixinho enquanto o abraço com força.

- Está tudo bem, minha menina... eu que tenho que lhe pedir perdão –Ele beija o topo de minha cabeça e me aperta mais ao seu corpo.

- Eu... eu sonhei que ele conseguia – Falo fechando meus olhos com força.

- Conseguia o que, meu amor? – Ele pergunta com a voz calma enquanto acaricia minhas costas.