Epiphany

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Notas iniciais:
Gabi: Oi, oi gente ! Tudo bem com vocês?
Sinceramente eu nem sei o que dizer sobre esse capítulo. Só sei que ele me destruiu. Então preparem os lencinhos, porque vocês vão chorar e muito.
Luma: É gente, num texto sobre epifanias,epidemias, guerras reais e imaginárias e saúde mental, dica difícil segurar as lágrimas. Leiam e eu explico tudo nas notas finais.
Até lá!

*

"Infectologistas de todo o mundo alertam: mutação encontrada em vítimas de síndrome gripal na China, provocada pelo chamado novo coronavírus (covid-19), tem alta capacidade de transmissão, e devemos ficar atentos embora a mortalidade esteja abaixo de 5% . Até o momento, não se identificou o vírus em nenhum outro país, mas tendo em vista o grande número de casos na China nesses 20 dias de 2020, o vírus pode estar perto de provocar um colapso no sistema de saúde de todo o mundo. A recomendação da OMS é investir na triagem dos transeuntes nos aeroportos, isolando passageiros que venham de Wuhan e estejam com os sintomas de febre, tosse, dor de garganta e dor no corpo. O governo chinês..."

Um bufo foi ouvido e Samantha olhou para trás, desviando a atenção da pequena tv da sala de descanso.

– Pura bobagem. Estão fazendo uma tempestade num copo d'água. É só uma gripe, as pessoas vão pegar mas não vão morrer aos montes. – Miraj resmungou.

– Não parece ser gripe, Miraj. Os chineses que morreram chegaram a ser entubados. Que gripe faz isso?

– Ainda que o vírus seja tudo isso, ainda não chegou nem em Nova York, muito menos nesse fim de mundo que nem aeroporto tem. É sensacionalismo da imprensa.

– Ok, Miraj, eu desisto. Vejamos ver quem estará certo ao final... Espero que seja você. Vamos lá passar esse plantão para os nossos queridos internos.

– Vamos.

Meia hora mais tarde os amigos saíam do hospital para suas preciosas 24h de descanso.

– Você vai dar úlcera sabia?– Sam olhou o copo de café na mão do rapaz com ar desaprovador.

– E você vai cair desmaiada no meio do plantão uma hora dessas. Somos médicos, precisamos tanto de café quanto de oxigênio.– Miraj brincou.

Ela revirou os olhos.

– Vamos tomar café da manhã lá em casa? Dona Xanti tá se queixando que você não gosta mais dela.

– Ela sabe que não é isso. Nossa vida de residente é corrida, e eu realmente não estou com fome agora. Mas diga a ela que desse mês não passa. Como ela está?

– Ah, Sam, daquele jeito. Ela ainda se sente muito sozinha depois que Pyetro foi para a Índia com a mulher dele.

– E depois há quem diga que não existe amor verdadeiro. A história desses dois...

Miraj sorriu.

– Eles esperaram 20 anos para ficarem juntos. Só espero que eu tenha essa mesma sorte um dia, de achar quem gosta de mim.

– Tenho certeza que vai achar.– Sam disse, forçando um sorriso e pedindo aos céus que não corasse. Samantha nutria uma atração pelo colega desse o início da residência, mas nunca teve coragem de dizer a ele. – Bem, é aqui que eu fico.– disse ao chegar na rua de casa.

– Até amanhã, tampinha! – Miraj a abraçou apertado e a jovem fechou os olhos brevemente, apreciando aqueles braços fortes em torno dela e o abraço aconchegante.

– Até– ela sussurrou sorridente quando ele a soltou e deu as costas.

Ali na residência de classe média, a garota dos cabelos negros como a noite era praticamente visita.

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