Capítulo 05

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— Sr. Hyuuga...
— É Neji, Tenten — insistiu ao reconhecer com facilidade sua voz no outro lado da linha. Eram quase 19h, e ele passara o dia inteiro aguardando aquele telefonema.
— Tomei uma decisão. Ou quase.

Neji franziu a testa. Sua paciência já fora forçada ao limite porque passara o dia inteiro esperando que ela telefonasse.
Para piorar as coisas, os advogados de Asuma já haviam entrado em contato com o dele e sugerido que marcassem uma reunião para "tentar um acordo amistoso pela custódia da neta do sr. Sarutobi"!

— E então? — instigou.
— Pensei em tudo que disse. Posso ver o benefício que sua oferta trará para Haruko e para mim mesma. Eu apenas... — Ela suspirou. — Bem, antes de lhe dar qualquer resposta, preciso me encontrar pessoalmente com Asuma Sarutobi, para ter certeza de
que ele é realmente uma ameaça.

Nas últimas vinte horas, os pensamentos de Tenten haviam girado em círculos para sempre retornar ao mesmo ponto: talvez Asuma Sarutobi pudesse ser convencido a ver que estava se comportando de forma irracional, que era o pesar pela morte de sua filha
que estava governando seus atos, e não uma verdadeira crença da sua parte de que Yuna ficaria melhor com ele. Se fosse possível convencer Asuma, Neji não teria necessidade de considerar se casar com ninguém... principalmente com Tenten.
Ou seja, ela estava disposta a atirar no próprio pé.

— Fala sério, Tenten? A julgar pelo humor de Asuma da última vez em que
conversamos, ele poderia comer você no jantar!
— Um jantar era exatamente o que eu tinha em mente — retrucou, tentando não parecer muito preocupada. — Na sua casa, claro.
— Claro. Posso perguntar a Asuma, mas, se ele concordar, é melhor que esteja
preparada para o pior.
— Acho que é a atitude certa a tomar, sr... digo, Neji.
— Pronto... Não foi tão difícil, foi? — provocou-a, antes de acrescentar com um suspiro: — Você é bem insistente em fazer o que acha direito, não é, Tenten?
— Apenas odiaria que você descobrisse que se casou comigo sem motivo! —
retorquiu.

Ele riu, um som rouco e suave que pareceu se espalhar provocantemente por toda a pele de Tenten.

— Se isso acontecer, você não vai achar nada engraçado! — asseverou Tenten,
desconfortável com o fato de que Neji era capaz de estremecer seus sentidos
meramente conversando com ela por telefone.

Essa mulher é uma raridade, Neji teve de admitir. Não apenas estava hesitando
em aceitar uma proposta de casamento de um homem rico o bastante para garantir que ela jamais teria de se preocupar com dinheiro de novo, como também estava preocupada
com a possibilidade de ele se arrepender depois.
Incrível!

— Então, vamos fazer o que você quer. Vou telefonar para Asuma, e depois lhe dou retorno, certo? — acrescentou, desligando abruptamente.

Neji não tinha certeza sobre o que pensar a respeito dessa mulher. Era bom para ele realmente gostar da mulher com quem pretendia se casar — o contrário seria uma tortura —, assim como era bom que ele considerasse sua beleza delicada muito desejável. Afinal, ela poderia querer mudar os termos do casamento em algum momento do futuro. Mas, com toda certeza, não precisava nutrir mais nenhum sentimento por ela!
Nem mesmo a admiração que sentia agora, depois dessa surpreendente conversa telefônica...

— Não precisa ficar apreensiva, porque ele ainda não chegou — disse Neji a Tenten na noite seguinte. Jiraiya, seu mordomo, acabara de conduzi-la até a sala de estar da mansão da qual poderia se tornar senhora, caso aceitasse sua proposta.
— Você está... deslumbrante — acrescentou ao vê-la melhor. Tenten levantou as sobrancelhas travessas.
— Nem sempre tenho a aparência de quem passou o dia inteiro cozinhando.
— Não quis dizer... Você está brincando comigo! — compreendeu, surpreso.
— Achei que já tínhamos concordado que tenho senso de humor.
— O humor lhe cai bem. Porque você está linda esta noite — disse em voz rouca.

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