Six; Why are you running?

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 - Avisos - 

Os capítulos de 1 à 4 foram todos revisados, por favor, releiam, estão diferentes e alterarão a história, obrigada e boa leitura.



- Ei, porque está correndo? - Uma voz, não reconhecida, me chamava da escuridão. Um sentimento estranho percorreu meu corpo, um arrepio incomum, um tremor que nunca havia alcançado meu corpo antes, um frio na barriga. Estava assustado, concluí. Com medo, corri por todos os lugares daquele quarto, estava totalmente tomado pelo breu, tentava me libertar daquele cômodo, precisava sair. Me debatia, tentava de todas as formas, não obtendo nenhum sucesso, minha mente não era ocupada por pensamentos, eu não parecia ao menos estar consciente, eu apenas corria, preso em um looping. - Vai me abandonar como fez da última vez? - O vozerio soou novamente, me paralisou, como uma estaca em meu coração, aquilo me atingiu, então eu conseguia pensar novamente, estava consciente. Por um impulso, reconheci a voz que me chamava - Era de Kakashi, suponho -, a voz que atormentava meus sonhos em todas as noites, que me negava uma vida ao meu lado, que se recusava a acreditar que a noite em minha casa não foi um erro.

Eu queria correr, mas meu corpo não se mexia, eu queria gritar, mas meus músculos não se moviam, precisava sair do meu transe de qualquer forma, me remexia, mas nada acontecia, continuava como uma estátua, parado, com aquela voz ecoando em minha mente. 

Então em um susto, sou acordado, algum dos garotos que dormi noite passada me chacoalha e me acorda. 

- Ei, você está bem? Está tremendo a 'tipo meia hora - Ele diz enquanto eu esfregava minhas têmporas com as costas de minha mão. Apenas depois desse momento, percebi que ainda nos encontrávamos nus, além de que apenas havia sobrado eu e ele da noite passada.

- Estou, obrigada - Disse me erguendo, meu corpo ainda estava dolorido pela noite passada, minha cabeça latejava pela ressaca

- Certo - Disse enquanto se afastava e procurava, em meio a bagunça que estava meu apartamento, suas roupas -, tem remédio para ressaca na cozinha, fiz um chá também. - Pronunciou enquanto localizava seus pertences e os vestia rapidamente, logo depois jogou uma cueca para mim - Veste aí, 'tá cedo, temos vizinhos - Disse rindo anasalado e depois procurando uma forma de começar a arrumar a bagunça que as pessoas deixaram da "pequena" resenha que houve aqui ontem.

- Obrigada - Comecei antes de me levantar e vestir a peça de roupa em cima da cama -, não precisa fazer isso, Akei - Anunciei, me aproximando do garoto vagarosamente e pousando uma mão sob seu ombro. 

A verdade era que Akei era incrível, passar meu tempo com ele era maravilhoso. Havia conhecido ele em uma festa regional, de cara pensei que ele seria um garoto problema, mas na verdade, ele foi uma das melhores coisas que me aconteceram naquele ano, ele era amoroso, fofo e, definitivamente, muito pervertido. Era um garoto alto, branco, com os cabelos pretos levemente coloridos nas pontas, olhos vermelhos vibrantes, típico da família Kotunari, e  inúmeras tatuagens pelo corpo, a mais extensa e chamativa sendo a do dragão, que inicia em sua mão, passando por todo seu braço e ombro, terminando em seu pescoço. (Personagem autoral, foto ao final do capítulo)

- Por nada, Obito - Disse se virando para me observar, me deu um leve selar de lábios -, mas eu vou organizar isso de qualquer jeito, 'tá uma zona, não posso deixar você fazer tudo sozinho - Disse voltando a recolher algumas garrafas de bebida vazias em um canto isolado

- Deixa isso, eu ligo para uma empregada depois - Propus enquanto me encaminhava para o banheiro, não me incomodei de fechar a porta, até porque o que eu mais queria era que ele entrasse comigo, o que, infelizmente, não aconteceu, mas foi bom imaginar o que poderia acontecer.

Porém, outros pensamentos invadiam minha mente. Aquele sonho, as palavras que havia me dito. Abandono, eu não o abandonei - Repetia isso para mim, mesmo sabendo que, sim, eu o abandonei -, eu só tornei as coisas mais fáceis para nós, sumi da vida dele para que ele pudesse crescer, achar uma mulher, viver sua vida do jeito que deveria ser seguida, sempre foi fácil pata ele colocar panos molhados no fogo, abafar a situação até que ela suma, mas, para mim, infelizmente, ela não sumiu, eu aprendi a lidar com ela, mas ela nunca desapareceu, sempre esteve comigo, por mais que eu não quisesse, ela continuava a me atormentar, me sucumbia, me irritava, me magoava, lidar com a dor nunca foi fácil para mim.

Decidi que deixaria a água levar meus pensamentos e desce-los pelo ralo, então assim fiz, quando saí do banho, uma toalha cobria minhas partes, observei o Kotunari terminar de arrumar uma parte do cômodo e se sentar no sofá, vencido pelo cansaço, estava com uma blusa de manga comprida azul escura e uma calça moletom preta.

- Eu avisei - Gritei enquanto me aproximava do guarda-roupa

- Tabom, "senhor-estraga-prazeres", eu estava errado - Ironizou

Peguei uma blusa preta de manga comprida comum e uma calça de moletom cinza escura, nos pés calçava uma meia, não muito grossas, apenas para evitar meu contato direto com o chão frio. Vesti tudo rapidamente e fui até a sala. 

- As coisas estão ali - Ele apontou para a bancada da cozinha, então me direcionei para o lugar apresentado, peguei o comprimido em mãos juntamente com a água e os tomei de uma vez. Logo após me aproximei da xícara repleta de um líquido verde claro, o segurei em mãos e o levantei, deixando no campo de visão de Akei, como se perguntasse o que aquilo era sem ao menos precisar colocar em palavras. - É chá de camomila, é bom 'pra ressaca - Aconselhou erguendo os olhos para meu rosto enquanto levava o copo à boca e tomava alguns goles. Deveria admitir, o chá dele era incrível, muito saboroso, não trocaria por nenhum chá existente.

- Obrigada, de novo, Akei - Agradeci me direcionando para onde ele se encontrava e me sentei

- Não precisa agradecer, Tobi - Respondeu colocando a mão sob a minha coxa, logo depois que eu sentei e me acomodei ao seu lado.

- Ok - Comecei -, agora me explica, como eu fui parar nu com você no meu quarto? - Disse, me arrependendo de cara pela expressão que o mesmo fez.

- Você estava muito bêbado, decidiu que iria fazer um jogo de strip com verdade ou desafio, todos toparam, até porque não tinha ninguém, além de mim, sóbrio naquela festa, então vocês jogaram isso até as pessoas começarem a se pegar e irem embora, isso já era por volta de 3 horas da manhã, então quando todos foram embora e me largaram com você, sem ofensas, você estava péssimo, você começou a me beijar, mas eu me recusei a fazer sexo com um embriagado, então você desistiu e foi dormir, a hora que acordou eu havia acabado de tomar banho, 'tava procurando minhas coisas, as que ficam aqui. - Explicou

- Uau - Solto juntamente a um suspiro

- Eu que o diga, se manter firme com o joguinho sujo seu ontem foi foda 'tá!? - Disse, fingindo uma irritação seguida de um riso leve.

- Desculpa - Disse rindo também.

Então, ouvimos a campainha soar, encarei Kotunari, como quem perguntava se tinha chamado alguém, ele nega e me olha de volta, nego também. Quem poderia estar na porta? Não havíamos convidado ninguém.



Continua...



Amor proibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora