CAPITULO 2

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Pov Stela

Acordei no outro dia com uma dor de cabeça horrível e uma ressaca matadora. O gosto de guarda chuva na boca e a sede maior que a segunda feira me atingiram assim que eu abri os olhos. Olhei no relógio e já passava do meio dia, por sorte era sábado e eu só começaria a trabalhar mesmo na segunda feira.

Depois de 2 analgésicos e 20 minutos consegui me levantar de vez.

Precisava ir às compras, não tinha nada na geladeira e eu ainda não havia contratado uma funcionária para me ajudar no dia a dia.

Tomei um banho, vesti uma roupa confortável e parti para o primeiro mercado que encontrei no gps, se eu tivesse sorte ele estaria vazio e tranquilo.

Não tive sorte. Parecia que todas as famílias daquela cidade resolveram ir ao mesmo mercado que eu e como se não bastasse, uma ou duas crianças davam birra e esgoelavam como se não houvesse amanhã.

Estava fazendo um esforço gigantesco para completar minha lista de compras quando senti uma pancada forte na minha canela.

Stela: PUTA QUE Pariu -falei um pouco mais alto do que eu esperava.

Olhei para direção do golpe e lá estava a criança loira e travessa. Hoje realmente não era meu dia.

Stela: Ei! Porque você fez isso? -perguntei incrédula, que tipo de comportamento era esse?! E a criança apenas caiu na gargalhada. Eu só podia estar passando por algum tipo de pegadinha, olhei em volta procurando algum indício da minha suspeita e só o que eu avistei foi Jax com uma cara irada vindo em minha direção. Agora havia ficado realmente completo.

Jax: Abel, o que você aprontou dessa vez?- disse com autoridade pro loirinho que há pouco havia me dado uma bela bicuda- O que essa criança come?

Abel: Deu vontade de chutar a moça e eu chutei- a criança respondeu na maior cara de pau. Nesse momento eu não consegui mais segurar a risada e foi quando o homem loiro de olhos verdes reparou minha presença.

Jax: Oh! É você?! Sinto muito, muito mesmo! Mil desculpas, o Abel está passando por uma fase difícil. - disse com uma cara de preocupação

Stela: Tudo bem, ele é só uma criança que queria deixar um roxo na perna de uma desconhecida. Quem nunca? -brinquei tentando descontrair o momento e deu certo.

Jax soltou um sorriso e uma risada baixinha. Ponto pra mim!

Jax: De uma coisa isso serviu, para nos reencontramos. Talvez seja o destino.

Stela: Eu acredito em destino- respondi dando uma piscadela.

Jax: Eu sei que você não me conhece tão bem, mas estava pensando em aproveitar esse acaso do destino para te chamar pra fazer algo mais tarde. O que acha?

Stela: Parece ótimo pra mim. Onde posso anotar meu contato?

Jax me entregou o celular e eu anotei meu número e nome.

Jax: Eu ligo para marcarmos, pode ser?

Stella: Pode ser por mensagem mesmo- disse sorrindo sem graça- não sou muito de ligação. Olha, eu acho que seu filho fez mais uma vítima ali na área da padaria- avisei receosa.

Jax: Meu Deus essa criança vai me matar. Tenho que ir, te ligo- disse piscando.

Passei minhas compras no caixa pensando em como tudo deu errado para depois dar certo. Eu tinha um encontro no meu segundo dia nessa cidade mesmo com essa cara de ressaca, era um novo recorde para mim. Estava me sentindo confiante e com sorte e preciso confessar que sempre quando isso acontece o tombo é mais que certo.

Pov Jax

Abel estava totalmente descontrolado após a separação com a Tara. Era incrível o esforço que uma criança daquele tamanho fazia para chamar a atenção e me punir de alguma forma. Eu tentava sempre estar presente, mas não era o suficiente.

Eu amei a Tara mais que tudo, mas nosso relacionamento havia se desgastado. Brigas, traição, não dava mais. Estávamos nos machucando, destruindo e nem o respeito havia sobrado. Tara não aceitava o fim, mas eu não conseguia mais conviver com ela, dormir com ela, sequer sentir seu cheiro. Era estranho e doloroso, pois achei que ficaríamos pra sempre juntos, cuidando das crianças, nos apoiando. O destino sempre brinca com nossas expectativas.

Havia acordado com um pouco de ressaca, mas lembrei que precisava fazer compras para minha antiga casa e tinha prometido para Tara que levaria Abel.

Foi um verdadeiro caos. Ele corria, gritava, fazia birra e para completar chutava a canela de qualquer desavisado que cruzasse seu caminho.

E foi então que, pela primeira vez na última hora a teimosia de Abel serviu de alguma coisa.

Um encontro. Quanto tempo eu não fazia isso? E Meu Deus, era com a mulher mais gata que frequentou aquele pub nesses últimos meses. Seu cabelo curtinho, seus braços tatuados e o sorriso encantador, parecia que depois de bastante tempo a sorte havia sorrido pra mim e eu ia sorrir de volta. Ela era encantadora.

Esperei passar umas duas horas para então ligar.

Stela: Alô! -ouvi sua voz do outro lado da linha.

Jax: Oi, sou eu Jax! Tudo bem? Estou ligando para marcar nosso encontro mais tarde.

Stela: Ah oi Jax! Tô bem e vc? Claro! O que tem de bom nessa cidade?

Jax: De bom mesmo só o pub que estávamos ontem. Podemos ir até lá novamente, o que acha?

Stela: Hmmmm, tenho uma ideia melhor! Vem aqui para casa, a gente vai conversar com mais calma, eu cozinho algo ou faço alguns petiscos, bebemos vinho, cerveja ou a bebida que preferir. O que acha?

Jax: Sua casa? -perguntei desconfiado. Ou essa garota é decidida ou é doida- Me parece Ótimo. Às 19:00? Ah, eu prefiro cerveja!

Steak: Então cerveja vc irá beber -riu do outro lado da linha- Às 19:00 me parece ótimo! Te envio a localização por mensagem. Até mais tarde, beijos.

E desligou. 

O Brilho de StelaOnde histórias criam vida. Descubra agora