Tocada pelas Sombras - Por Dimitri Belikov

Capítulo 20

Rose se atrasou para nosso treino matinal no dia seguinte. Alguns meses atrás, eu não teria pensado muito sobre isso. Teria sido mais surpreendente tê-la aparecendo a tempo. Quinze minutos depois do nosso tempo acordado tinha sido quase o normal para ela. Agora, nem tanto.

Às cinco e meia, eu estava começando a ficar preocupado. Meu próprio aquecimento já estava concluído, e eu tinha terminado um capítulo e meio no meu livro e ainda não havia sinal de Rose. Achei que nossa conversa poderia ter chegado a ela mais do que ela tinha deixado na noite anterior, então comecei a ir em direção aos dormitórios, esperando que eu a pegasse dormindo profundamente ao invés de envolta em preocupações ou medos, presa em um pesadelo que ela não podia escapar.

A maioria ainda estava dormindo a esta hora, exceto por alguns guardiões ainda em patrulha ao redor do terreno. Um ou dois estavam indo para a academia para uma sessão de treino para eles, e eu ofereci-lhes um aceno de reconhecimento quando eu passei por eles.

Os dormitórios dos dhampirs, pelo menos no chão dela, estavam vazios. Todos os idosos estavam com suas acusações falsas, deixando Rose sozinha em seu quarto. O silêncio foi quase ensurdecedor, mesmo com meus passos silenciosos causando ecos pelo corredor que leva à sua porta.

Mas ela não respondeu às minhas batidas. Não me preocupava inicialmente. Rose poderia facilmente dormir através de seu alarme, e provavelmente através do apocalipse se ela sentisse que tinha suprimentos de emergência adequados escondidos em sua mochila. Depois do terceiro round eu puxei minha chave principal, imaginando que provavelmente seria preciso algo um pouco mais forte para tirá-la da cama.

Imagine minha surpresa quando achei a cama dela completamente vazia.

"Rose? Roza?

Não havia resposta em seu quarto, não que houvesse muitos lugares onde ela pudesse se esconder. Os dormitórios eram um quarto, com um armário dobrável que Rose tinha deixado aberta, roupas derramando meio casualmente. Esperei alguns momentos, optando por sentar na cadeira de mesa dela ao invés da cama não feita, imaginando se talvez ela tivesse acabado de sair por um momento para usar o banheiro compartilhado. Seria só a minha sorte que ela tivesse ido tomar banho antes de eu chegar aqui. Ela não voltou, porém, não depois de cinco minutos, não depois de dez minutos. Os banheiros estavam vazios. Um rápido check-in me informou que a matrona do dormitório também não a tinha visto. E eu estava oficialmente preocupado.

Talvez... Talvez eu tenha perdido ela e ela estava esperando por mim na academia. Tinha que ser isso. Ela estava esperando por mim e no momento em que eu entrava ela me daria o inferno por estar tão atrasada. Até agora, a prática tinha acabado. Amanhã brincávamos sobre isso, mas hoje eu só precisava vê-la.

Ainda não havia razão para soar o alarme. Não há razão para acordar Lissa ou qualquer um de seus outros amigos. Definitivamente não há razão para ligar para Alberta ou colocar um aviso de alerta sobre o sistema de rádio para ela. Eu só precisava encontrá-la.

"Dimitri!"

Meu coração levantou, grato por ouvir sua voz. Eu reconheceria em qualquer lugar. Apesar do meu monólogo interno tentar me convencer de que tudo ficaria bem, pude sentir meus ombros começarem a relaxar, meu pulso voltar ao normal, e eu poderia finalmente respirar que eu estava desesperadamente tentando tomar durante a última hora sem sucesso. Assim que a visse, tudo seria acertado de novo. Eu ainda tinha que decidir se eu ia beijá-la ou fazê-la correr pelo resto do dia, mas pelo menos ela estava segura. Se ao menos eu pudesse vê-la.

"Rose? Onde você está? Ainda havia luz suficiente para vê-la não deveria ter sido problema, a menos que ela estivesse propositalmente tentando se esconder de mim. Ela soou perto também. Eu dei um passo à frente, tentando olhar em torno de alguns arbustos flanqueando a porta que eu tinha acabado de sair, mas eles estavam claros.