Parte 5 | Naruto Uzumaki

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Perdi completamente a noção. É isso.

Eu nunca faria esse tipo de coisa se estivesse pensando direito. Mas é assim, ele aparece na minha frente e toda a sensatez vai embora. Posso colocar a culpa no sono, na falta de uma refeição decente ou qualquer coisa do tipo, mas a verdade é que é só as malditas borboletas no estômago, o coração teimoso que insiste em bater rápido demais por um Uchiha problemático.

Como será que meus pais reagiriam ao descobrir que seu filho é apaixonado por um homem, um homem mais do que complicado com péssima reputação?

Ah, isso pouco importa.

Sasuke não ficou nem cinco minutos depois de tudo, apenas se vestiu e foi embora ao se despedir. Não que ele pudesse ficar, já tínhamos feito besteira demais transando na minha mesa em plena luz do dia, não jogaria mais com a sorte por hoje.

— Anne, está liberada para o almoço — Aviso para minha secretária pela minha linha do telefone. Ainda faltava um pouco mais de uma hora para ela ser liberada, mas depois do que aconteceu nessa sala a alguns minutos, ambos precisávamos de uma pausa mais longa.

— Quer que eu volte mais cedo hoje? — Ela responde, pela mesma linha.

— Não, não, volte no horário de sempre.

Com isso, ela desliga.

— Você realmente não tem noção de nada, Naruto Sussurro para mim mesmo, enquanto recolho o resto das minhas roupas espalhadas. Pela primeira vez em um tempo considerável eu almoçaria em casa, se Sakura estivesse aqui ela riria da minha cara: Sasuke em cinco minutos fez o que seus pais não conseguiram em meses.

Esse é uma maldita e irrefutável verdade.

Vesti-me de forma desleixada, joguei o casaco por cima e saí.

Ao contrário de Sasuke e seu gosto exagerado, eu não sou superfã de carros esportivos que correm em alta velocidade com teto retrátil. Prefiro algo mais confortável, que comporte todas as coisas que tenho o péssimo costume de deixar dentro dele, transformando o veículo quase que em um depósito.

Desativo o alarme, me sento no banco encouraçado e dirijo até a casa onde eu moro com meus pais.

Eu moro relativamente longe do prédio onde faço a maior parte do trabalho da empresa, mas é um caminho que gosto de fazer, mesmo raramente andando por aqui de dia ou em horários convencionais. Nada que deixava o lugar pior.

Moro em uma casa de um condomínio, ninguém da família aprova a ideia de comprar enormes mansões com quinze tipos diferentes de carros guardados na garagem. Queríamos uma cozinha grande e espaço o suficiente para termos privacidade.

Desligo o carro, pego uma mochila pequena jogada no banco de trás e entro em casa. A princípio pensei que ninguém havia reparado na minha presença, por isso caminhei quase que furtivamente até as escadas que levariam ao meu quarto no andar de cima, contudo antes que eu percebesse, minha mãe, Kushina, estava parada na minha frente com os braços cruzados.

— Nunca aparece em casa e quando aparece entra escondido, feito um bandido. — Ela parecia terrivelmente irritada, e isso, o seu tom, me fazia sentir uma criança novamente.

— Oi, mãe.

— Não é porque você tem 30 anos que não deve satisfação para sua mãe, entendeu? Eu sei que você é poderoso no mundo dos negócios agora, mas Naruto, se você morrer isso tudo não vai adiantar nada.

— Mãe...

— Não adianta discutir, se você fazendo isso eu mesma te mato para facilitar sua vida.

— Eu vou me lavar e descer para almoçar.

— Por favor.

Sem dizer mais nada subo para meu quarto.

O lugar inteiro não era muito glamoroso e cheio de coisas interessantes, a única coisa que eu não trocaria por nada são as imensas janelas, que vão do chão ao teto, que quando amanhece deixa meu quarto tão claro quanto o dia.

O que é um ponto que não agrada a todo mundo, mas eu gosto demais, todos os lugares que eu permaneço por horas tem janelas enormes, como meu escritório.

Felizmente, o quarto é uma suíte, então joguei a mochila na cama entrei no banheiro.

De frente ao espelho o desespero embrulhou meu estômago. Eu deveria ter visto meu estado antes.

Era impossível que ninguém notasse os roxos no meu pescoço e marcas de mordida que chegavam até o rosto, olhando mais de perto percebo as marcas dos dedos dele na minha pele.

Eu estava inteiro marcado, de cima a baixo. E minha mãe com certeza percebera.

Nunca fui tão descuidado em toda minha vida.

Ao entrar debaixo do chuveiro, rezo para que a água quente leve embora todos os problemas que pareciam se acumular em cima dos meus ombros.

Descendo as escadas, tento esconder todo meu constrangimento, fingir que Kushina não sabe do motivo de eu estar usando uma blusa de gola alta e que já não contou tudo isso ao meu pai.

Só me restava implorar aos céus que não colocassem o assunto em pauta. Porém, os céus devem estar de greve.

— Naruto o... — Foi a primeira coisa que eu escutei quando cheguei na sala de jantar, os dois me encaravam curiosos, já que é a primeira vez em 30 anos que me pegam voltando para casa com a pele marcada com dezenas de chupões.

— Por favor, não.

— Tudo bem, quando estiver preparado então. — Assim, por uma glória divina, ou apenas um súbito momento de noção, eles não tocaram mais no assunto constrangedor de seu filho adulto e irresponsável com a pele mais roxa do que se tivesse levado uma surra.

Homens de Negócio [em revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora