Parte 8 | Sasuke Uchiha

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No fim do dia, Naruto me odiará. Não importa o quanto me considere, ou o quanto eu goste dele, eu vim até os Estados Unidos com um objetivo e vou cumpri-lo.

No começo, estava disposto a entrar na sua sala e aceitar a primeira proposta que apresentasse, afinal, derrubá-lo de seu pedestal sempre foi apenas uma desculpa. Mas quando o vi hoje cedo, naquele estado deplorável, como se a vida estivesse se esvaindo do seu corpo, e apenas uma fraca luz ainda brilhasse dentro dele, lutando para sobreviver, tive vontade de me matar.

Sabia que ele estava assim devido ao trabalho, não precisava que alguém me dissesse para perceber.

Por isso que agora estou tão obstinado em tirar-lhe essa empresa, compra-la e enfim dá-lo um tempo para descansar. Apesar de saber que ele nunca olhará isso como algo positivo.

Estou tomando tudo que é seu, mas é para o seu bem, entende? Ele com certeza voará uma cadeira na minha direção.

Após contar sua história trágica, Itachi se despede de mim e de Karin e fará o que quer que tenha que fazer nos Estados Unidos. Já a ruiva fica apenas 5 minutos a mais que meu irmão antes de pegar sua bolça e partir em direção a empresa de Naruto.

Ela tinha que falar com ele e queria fazer isso antes da nossa briga bilionária.

Ao contrário deles, fiquei sentado na minha cadeira, observando as canetas e pensando em como dizer a Naruto o que sinto por ele.

Hoje seria o pior momento possível, amanhã será pior ainda, não cabe uma declaração depois de tomar dele o trabalho de anos e, se ele perdoar Karin, o único dia que poderei encontrá-lo sem parecer estar forçando uma relação inexistente seria no casamento da sua prima.

Afinal, ambos somos convidados, é natural que nos encontremos em um salão com 100 pessoas.

Mas que momento seria o ideal para dizer as benditas 3 palavras?

Seria na festa? Na cerimônia seria um desrespeito, mas e então o que eu faria? Me aproximaria da mesa dos Uzumaki e me declararia para ele na frente de todo mundo? Não, definitivamente não.

— Ah! Isso é mais complicado do que imaginei.

Como Karin era um anjo — certamente caído —, eu não tinha nada marcado durante o resto do dia, nenhuma reunião no caso, ainda passaria boa parte do dia analisando relatórios e assinando toneladas de papéis. A cada carimbada, Naruto aparecia na minha mente, às vezes que brigávamos, que dormíamos juntos, que discutíamos e nós xingávamos, (sim, nós brigávamos muito, mas era um bom passatempo na época) por isso, por pensar apenas em um loiro irritante, eu não conseguia me concentrar em nada.

Então, para facilitar a situação, peguei minhas coisas e fui embora.

Diferente do Japão, nos Estados Unidos moro sozinho em um apartamento 10 vezes menor do que aquela casa exagerada e, meus pais não acreditariam, mas preferia o apartamento. Talvez fosse a única coisa que gostava verdadeiramente no país.

Era solitário, calmo e silencioso.

E tudo o que eu não precisava naquele momento era de solidão, calmaria e silêncio.

À noite, sonhei que Naruto me rejeitava.

No sonho, ele falava sobre os escândalos envolvendo meu nome sobre mim nas revistas, as fofocas e histórias mal contadas, e me mandava embora por não querer ficar com uma pessoa tão repulsiva. Tento desesperadamente explicar a verdade por trás de tudo que estão publicadas, mas ele me encara com pena, como se eu não conseguisse entende o óbvio e insistisse em ficar preso em desejos de infância.

Homens de Negócio [em revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora