AZUL

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Azul

Por sobre os telhados escurecendo o dia.

Azul virgem a essas pupilas

E queria te falar dessa maravilha.


Avenida

Enfeitada de brasileira vida.

Coberta pelo azul único de cima.

E queria te falar do ar úmido da via.


Penumbra

Sinal desse tempo que sempre assombra.

Azul, ar úmido, lagoa na penumbra

E queria te falar do que jaz na sombra.


Pedra silenciosa, passe em paz.

Como outras substâncias passaram.

Pedra silenciosa, pese em paz.

Como outras substâncias pesaram.

Eu minhoca; eu pássaro.



Avenida

Minha cabeça e cabelos, olhos, ao nariz

o azul virgem como cannabis

E queria escurecer com esse azul mortis.


Azul

Que vem depois do meu laranja sagrado

É fator de um tempo agitado.

E queria aceitar o seu translado.


Penumbra

E canto de pássaros voando fora da via

Sua casa é para lá, a minha acima.

E queria atirar essa pedra à Láctea via.


Pedra silenciosa, vire lua.

Como as outras substâncias não viraram.

Pedra silenciosa, vire planeta.

Como as outras substâncias jamais viraram.

Eu livre, Eu lunático.


Azul

Que venha te mostrar longe.

Avenida.

Que te faça brilhar longe.

Penumbra.

Que te escureça no distante.


Porque depois de tudo isso, vem um banho.

E muda toda poesia, toda via.

Nova substância.

Agradeço, sofria.

No meu espaço cabe o eterno

e as horas do dia,

e por isso toda melancolia.

Cabe até que acabe, ou estrague.


Explosão branca.

E o sol parecia a luaOnde histórias criam vida. Descubra agora