Capitulo 04

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POV Camila

Eu estava sem fôlego, neste ponto, exaltada, gesticulando com as mãos e os cabelos voando. Lauren olhou para mim, seus olhos entregando seu interesse, desejo, paixão... muitas coisas para nomear isso, nem mesmo vou tentar. Os olhos desta mulher eram muito expressivos; eu finalmente entendi as heroínas da literatura erótica quando falavam sobre se perder nos olhos de alguém.

Eu realmente sei, porque eu me encontrava afogando nas suas esferas verde-esmeralda, afogava-me e nem sequer me preocupava em respirar. Quando Lauren percebeu que eu havia me detido, deu um passo na minha direção, tomou-me em seus braços e me beijou. Suas mãos percorriam as minhas costas, descendo pelos meus ombros, ainda molhados do banho, e desciam para a parte abaixo da toalha até as minhas coxas. Suas mãos encontraram as minhas nádegas, colocando-as sobre elas com alguma hesitação. Eu arqueei as minhas costas e corri as minhas mãos sobre sua coluna vertebral.

– Você tem medo de mim?

– Não. - eu disse.

Não era uma mentira, mas não era verdade também. Eu queria o que ela iria fazer comigo, mas ao mesmo tempo, eu estava com medo também.

– Então por que você está tremendo? 

– Porque eu quero muito você! - eu sorri timidamente, mas este não era o momento de ficar tímida. – Esqueça tudo sobre Matthew! Claro, tudo que falei sobre ele e não sei o que diabos eu estou fazendo, mas eu estou tremendo as mãos e os joelhos, porque eu desejo você. E não porque eu estou preocupada! - eu coloquei as minhas mãos no seu traseiro, do lado de fora de sua calça. – Esqueça-o. Ele não existe. Eu quero você. Eu sempre quis, apesar de nunca tê-la conhecido!

– Isso é uma loucura! - ela ainda estava se segurando, mas as suas barreiras se abaixaram, eu sabia disso.

– Você faz meu sangue ferver! - eu empurrei os meus quadris contra ela. – Você faz com que eu fique toda molhada!

Ela sorriu e abaixou para me beijar, um toque rápido dos lábios.

– Apesar de você estar segura sobre isso, eu não quero que você seja seduzida por uma mulher como eu.

Revirei os olhos.

– Eu já disse a você que eu a julguei mal, e que sinto muito!

Ela negou com a cabeça.

– Não é verdade, não de todo. Eu sou uma garota durona, e houve um tempo em que eu estava pronta para foder a qualquer momento. Eu cansei disso. Deixou de ter qualquer significado, ou mesmo qualquer prazer real, então eu... eu deixei isso por um tempo.

– Você deixou? Você quer dizer que deixou de fazer sexo?

Ela assentiu, parecendo quase envergonhada.

– Sim. Já faz mais de um ano.

Eu a olhei de novo, com mais admiração, e um pouco de medo.

– Eu não posso imaginar passar um ano sem sexo. Matthew e eu não fazíamos todos os dias, mas normalmente fazíamos pelo menos uma vez por semana, às vezes algo entre isso. Como você não ficou louca?

Ela deu de ombros.

– Bem, eu tenho um monte de trabalho, e o meu trabalho não deixa muito tempo para ficar por aí.

Peguei o café e tomei um gole, e então perguntei.

– Então, o que você faz?

– Eu sou médica. Meus irmãos e eu dirigimos uma empresa, sem fins lucrativos, denominada Rescue Medic Enterprises. Nós somos como os Médicos Sem Fronteiras, mas somos apenas os meus três irmãos e eu, e algumas pessoas. Todos nós somos ex-militares, - gemeu, – e Operações Especiais, médicos e especialistas em classificação de campo e tal. Viajamos, principalmente, para países do terceiro mundo para prestar assistência médica em zonas perigosas, ou em locais aonde outras organizações sem fins lucrativos não vão. Acabo de voltar da África, estava ajudando na guerra civil e provavelmente retornarei em breve.

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