07. Chegando a um acordo

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A luz entrava pelas grandes janelas enquanto os olhos de Hermione se abriam. Sua língua rolou em sua boca enquanto ela tentava remover o estranho gosto residual do sono. Depois de alguns segundos, ela percebeu de repente que não estava realmente olhando para o teto do seu quarto.

Quando a confusão se instalou, Hermione virou a cabeça para o lado e olhou ao redor.

— O que? — ela sussurrou. Hogwarts? Por que estou na ala hospitalar?

Ela franziu a testa enquanto tentava lembrar como havia chegado ali. A névoa azul do sono profundo a impedia temporariamente de fazer isso, o que compreensivelmente frustrou Hermione. Ela não conseguia se lembrar de ter experimentado um sono tão intenso que não conseguisse controlar nenhum de seus músculos, muito menos suas faculdades mentais.

À medida que uma dor surda começou a se espalhar por seu corpo, as memórias do dia anterior começaram a reaparecer como fragmentos em sua cabeça. Os pais dela. Correndo de casa. Nuvens escuras. Ruídos surpreendentes. Os Comensais da Morte.

A dor em suas costas estava ficando mais intensa quando ela se lembrou de ter acordado no meio de um campo olhando nos olhos frios do próprio Lorde Voldemort. Ela choramingou quando apenas a lembrança da maldição cruciatus de Bellatrix Lestrange enviou novamente pequenas, mas potentes ondas de dor por seu corpo.

Professor Snape. Snape estava lá. Snape tinha... Ele me estuprou. Hermione gritou em agonia enquanto as imagens que se seguiram fluíam por sua mente. Suas costas ardiam com tanta intensidade que ela teria testemunhado a qualquer um que a cama estava pegando fogo. Ela saltou para a posição vertical, na esperança de reduzir a sensação de ardência. No entanto, a ação repentina só serviu para agravar ainda mais o ferimento, e Hermione gritou com a dor lancinante.

— O que é... Oh, Srta. Granger! — Uma Madame Pomfrey extremamente preocupada veio correndo da sala ao lado. Ela correu até uma mesa e pegou um frasco grande com uma solução roxa que estava em um csde gelo. Trazendo-a para a cama, ela tirou a rolha e estendeu o frasco⁶para Hermione.

— Beba isso — ela ordenou.

Hermione agarrou-a apressadamente, evitando por pouco que ela se espalhasse por todo o pijama do hospital.

— Cuidado — repreendeu a enfermeira matrona enquanto a menina levava o recipiente de vidro aos lábios.

Hermione engoliu um grande gole da poção fria e sem gosto. Parecia gelo deslizando por sua garganta.

— Termine — Madame Pomfrey instruiu, apontando para o frasco meio cheio. — Mas não muito rápido. Congelar o cérebro não vai adiantar nada.

Tudo o que passei e ela está preocupada com um maldito congelamento cerebral? Hermione chocou até a si mesma quando ouviu o bufo escapar dela. Ela riu de vergonha e depois tapou a boca com a mão livre e olhou com os olhos arregalados para a enfermeira. O que aconteceu em nome de Merlin?

Madame Pomfrey ergueu uma sobrancelha surpresa, mas depois limpou a garganta. — Bem, acho que deve estar funcionando, então.

— Como você pode... — A voz de Hermione se transformou em uma pequena risada semelhante a um soluço quando ela percebeu que a dor havia desaparecido milagrosamente. — Oh.

A curandeira pegou a poção dela e fez menção de devolvê-la ao caldeirão gelado.

— Ei, ainda terminei — gritou a jovem bruxa, apontando para a quantidade significativa de líquido que ainda restava no frasco.

Madame Pomfrey balançou a cabeça. — Senhorita Granger - eu acredito que você já teve o suficiente.

Hermione colocou as duas mãos no rosto, sussurrando estranhamente: — Por que de repente sinto vontade de rir?

Bound To Him | SevmioneOnde histórias criam vida. Descubra agora