A tristeza de se ter a chance de uma nova rota de vida era nítidos naqueles olhos. O azul marinho similar ao céu estrelado à noite estavam delineados de lágrimas, que trabalhavam arduamente para serem contidas e não escorregarem por sua pele branca.
Os dedos estavam fechados em punho, cerrado ao ponto de fazer nós brancos em suas juntas. Poderia sangrar diante da força que espremia as curtas unhas contra sua palma, mas seu corpo não funcionava assim.
Talvez, jamais funcionaria.
Afinal de contas, a pequena chama de esperança que tivera se fora. O momento em que havia sido feliz e acreditado ter encontrado a sua saída, foram trocados por sabe-se lá o que.
Por que havia acontecido aquilo consigo?
Por que o grande ministro havia lhe dado um presente tão falho?
Havia dito que queria se apaixonar? Certamente que não.
Havia dito que desejava ser feliz? Oras, sabia que havia perdido isso alguns anos.
Então... por qual motivo ela fora colocada em seu caminho?
Erguendo os olhos escuros para o céu, contemplara a lua branca e cheia. Pela primeira vez em anos, acontecia da lua ficar cheia sinalizando a catástrofe que poderia ocorrer. Por sua luz refletida fora possível ver aquilo que ele mesmo negara a si mesmo. Enxergara o sorriso brilhante e os olhos refletindo a felicidade plena de alguém que é livre. Por causa da luz da lua cheia ele vira além da conta, enxergara um caminho até ela.
E quando estava prestes a encostá-la... fora tomada de si. Dera-lhe as costas, sem mais e nem menos. Sem a chance de explicar.
Será que assim como ele, aquela garota também enxergara algo? Havia mostrado sua verdadeira face à ela? Não tinha a intenção, cumprira bem o seu papel por todos esses anos, e não haviam motivos para receber tamanho castigo.
A perdera.
Perdera aquela que fora uma mera ilusão.
Perdera aquela que acreditava ter sido a sua chance para uma rota diferente.
— Devemos retornar agora.
A voz baixa e cautelosa do amigo o fizera ter arrepios. Baixando a cabeça, respirou fundo e conteve suas lágrimas. Reparando em seus pés a máscara quebrada, agachou-se para segurá-la em seus finos dedos.
Analisou a máscara, tamborilando os dedos suavemente por sua textura levemente áspera. Virando-a posicionou em sua fronte e a vestira perfeitamente.
Somente usando sua máscara é que pudera dar as contas para o extenso jardim da escola, e seguir seu amigo para os dormitórios.
Cada passo dado era uma decisão tomada.
Não deixaria o seu dever de lado, fora o escolhido para cumprir tal papel.
Não permitiria que outros se envolvessem em sua história, carregaria o fardo sozinho.
E também, não se permitira apaixonar novamente. Pois ela seria roubada de si.
Seguindo esses passos, encontraria uma forma de acabar com o mal pela raiz. Por aquele que ousava em manter tudo daquele jeito, como sempre. O obrigaria a seguir em frente, nem que para tal fim tivesse de sujar suas mãos fantasmagóricas de sangue.
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Fantasma Monocromático
RomanceMonochrome Ghost é o jogo se simulação preferido de Ayla Bittencourt, e seu único passatempo depois de se trancafiar em seu quarto por seis meses. Quando é noticiado um update do jogo, ela não perde tempo em garantir o seu e passar mais de doze hora...