Capítulo 9 - Um presente do padrinho para Ayla

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Quando finalmente encostara as portas do guarda roupa, Ayla simplesmente se jogara na cama e suspirara pesado. Suas costas doíam de cansaço, e só de imaginar descendo as escadas de novo já ficava com preguiça. Pela janela o pôr do sol era visível, sinalizando que em breve Rafael bateria na sua porta.

― Estou de volta! ― Anunciava Mayla ao entrar no quarto, tirando os sapatos ― Oh! Vejo que terminou de arrumar suas coisas.

― Foi uma árdua tarefa, admito. Estou acabada.

― Tome um banho e vá descansar. Posso trazer algum lanche da cantina para você.

― Agradeço, mas ainda tenho uma coisa a fazer. Daqui a pouco Rafael vai passar aqui.

― O senhor Zanetti? Por quê? Aconteceu algo?

Percebendo o olhar preocupado da colega de quarto, Ayla lhe dirigiu um afável sorriso e se sentara na cama.

― Apenas o encontrei mais cedo e falei sobre o uniforme. Ele se prontificou a me ajudar.

― Uau que gentil de sua parte. Então... Logo ele vai vir. Quer que eu te espere para irmos jantar juntas?

Ayla estava prestes a dizer para a colega ir sem ela, porém recordou-se de como foi no café da manhã. Os olhares e os sussurros repletos de rumores. Só de imaginar Mayla tendo de lidar com isso sozinha não a deixara muito alegre, pois sabia muito bem o peso das palavras.

― Claro! Eu te mando uma mensagem quando terminar as coisas do uniforme e poderemos nos encontrar no refeitório.

A decisão fora certeira, percebera isso quando Mayla pulara até si para segurar suas mãos e sorrir toda alegre. Até mesmo suas bochechas ficaram rosadas. Não controlara o próprio sorriso, a acompanhando em risos baixinhos.

Enquanto esperavam a chegada do presidente do grêmio, as duas garotas desataram a conversar. Apesar de fingir a inexistência de sua curiosidade, Ayla perguntara várias coisas sobre a escola. Evitara tocar no assunto rumores e fantasmas, pois sabia muito bem que sua colega de dormitório não acreditava no sobrenatural.

Mesmo que sua família viesse de xamãs ou exorcistas.

Que irônico.

Não, ela preferira perguntar da escola pois havia um problema que não sabia resolver. E antes de tomar qualquer decisão queria ter todas as informações possíveis.

Mas o assunto logo fora interrompido com as batidas na porta. Prontamente Ayla pulara da cama e fora receber o presidente do grêmio estudantil em seu uniforme comum.

― Senhorita Bitencourt, espero que não tenha se esquecido de nosso compromisso.

Soltando um riso nasalado, Ayla colocava o celular no bolso da calça e negava com a cabeça.

― Quanto antes resolvermos isso melhor, não?

― Exatamente. Ah, boa noite senhorita Maldonado.

― Senhor Zanetti. ― Acenava Mayla ao fundo do quarto.

Ayla olhara para os dois e arqueara a sobrancelha. Tamanha cordialidade, pareciam dois velhos conversando. Apesar de não deixar de serem fofos.

― Vamos indo. Mayla, nos vemos no refeitório então, ok?

― Até mais tarde!

Fechando a porta atrás de si, os dois estudantes logo desciam as escadas do quarto andar para chegarem até a recepção. Fora a partir do terceiro andar que Ayla encontrara os demais estudantes de Falls School.

Trajando seus uniformes e carregando seus livros, eles a ignoravam por completo somente acenando para Rafael. Nem mesmo os garotos deixavam de sorrir alegremente e acenarem para o presidente, que retribuía elegantemente.

Fantasma MonocromáticoOnde histórias criam vida. Descubra agora