Aos trancos e barrancos

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Deixar o país em busca de uma aventura era o que Bea mais desejava, o desconhecido a assustava, mas pensar em passar a vida no mesmo lugar, sem ao menos arriscar fazer algo que a faria feliz, a assustava mais ainda.

Depois de muitas pesquisas e anos economizando, Bea decidiu que seu primeiro destino seria a Grécia. Uma país com uma atmosfera antiga, mas muito charmosa, e com paisagens de tirar o fôlego. Sua viagem foi programada para 6 meses, e depois, ela decidiria o próximo destino.

Arrumou as malas e se despediu dos seus familiares, partindo com um sorriso gigantesco no rosto.

Obviamente Bea não fala grego, mas arriscava um inglês e esperava que isso pudesse a salvar.

Ela alugou um quarto em uma pousada que encontrou na internet, que tinha comentários sempre positivos e as fotos também pareciam bem realistas. Mas, para sua surpresa não era bem assim.

Bea pegou um táxi do aeroporto para a pousada, porém, o taxista parou bem antes do destino. O homem começou a balbuciar algumas palavras.

Bea: - Calma moço, assim eu não entendo, parece que está falando grego,eu ein 😅

O homem então falou pausadamente, mas num inglês quase irreconhecível que não poderia ir mais adiante pois era uma subida muito íngreme e que a pousada ficava bem no topo.

Bea se viu obrigada a descer do carro, em um lugar totalmente estranho. Não demorou muito para aparecer um senhor bigodudo e com alguns dentes na boca faltando, mas com um largo sorriso no rosto, dizendo que poderia providenciar transporte para que Bea pudesse chegar até a pousada, e ela não tinha outra alternativa, a não ser aceitar.

Depois de cinco minutos de espera, o "transporte" de Bea chegou.

Ela disse incrédula esfregando os olhos:

- Não é possível, eu devo estar vendo coisas, acho que é o cansaço.

Na sua frente estava o senhor bigodudo apontando para um jumento, isso mesmo, um jumento.

Bea: - Não, isso não é verdade. Eu não vou subir no pobre do animal.

Então, ela dispensou o "transporte" com a maior educação do mundo. E pediu que o homem lhe desse indicação sobre como chegar na pousada.

E lá se foi Bea, aos trancos e barrancos, puxando sua mala. Parecia que ele nunca chegaria ao local.

Bea: - Acho que estou voltando para o Brasil pelo tanto que já andei.

Passados mais cinco minutos, Bea chegou ao seu destino. Ela olhava o endereço e foto em seu celular e olhava para a fachada na pousada, novamente Bea estava incrédula. A pousada era uma verdadeira espelunca, a vontade de chorar era grande.

Bea: - O que que é isso?! Eu sei que eu queria viver a vida com emoção, mas não era isso que eu estava esperando!

Mas ela não tinha para onde ir uma hora daquelas e descer o morro estava fora de cogitação.

Tocou o sino pendurado na porta, e uma simpática senhora a atendeu, e apesar da dificuldade para se comunicarem, elas conseguiram se entender. A senhorinha disse que a estádia de Bea seria bem tranquila pois ela deu sorte de atualmente na pousada só existirem mais outros dois hóspedes.

A pousada era um prédio de quatro andares, e o quarto alugado por Bea ficava no último, e sim, a espelunca não tinha elevador. Lá se vai Bea, subindo as escadas puxando quase sem forças suas malas. Seu quarto não era lá essas coisas, mas digamos que a imagem de fora da pousada era mais assustadora que a interna, pois até que o lugarzinho era ajeitadinho (mas muito longe do divulgado é claro).

Bea tomou um banho e caiu quase morta na cama.

No dia seguinte, Bea desceu para tomar o café da manhã por volta das 9h da manhã. Apenas a senhorinha estava a esperando. Passados alguns minutos, alguém de voz grossa fala "bom dia", Bea estava de costas, mas a voz familiar fez com que todo seu corpo se arrepiasse.

Bea pensou: "deve ser coisa da minha cabeça". Então, ela nem se virou para olhar, ela apenas respondeu: - Bom dia!

Ela estava tão concentrada no seu café da manhã, que sequer olhou nos olhos dos meninos, que sentaram em sua frente. Porém, olhando por baixo da cadeira, ela viu duas pernas incrivelmente brancas e sandálias de vovozinho.

Bea novamente pensou: "não, não vou olhar, acho que estou bastante cansada ainda, estou imaginando coisas".

Mas então, o rapaz de voz grossa disse:
- Poderia me passar o leite?

Bea apenas respondeu: - Claro!

Pegou o leite e quando foi entregar, levantou a cabeça.

Ela entregou o leite, o moço sorriu e agradeceu. Ela disse: - Por nada!
E voltou a comer.

A ficha demorou uns instantes para cair, assim que aconteceu, ela olhou novamente para o moço, e disse:

- Ki...Ki...Kim Taehyung?!

Tae: Yes!

Bea começou a engasgar. Tae levantou e disse: - Ei moça, calma, está tudo bem?

Tae: - Faça alguma coisa, hyung!

Yoongi: - E quer que eu faça o que?

Tae: - Não sei, dê uns tapinhas nas costas dela!

Yoongi: - Estou com cara de socorrista, agora?

Tae então correu até o bebedor e pegou um pouco de água para Bea.

Bea bebeu água, se recuperou e disse:

- Obrigada!

E saiu correndo, nem terminou seu café. A vergonha era maior que tudo.

Taehyung: - Tá vendo, hyung?! Você assustou a moça!

Taehyung: - Tá vendo, hyung?! Você assustou a moça!

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𝕮𝖆𝖗𝖕𝖊 𝕯𝖎𝖊𝖒 | 𝙼𝚒𝚗 𝚈𝚘𝚘𝚗𝚐𝚒Onde histórias criam vida. Descubra agora